Capitulo 9
E então o táxi chegou e Tom me beijou novamente, mas desta vez um beijo rápido me olhou e disse:
- Vejo você mais tarde. – E assim... Lançando um piscar de olhos completamente efêmero ele se foi, deixando-me ali completamente sozinha e indefesa... Ok, não... Indefesa não porque estou longe se ser a personagem patética de 50 Shades of Grey, ou pior ainda a bobalhona de Twilight, então usando meu próprio vocabulário chulo, eu estava fu... Quer dizer... Enrascada.
Provavelmente Bill estaria agora todo nervosinho, porque eu sei o que ele pensa sobre os vários caras que eu levo até o meu apartamento para “supostamente” transar. Na verdade eu fico surpresa de ele ainda não ter perguntado se eu não tenho medo de pegar alguma doença. Mas obviamente ele é o Bill, perfeito e chatinho... Aquele que não comete nenhum erro, mas gosta de apontar o dos outros.
Respirei fundo e me virei levantando a mão como uma idiota os cumprimentando.
- É o Tom. – Tentei explicar, balançando as mãos para o táxi que já havia sumido.
- É nós vimos ele no programa. – Disse Sara sorridente com as mãos agarradas ao braço de Bill.
O que me fez pensar no porque daquele agarramento todo, não estava tão frio, eu nem estava de casaco, na verdade eu nem estava de sapatos e acho que isso piorou minha situação com ele devido ao meu atual estado.
Ignorando-me ele puxou Sara até o elevador, e eu parecendo uma criança bobinha que acabara de teimar com os pais, os segui.
- Ele passou a noite aqui? – Sua voz soou aguda fazendo minha cabeça rodar. - Quer dizer, até agora?
- Bill? – Sara o puxou. – Não seja indiscreto.
- É ele estava aqui comigo. – Digo e é verdade.
- Está fazendo isso de novo?
- Isso o que? – Bato minha cabeça no espelho do elevador, tentando não encara-lo, mas é praticamente impossível.
- Trazendo caras desconhecidos para o seu apartamento? – Bill grita e Sara arregala os olhos como se nunca tivesse o olvido falar assim.
- Eu conheço Tom. – Respondo calmamente querendo debochar.
- Você trabalha com ele. – Bill agarra o meu braço e então começo a rir na cara dele. – Não percebeu que não está funcionando?
- O que não está funcionando Bill?
- Você... Isso tudo! – Ele me olha de cima a baixo como se sentisse nojo. – Porque você não acha um cara legal e fica com ele ao invés de trazer estranhos para sua casa toda semana?
- Isso não é da sua conta. – Grito de volta e o empurro pra longe de mim.
A porta do elevador abre no andar deles e então eu saio já em direção às escadas. Eu não me lembrava de ter bebido tanto até eu enxergar os primeiros degraus e vê-los triplicados a cada passo que dava.
- Não vai ser da minha conta também quando você for até a minha casa chorar no meu ombro? – Bill me puxou fazendo-me voltar o degraus que com muita dificuldade havia subido.
- Não se preocupe, não farei mais isso.
Respondo já com muita raiva, dele, de Sara, mas naquele momento principalmente de Tom e de seu beijo.
- Kate! – Eu o ouço gritar, enquanto subo as escadas me apoiando com as mãos em cada degrau.
- Não acredito que fez essa cena. – Diz Sara abrindo a porta.
- Sara! – Bill grita por ela, enquanto eu ouço-o bater a porta.
Entrei em meu apartamento chutando tudo em minha frente, ele estava certo e eu sabia disso. Meus encontros começavam a ficar completamente ridículos. Mas e Tom? Porque ele havia feito aquilo?
Pego meu telefone, eu preciso do Adam, preciso de alguém para chorar e escolho-o para me ouvir. Tento cinco vezes, mas só cai na caixa postal.
- Adam seu imbecil, onde você está? Eu preciso de você aqui.
Na décima tentativa eu já não me importava com mais nada.
- Adam espero sinceramente que ele seja casado e você se dê mal , espero que ele coloque um vídeo de vocês na internet... Não, melhor... Espero que alguém empate sua foda.
Jogo meu telefone longe correndo furiosa dentro de casa. Adam com certeza me mataria no dia seguinte. Mas eu precisava desesperadamente gritar com alguém e ele inevitavelmente era sempre o escolhido.
xxx
Domingo... Pior dia da semana, sim pior do que segunda, porque segunda feira você sabe que o inferno começou, mas domingo é terrivelmente cruel porque ele antecipa sua estadia no inferno.
Dia chato, sem nada pra fazer, sem nada bom na tv. Dia em que as pessoas em meu prédio recebem visitas de suas famílias com crianças completamente piradas que ficam batendo bola na porta do meu apartamento. Ok sim eu estava de mau humor, mas e daí quem não fica de mau humor em um domingo?
A campainha toca e minha cabeça parece um bumbo, levanto-me do sofá me arrastando até a porta. Observo o olho mágico e vejo a testa enorme de Tom do outro lado da porta. Encosto-me a mesma pensando em não abrir, mas então lembro que ele estava com nosso almoço e a fome fala mais alto.
Abro a porta e ele sorri, mostrando sacolas de algum restaurante vegetariano.
- Você está péssima. – Diz ele já entrando.
- Obrigada por me animar.
- Mas eu gostei da roupa. – Ele me lança um olhar pervertido e só então me dou conta de que estou vestindo apenas uma regata e um short extremamente curto de um pijama qualquer que Adam me deu assim que colocou meu pijama fralda fora.
- Eu vou me trocar. – Saio correndo de sua frente e ouço sua risada bonitinha vindo da sala.
Lembro-me do beijo de ontem e penso em tocar no assunto, mas só farei se ele der sinal de que quer falar sobre isso.
Quando volto já devidamente vestida, Tom está na cozinha arrumando a mesa para almoçarmos, paro um segundo na porta para observá-lo e então ele me olha rindo ainda arrumando os talheres perto dos pratos.
- Gosto de tudo no lugar.
- Eu notei.
- Sou um pouco perfeccionista. - Ele para por um momento me olhando. – Você almoça na mesa?
- Pra falar a verdade não. - Sempre chego tão cansada e na maioria das vezes eu como no quarto mesmo, bem ao estilo velha solteirona.
- É uma pena, você tem uma vista linda daqui. – Diz ele referindo-se ao Rio Hudson.
- Eu não costumo reparar muito. Mas e ai o que trouxe para ...
- Eu sei o que você está pensando...
- Espero que tenha algum animal morto dentro de uma destas sacolas.
- Sinto muito, mas em minha presença você não vai comer isso. Mas confia em mim, você vai gostar.
Tom abre as sacolas e me deparo com comida chinesa vegetariana. Não era ruim, mas também não tinha gosto de nada então quando me pergunta digo que este foi o melhor almoço vegetariano que já tive. Minto porque não quero parecer uma megera ingrata. Embora de fato eu seja.
Quando o almoço acaba e colocamos nossos pratos e talheres no lava louça, Tom e eu vamos para sala onde a enorme pilha de livros nos espera.
- Vamos começar? - Puxo os livros deixados ao lado do sofá assim que sentamos no chão.
- Não. Acabamos de almoçar, vamos ver um filme.
- Você disse que ia me ajudar.
- E vou, mas não quero ficar com dor de cabeça.
- Eu estou de ressaca Tom, quero acabar logo com isso.
Tento não perder tempo, mas meu esforço é ignorado pela televisão. Tom passa de um canal a outro sem nem ao menos me dar chance de saber o que está passando. Porque homens são assim? Por que acham que tem esse entendimento imediato com a tv como se fosse possível adivinhar a programação? Será que ele lê o guia? Isso seria um pouco estranho.
- Para nesse ai. – Grito e ele pula ao meu lado assustado.
- Por quê?
- É o Joseph Levitt, eu amo os filmes dele e esse é o meu favorito. – 500 dias com ela. Ninguém em sã consciência conseguiria odiar este filme.
- Ele passa o filme todo sofrendo. – Que ridículo, se ele olhou esse filme isso foi tudo que ele conseguiu absorver do personagem? Um ponto a menos pra ele.
- É bom pra variar ver um homem sofrendo por amor e não uma mulher.
- Sem essa, homens também sofrem e às vezes muito mais.
- Está blasfemando. – Eu o empurro com o ombro.
- Não estou.
- Está sim... Já sofreu por amor?
- Bom... Não, mas... – Ele gagueja entre as palavras.
- Você não pode discutir sobre um sentimento que não sentiu.
- Não estou discutindo, eu só acho que...
- Vamos olhar o filme Tom.
Ele finalmente se cala desistindo de ter uma conversa deste tipo comigo, é claro eu nunca acreditaria que Tom poderia ter sofrido por amor, afinal ele era... O Tom. Totalmente arrogante e seguro de si mesmo. O tipo de cara que não se importa em levar um fora porque há sempre alguém melhor dando sopa por ai...
- Eu adoro essa parte, a confusão no rosto dele. – Eu grito olhando pra tv enquanto observo atentamente a cena em que Tom Hansen não faz idéia do que se passa na cabeça de Summer enquanto comem no restaurante.
- Ela parece louca. – Tom diz ao meu lado colocando na boca um dos meus chocolates que encontrou jogado no sofá.
- Não parece não.
- Ela está chorando por causa de um filme. – Ele balança a cabeça rindo e eu giro meu pescoço de volta para a tv. - Ela está com tpm, tenho certeza.
- Talvez ela esteja cansada dele. – O que ele sabe sobre tpm? O que ele vê nos comerciais idiotas da televisão? Por favor... - Ou talvez ela só esteja cansada da vida.
- É nisso eu concordo. – Tom finalmente cala a boca e balança a cabeça positivamente.
O filme acaba e minha dose diária de JGL já era. Tom ri da minha cara quando digo que o ator é o único homem perfeito que ainda existe no mundo e ri mais ainda quando conto que fantasiava meu casamento com ele enquanto estava no colegial. O que dizer?... Pra uma fracassada até que eu tinha bom gosto.
Eu conto a ele sobre minha fase no colegial, sobre minhas entradas espetaculares na sala de aula todo dia quase sempre com quarenta minutos de atraso, sobre minha professora gritando ao meu lado e me perguntando em que mundo eu estava... Eu o levo até o meu mundo de alguns anos atrás, um mundo que eu odiava, mas que de certa forma me fez crescer.
Tom escuta tudo com atenção deitado ao meu lado no tapete da sala, ele faz suas observações entre uma frase e outra e então explodimos em gargalhadas e assim me dou conta de que talvez se ele estivesse lá, poderia ter tornado meu mundo um pouco mais divertido.
- Está com fome? – Pergunto a ele quando o silencio de repente fica constrangedor.
- Estou, mas não vamos comer agora. – Ele passa por cima de mim e meu coração quase salta do peito. – Vamos selecionar livros.
- Vamos excluir livros. – Digo tentando me recompor antes que ele note.
- Você lê todos eles? – Pergunta já abrindo um.
- Nem a metade.
- E como sabe se são bons ou ruins?
- Eu leio a primeira página, se me interessar eu continuo.
- A primeira página sempre é ruim, não pode negar um livro por sua primeira página ruim.
- Sim eu posso, e geralmente não me engano. – Confirmo.
- É por isso que virou agente de livros adolescentes. – Diz ele de repente e me olha como se tivesse acabado de falar algo que não devia.
- Como sabe? – Pergunto curiosa.
- Eu vi as pessoas cochichando no corredor da editora. – Ele coçou os dreads nervoso.
- Babacas.
- Elas não gostam muito de você.
- Prefiro acreditar que sentem inveja.
- E sentem, mas continuam não gostando de você. – Porque faz isso?
- Isso o que?
- Ser durona com elas?
- Eu preciso ser, ou elas tentarão tomar o meu lugar, funciona mais ou menos como Miranda Prestly.
- Ela era completamente bizarra. Você não é assim.
- Como você sabe?
- Eu só sei... Eu acho.
Solto um riso abafado e então tentando desconversar pego o primeiro livro da pilha e jogo em seu colo e então começamos a primeira hora de longas naquela tarde que passamos lendo primeiros capítulos de livros adolescentes
E quando acabamos a primeira pilha havia apenas um livro selecionado, ou seja, eu estava realmente ferrada.
- Meus olhos estão cansados. – Passo a mão por meu rosto, estou totalmente exausta.
- Os meus também, como você faz isso? – Tom boceja ao meu lado e então faço o mesmo. – Como consegue ler tanto assim?
- Geralmente termino um livro de quinhentas páginas em dois dias.
- Nossa. Em quantos dias leu o meu?
- Um mês inteiro. – Eu me levanto cruzando por ele.
- Está brincando. – A expressão no rosto dele era de decepção.
- Não. – Começo a rir enquanto caminho ata a cozinha. – Não estou não.
- Tão ruim assim?
- Você está aqui. Ruim ele não é.
- Ou não teria passado da primeira página? – Ele se levanta vindo até mim.
- É.
- Um mês. – Tom se aproxima na cozinha e coloca o copo no dispenser. – Por quê? Em que capitulo ele começou a ficar tedioso.
- Eu não disse que ele era tedioso. – Tento sair de sua frente, mas ele me prende com o outro braço.
- Então porque demorou?
- Porque você quer saber? – Começo a ofegar, por algum motivo não gosto de sua aproximação repentina. – Que diferença faz?
- Eu escrevi, faz diferença pra mim. – Ele toma um gole de água e então eu consigo me livrar saindo por debaixo de seu braço.
- Eu não vou contar. – O provoco rindo.
- Porque não? – Ele murmura e quase sinto pena.
A campainha toca e eu começo a rir dele indo até a porta. Quando abro dou de cara com Bill encostado a soleira da porta.
- Desculpa. – Diz ele com cara de cachorro abandonado. – Não devia ter te falado aquilo.
- Ok. – Ainda estou furiosa e não importa o que ele diga ou faça, esse sentimento não vai passar tão cedo... Abro exceção apenas se ele por acaso disser que me ama e que ter casado com a Sara foi tolice, mas como sei que isso é impossível continuarei o ignorando até cansar.
- Posso entrar? – Ele avança um passo.
- Hum...Não, sabe o mesmo cara de ontem está aqui e...
- Tudo bem então eu vou embora. – Ele revira os olhos...
- Bill... Sobre ontem, o que você viu...
- Não é da minha conta. – Diz ele como se já soubesse o que viria a seguir.
Então Tom aparece atrás de mim de repente se enfiando em meu lado.
- Oi, sou Tom. – Ele lança-lhe a mão e espera que Bill faça o mesmo.
- Bill. – Um aperto de mão casual, eu diria até que um pouco rude.
- O melhor amigo dela, Kate me falou de você. - Tom olha pra mim e poe uma mecha de cabelo atrás de minha orelha antes de me abraçar, mas que porra ele pensa que está fazendo?
- É mesmo? – Bill morde os lábios antes de soltar um riso abafado.
- Sim. – Tom ri com satisfação e eu o olho sem acreditar no que está fazendo.
Volto para o sofá e afundo meu rosto entre as almofadas com desespero tentando me sufocar entre elas.
- Seu livro é bom, eu comprei ontem e já estou no final. – Ouço Bill falar... Ok agora eles vão conversar, quem sabe se tornem amigos e comecem a confabular contra mim.
- É mesmo, algumas pessoas levam meses para terminar. – Tom grita e sei que isso pra mim.
- kate é um delas. – Diz Bill rindo. – Ela não queria terminá-lo.
- Mesmo? – Tom diz com voz fina e eu instintivamente levanto minha cabeça em sua direção.– Eu não sabia disso.
- É ela ficava abraçada nele dia e noite. – Bill estava imitando o estado deplorável que eu ficava enquanto lia o livro de Tom.
-Ok já chega. – Corro até ele o empurrando para fora do meu apartamento. – Bill, nos falamos mais tarde, tchau.
- Ok, foi um prazer conhece-lo – Diz a Tom apertando sua mão rapidamente antes da porta quase bater em sua cara.
Assim que de despedem Tom me olha com um sorriso enorme e irônico no rosto.
- Não queria terminá-lo é? – Ele avança um passo e eu dou pra trás.
- Ele é muito bom.
Começo a rir junto com ele, então Tom corre atrás de mim pela sala me derrubando no chão.
- Você fica patética olhando pra ele. – Diz ele em cima de mim.
- Sim eu fico. – Sinto seu corpo inteiro encostar-se ao meu.
- Gosta mesmo dele?
- Eu o amo. – Falo mais para provocá-lo do que em confirmação.
- Como sabe? – Tom juntou as espessas e castanhas sobrancelhas. – Já ficou com ele?
- Não, mas o que isso tem a ver?
- Tudo. Você pode se desapontar e descobrir que perdeu dez anos de sua vida com imaginações e suposições. – Ele mexeu o maxilar.
- Isso é ridículo, o amor é muito mais do que um beijo ou uma noite ruim de sexo.
- Como você sabe, nunca ficou com ele.
- Mas é nisso que acredito.
- Você nunca ficou com ele, não quer contar pra ele, está esperando o que?Um milagre? – Tom perguntou com desdém.
- Não. – Eu o empurro de cima de mim e sento-me ao seu lado. – Eu não sei, é complicado.
- Não é complicado.
- É estou esperando um milagre. – Falei, enfatizado cada palavra. – Talvez ele deixe dela e então eu tenha minha chance.
- Nossa... – Tom balançou a cabeça como se eu fosse completamente ingênua e riu.
- O que?
- Sua situação é pior do que eu imaginava.
- Tudo bem espertinho, então o que sugere que eu faça? – Ergui a sobrancelha.
- Eu sugiro que comece a não esperar por esse milagre. Viva sua vida, o que tiver que acontecer, vai acontecer.
- Nossa você salvou a minha vida agora.
- Ahh para. Eu to falando sério. – Diz debochando.
- Eu tento, mas não acontece.
- O que?
- Relacionamentos.
- E por que não acontece?
- Sou um imã para idiotas.
- Não. O que realmente acontece? -
- Eu... Tenho um problema.
- Está morrendo? – Sua voz soa mais alta que o normal.
- Não. – Arregalo meus olhos pra ele. – Ficou maluco.
- Então você não tem um problema.
- Tenho sim. – Vinte e nove anos e virgem, se isso não é um problema eu não sei o que é...
- Me conta. - Pede ele encostando seu queixo em meu braço.
- Nem pensar. – Levanto-me do chão e começo a recolher os livros jogados no sofá. – Podemos mudar de assunto?
Tom caminha até a sala e começa a arrumar as almofadas jogadas no chão.
- E sobre o que quer falar? Livros, nosso almoço... Sobre o nosso beijo?
Ele solta de repente enquanto me olha com uma almofada entre as mãos. Não quero responder, não quero nem mesmo falar sobre isso, mas honestamente não tenho escolha.
- É sim... Eu quero. – Digo apontando pra ele. – Porque me beijou? Olha... Eu sei que Adam contou sobre Bill e eu também contei, você sabe que eu gosto dele, mas honestamente eu não preciso de um cara para fazer ciúmes, porque eu posso ser desequilibrada, mas não sou idiota, ele não vai deixa-la porque...
Tom parecia não entender a minha confissão e então suas feições ganharam um ar totalmente sério.
- Do que está falando? – Ele me interrompe. – Não beijei você porque ele estava ali, na verdade pouco me importa que goste dele. Kate eu beijei você porque eu quis beijar, simples assim. – Respira tomando fôlego para continuar. - Tão simples quanto ouvir você falar que está afim de mim... Não apaixonada, mas... Sou um perito em beijos e você retribuiu.
Diz com um enorme sorriso surgindo em seu rosto. Não sei o que fazer, na verdade fico quieta esperando que faça algo por mim, porque mal consigo sentir as minhas pernas sobre o chão. Normalmente eu gritaria e diria que é mentira, mas não quero fazer isso porque o que disse é verdade, eu estou afim dele. Simples assim... Sem resmungos e ladainhas, eu estou afim dele porque jamais deixaria alguém que não fosse Bill mexer nos meus livros, estou afim dele porque não deixaria alguém que conheci há tão pouco tempo entrar em minha casa, mexer nas minhas coisas e comer o meu chocolate escondido no sofá. Estou afim dele, porque contra a minha vontade nas horas que seguem o meu dia, penso nele antes de pensar em Bill.
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Desculpem qualquer erro, estou correndo pra postar. Capitulo longoooooo demais.