25º Capitulo – Mudança de planos
A hipótese de eu estar grávida nunca havia passado pela minha cabeça e naquele momento apenas a suspeita de uma gravidez já era o suficiente para que eu sentisse um medo pelo qual eu nunca havia sentindo antes, mesmo que a companhia de Giselle naquele momento tão complicado me trouxesse uma certa confiança, não era o suficiente para que eu me mantivesse calma. Mil coisas passavam pela minha cabeça, atormentando meus pensamentos e me corroendo por dentro. Fui durante todo o caminho até a farmácia rezando para que as suspeitas de Giselle não se confirmassem.
Chegando a farmácia enquanto nos encaminhávamos até ao balcão encontramos uma amiga de minha mãe.
– Camila, querida, você está passando mal?
– Não D. Vera não precisa se preocupar.
– É alguém da sua família então?
– Nós só estamos comprando alguns esmaltes... Coisas de menina sabe.
– Ah, claro... Bom mande um abraço para os seus pais, ok?!
– Mando sim.
Giselle e eu ficamos vendo alguns produtos da farmácia, esperando até que a amiga da minha mãe fosse embora.
Quanto menos pessoas soubessem o real motivo de eu estar ali, melhor seria.
Assim que D.Ana foi embora compramos o teste de gravidez, na verdade compramos dois, pois o farmacêutico nos informou que assim teríamos mais certeza do resultado e então voltamos apressadamente para a casa da Giselle, que parecia estar tão nervosa quanto eu.
– Toma amiga, boa sorte! – disse Giselle me passando os testes.
– O resultado é cem por cento certo?
– Aqui na bula diz que é muito confiável.
– Uma linha negativo e duas positivo.
– Isso mesmo.
Respirei fundo a fim de que pudesse encontrar em algum lugar a coragem que me faltava naquele momento, depois de alguns minutos entrei no banheiro e fiz tudo conforme o indicado nas embalagens.
– E então? – perguntou Giselle apreensiva logo assim que sai do banheiro.
– Positivo – disse chorando.
Giselle então me abraçou forte, e juntas ficamos ali no quarto chorando. Ela conhecia os meus pais, assim como eu ela também sabia tudo o que provavelmente eu iria sofrer com aquela gravidez indesejada. Meus pais nunca aceitariam que a filha deles fosse uma mãe solteira.
Eu não sabia o que fazer, não sabia o que pensar, apenas me sentia perdida. Sentia que naquele exato momento minha vida tinha acabado de desmoronar.
Depois de ambas estarem mais calmas pudemos então conversar sobre o que eu faria.
Ao invéz de trabalhar no meu plano de vingança contra o Tom, teríamos que a partir dali planejar o que eu faria da minha vida.
– Quem é o pai? Você sabe?
– Tom.
– Mas pode ser o Bill também, não pode?
– O meu lance com o Bill ainda é muito recente, e ele também é super cuidadoso com isso, sempre se lembrava da camisinha antes de termos qualquer coisa.
– E o Tom não?
– Não, com o Tom eu transei uma vez sem camisinha.
– Você vai contar pra ele?
– E vou dizer o que, “Olha só Tom, você não tá nem aí pra mim, só que eu estou grávida de você”?
– Talvez com um filho... ele mude.
– Gi ele não quer ter nada sério só comigo que dirá com um bebê!
– Só que você não fez esse filho sozinha! Também não é justo que você encare toda essa situação sozinha!
– Eu não vou poder esconder por muito tempo, daqui a pouco a barriga cresce!
– E se você tentar convencer seus pais...
– Você sabe que eles me expulsariam de casa! Ainda mais quando soubessem que eu não estou mais com o pai da criança.
– Camila, a sua gravidez ainda ta no comecinho... você corre menos riscos se abortar.
– Abortar?
– É tem umas clínicas que fazem isso por um preço razoável. Se a gente procurar bem...
– Mas é uma vida que eu vou estar matando!
– E que vida você acha que essa criança vai ter quando nascer? Ou até mesmo antes disso...
– Como assim?
– Já na sua barriga ela vai ser rejeitada pelos avós e pior ainda pelo próprio pai. O que você ganha mal dá pra pagar uma faculdade que dirá criar um filho! Você acha que essa criança vai ser feliz?
– Deve ter outro jeito! Tem que ter outro jeito! Eu não sou uma assassina!
– Camila, agora ele é só uma bolinha. Você tem que fazer agora, antes que seja tarde demais!
– Eu vou pensar em alguma coisa. O Tom não precisa ficar comigo criando esse filho, é só ele me dar apoio, me ajudar com os meus pais.
– Camila você é quem mais sabe que ele não vai aceitar isso!
– Se eu conversar, se eu der um tempo pra ele...
– E o que você vai fazer? Fingir que não sabe de nada? Que está tudo na perfeita harmonia?
– Sim, eu vou tentar esconder essa gravidez e viver minha vida normalmente, pelo menos até que eu consiga conversar com o Tom sobre isso.
Dom 24 Fev 2013 - 19:00 Tópico: 24º Capitulo – Será?
24º Capitulo – Será?
Bill e minha família passaram todo o café da manhã conversando. Minha irmã talvez por medo de que eu ou Bill a entregasse ficou trancada no quarto.
– Camila você já está se sentindo melhor? – perguntou Bill passando a mão suavemente em meus cabelos.
– Sim, eu tomei um remédio. Foi só um enjôo mesmo, já passou.
– Então já podemos sair?
– Sim, vamos!
Nos despedimos de meus pais e saímos de casa, em direção ao ponto de ônibus.
– Quando a sua banda fazer mais sucesso você precisa comprar um carro!
– Preciso mesmo, andar de ônibus é dureza.
– Pior se fosse de Kombi. Aliás acho que você com aquele cabelo nem caberia em uma.
– Ah, eu faço muita questão de andar de Kombi sim...
– Pra onde nós vamos?
– Não sei, eu esperava que você sugerisse um lugar.
– Bom, eu não sou muito criativa pra isso...
– Você gosta de shoppings? Porque eu amo shoppings!!!
– Já estão abertos?
– Não sei! Mas a gente fica lá na porta esperando eles abrirem!
– Vão no mínimo pensar que somos doidos.
– Ou então que estamos querendo assaltar alguma loja!
– Se é assim, é bom o dono da loja de doces tomar cuidado então...
– Se eu quiser faço com que me dêem os doces de graça, e por livre e espontânea vontade!
– Eu não duvido disso. Já conheço o seu poder de conquistar as pessoas.
Bill e eu ficamos caminhando pelos arredores do shopping enquanto o mesmo não abria as portas.
Foi quando avistei Gustav com a mesma loira que há algum tempo havia me humilhado tanto.
– Que foi Camila, viu um fantasma?
– Bill ta vendo aquele cara ali?
– Qual o cara com a loira siliconada?
– É. Ele é o Gustav.
– O Gustav cafajeste?
– Sim ele mesmo.
– Vamos dar uma lição nele?
– Melhor não, eu já me esqueci disso faz tempo.
– Sem mágoas?
– Sem mágoas!
– Ok, então vamos as compras!
Bill e eu nos divertimos muito naquele dia, sua companhia era muito agradável.
Sempre que via uma roupa pela qual ele gostava, seus olhos brilhavam. Apesar de achar seu estilo um pouco exótico demais, eu confesso, que ele tem um bom gosto e entende tudo sobre moda.
Saímos de lá com várias bolsas de compras e após lancharmos fomos para as nossas casas.
O shopping assim como o apartamento de Tom era localizado no centro da cidade e eu ainda não havia me esquecido do que ele havia me feito e de todas as palavras duras que me disse, mas principalmente ainda não havia esquecido da minha vingança.
Mas meus planos teriam que ser mudados pois eu não poderia usar o Bill, afinal ele não merecia, eu não podia magoar uma pessoa tão especial como ele. Mas também não poderia fingir ter esquecido de todas as humilhações que o Tom havia me feito passar. Aquele confronto depois do show da banda deles, havia sido a gota d’água.
No fundo eu sabia que o que eu estava prestes a fazer era uma completa burrice, beirando ao sadomazoquismo mas eu precisava tirar satisfações com o Tom.
Precisava mostrar que ele não podia me tratar da forma como bem entendesse.
Então decidi ir até ao seu prédio.
Ao chegar lá fui informada pelo porteiro que Tom não havia autorizado minha entrada então pedi que dissesse que se tratava de um assunto muito importante.
Assim que fui autorizada a entrar, fui correndo ao elevador. Lembrei da última vez em que eu havia estado ali, da discussão que havia tido com Tom em que ele me dizia que eu era apenas mais uma em sua lista.
Toquei a campainha e então Tom abriu a porta. Ele estava apenas de bermuda, exbindo aquele belo corpo, provavelmente teria estado a pouco tempo na praia, pois estava com a pele bronzeada e com um pouco de areia em suas costas.
– O que você quer? – perguntou ele se sentando na cama.
– Tom, eu só vim perguntar o porquê de você ter me tratado daquele jeito.
– Eu sei que fui um pouco grosso contigo, mas você está usando o meu irmão, e isso me deixa furioso.
– Eu não estou usando o seu irmão!
– Como não? Há alguns dias você esteve aqui me pedindo explicações por ter te traído e dias depois você vira amiguinha do meu irmão. Você acha que eu sou burro?
– É isso mesmo que você disse, eu sou apenas amiga do Bill. Nada além disso, eu não estou o usando!
– Jura?
– Claro que sim. Bom no inicio eu até pensei nisso, mas foi porque você me tratou tão mal. Eu não esperava isso de você.
– Você já deveria saber que eu sou livre, não me prendo a uma única mulher.
– Eu achava que comigo seria diferente. Queria que eu fosse especial na sua vida, assim como você foi na minha.
– Bom, a gente pode até ficar juntos, desde que você não exija exclusividade.
– Eu não me prestaria a um papel desses Tom. E além do mais não quero que você fique comigo por pena ou qualquer coisa do tipo.
– Camila eu gosto de você, mas não ao ponto de me prender, entende?
– Não, eu não te entendo Tom!
– Camila, por que nós não tentamos do meu jeito, talvez com o tempo eu mude.
– Você não vai mudar Tom, e eu vou me magoar ainda mais. Eu não quero isso para mim! Não quero ficar chorando por alguém que não me ama.
– Camila eu nunca amei ninguém. E acho que nunca procurei isso para mim, então como você quer que eu me apaixone assim, logo de cara!
– Simples, do mesmo jeito que eu me apaixonei por você!
– Então você não quer ficar comigo do jeito que eu quero?
– Claro que não! Você ficou com tanta raiva por eu estar usando o Bill e agora quer me usar também?
– Não é te usar! Nós apenas não vamos ter nada sério, só vamos ficar...
– Então é assim, na hora que você quiser você me liga nós nos encontramos e no outro dia você já está com outra...
– É.. quer dizer não assim dessa forma...
– Tom você quer que eu seja como sua garota de programa exclusiva. Você me liga, tem o que quer e depois me dispensa!
– Você está interpretando mal as coisas.
– Tudo sou eu que estou “interpretando mal as coisas”. Tom eu te amo, você não entende?
– Se você me ama vai ao menos tentar ficar comigo dessa forma.
– Tom, por eu te amar que eu não quero ficar com você assim, eu quero você só para mim! Quero poder confiar em você!
– Assim eu não quero.
– Então quer saber? Vai se ferrar Tom!
– Que?
– Vai você, as suas idéias idiotas, as suas piranhas... vão todos para a puta que pariu!
– Você ficou doida?
– Eu não vou ficar aqui implorando pra você ficar comigo, não! Se você não me quer, foda-se! – disse me levantando e indo em direção a porta.
– Camila espera, vamos conversar....
– Não tenho mais o que conversar com você! – disse mostrando-lhe meu dedo médio e batendo a porta com força.
Fui para o corredor e para minha sorte o elevador acabara de chegar,mas ainda pude ouvir os gritos do Tom.
– Camila, Camila, volta aqui !!!
Eu não queria ouvir o que Tom tinha pra me dizer, não queria saber qual seria a sua próxima proposta indecente. Eu só queria chegar o mais rápido possível na casa de Giselle para contar sobre a mudança de planos, contar que eu não poderia usar o Bill, que nós tínhamos que pensar em outra coisa.
– Camilinha!!! O que aconteceu? – perguntou Giselle vendo minha expressão de desgosto.
– Eu não posso usar o Bill.
– Como assim? O que aconteceu?
– Bill não merece, ele já é muito importante para mim.
– Você já virou amiga dele?
– Sim, quer dizer teve um pouco mais que amizade também...
– Que? Detalhes, detalhes...
– Ai Gi, é uma longa história!
– Somos jovens, temos todo o tempo do mundo! Peraí que eu vou pegar um salgadinho, ouvir histórias longas comendo é ainda melhor.
Contei para Giselle tudo o que havia acontecido até aquele momento, ela ficou tão chocada com todos aqueles acontecimentos que ainda nem havia aberto seu biscoito, apenas ouvia atentamente a tudo o que eu dizia.
– Menina... Como é pegar gêmeos, hein?
– Gi, isso é o de menos! Concentre-se no plano... apenas no plano.
– Que plano que nada! Me conta aí.. quem é melhor de cama?
– Eles são diferentes...o Bill é mais romântico e demora mais, já o Tom é mais selvagem e apressado.
– E quem tem o... maior?
– Quem tem o sorriso maior?
– Você sabe do que eu to falando! Se eu transasse com algum dos dois a última coisa que eu repararia era no sorriso! To falando é das coisinhas mesmo!
– E você acha que eu tava como uma régua na hora?
– Ah Camila pode ir parando que dá muito bem para sentir! – disse ela abrindo o seu salgadinho.
– Cara que cheiro é esse ? – perguntei me controlando para não vomitar.
– É biscoito ué!
– Joga isso fora!!!
– Calma, calma. – disse ela guardando-o em uma gaveta.
– Como é que você consegue comer isso?
– É um biscoito normal Camila, você que está de frescura!
– Ai deve ser mesmo, ultimamente eu ando vomitando por qualquer coisa!
– Camila você está grávida?
– Claro que não! Eu usei camisinha.
– Todas as vezes? Pensa bem...
– Gi...
– Puta merda Camila! Mas que droga! Você não sabe que tem que usar camisinha?
– Foi só uma vez...
– Vamos até a farmácia!
_______________Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Billa Jumbie) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.