Autora: Ella McHoffen
Gênero: Romance
Sinopse:
"— Sério?
— Claro que é sério. Foi contigo que aprendi a amar, foi contigo que fiz amor pela primeira vez. Foste tu — coloquei o meu dedo indicador sobre o seu peito — que me mudaste, que me mostraste o que é amar.
— Agora diz-me, porque essa falta de confiança em mim?
— É mesmo preciso dizer?"
I don't wanna hurt him anymore
I don't wanna take away his life
I don't wanna be...
Unfaithful
Ultimamente, temos discutido imenso, e sempre pelo mesmo motivo, o meu historial. A confiança entre nós tem diminuído a cada segundo que passa, o que me deixa destroçado. Ela não confia mais em mim.
Hoje, acordei e ela ainda estava na cama, deitada de costas voltada para mim. Aquilo feriu-me a alma, o meu coração sofreu um aperto. Pensei que ela estivesse a dormir, então fui arrastando-me para junto dela, para sentir o seu cheiro mais de perto, sentir o seu corpo quente, mas ela ao pressentir afastou-se mais, ficando na pontinha do colchão. Estiquei a mão para tocar-lhe, mas ela num sussurro disse:
— Não faças isso!
Paralisei de imediato a mão ficando ela quase sobre a lateral da minha paixão. Ao mesmo tempo, engoli em seco. A minha alma estava magoada, o meu coração apertado, mas eu era o único responsável por isso, ela apenas tentava proteger-se de mim. Naquelas simples e tristes palavras que ela proferiu notei na sua voz amargura, dor e rouquidão, pois talvez estivesse a controlar-se para não chorar.
Entristecido destapei-me dos lençóis, sentei-me na borda da cama, coloquei os cotovelos sobre as pernas e segurei a cabeça baixada com as mãos. O que é que eu podia fazer para ela confiar em mim? Balancei a cabeça negativamente por não saber o que fazer. De repente, senti dois olhos a mirar-me e logo procurei-os, mas estes de imediato voltaram a fugir de mim. Fiquei ali, sentado na cama, com uma perna dobrada sobre o colchão e outra pendurada com o pé a tocar no chão a olhar para a figura feminina que me deixava louco.
Fechei os olhos e a minha mão foi ao encontro do seu corpo e quando, por fim, toquei aquele corpo bem definido senti um arrepio, deixando os meus pêlos dos braços arrebitados. Senti ela a respirar fundo, mas não disse nem fez nada. Com isso, fui terminando com o espaço que nos separava. Sempre devagar, não queria estragar ou pior as coisas. Quando a distância está a terminar ela colocou uma mão sobre a minha que permanecia ali, no corpo dela, e arrastou-se para junto de mim. Unindo os nossos corpos. Não dissemos nada. Ficamos assim só a sentir a respiração, o calor e a paz que os nossos corpos transmitiam.
Passado um longo tempo, quebrei o silêncio.
— Desculpa. — esperei que ela dissesse ou fizesse alguma coisa, mas não vendo nada, continuei — Desculpa por tudo. Eu sei que não confias mais em mim, mas eu não te quero magoar, eu não te quero ver sofrer, porque tu és especial, tu és mais do que uma mulher, tu és a minha paixão. — neste momento ela virou-se para mim, olhou-me directamente nos olhos e falou
— Sério?
— Claro que é sério. Foi contigo que aprendi a amar, foi contigo que fiz amor pela primeira vez. Foste tu — coloquei o meu dedo indicador sobre o seu peito — que me mudaste, que me mostraste o que é amar.
O seu olhar foi baixando juntamente com a sua cabeça, mas eu com a minha mão segurei-a e fiz com que ela me olhasse directamente nos olhos.
— Agora diz-me, porque essa falta de confiança em mim? — eu sabia perfeitamente porque era, mas eu queria ouvir da boca dela, queria que ela me dissesse
— É mesmo preciso dizer? — balancei a cabeça positivamente e então ela começou a falar. — O teu passado, o teu gosto por uma boa noite de aventura. — a principio falou com o olhar distante do meu, mas depois falou directamente nos olhos — Tudo isso mata-me por dentro. Tenho medo que sejas infiel. — abracei-a forte e disse
— Amor, infiel não serei e as outras coisas são passado. Eu agora só te quero a ti. — Passei com as costas da minha mão sobre a sua face perfeita — Tu sabes que eu ainda continuo a gostar de uma boa noite de aventura, mas eu quero é que seja sempre com a mesma pessoa, que seja sempre contigo. Porque tu és a minha perdição.
Ela ficou um pouco corada, mas talvez fosse por não estar habituada a que eu falasse essas coisas. Eu também fiquei impressionado comigo mesmo, mas eu precisava de abrir o meu coração para ela, eu tinha que dizer que ela não precisa de perder a confiança em mim, eu tinha que demonstrar que ela é importante para mim, que ela não passa apenas de uma simples mulher e sim que ela é a mulher, a mulher que eu escolhi para ficar comigo.
— Não vamos discutir mais sobre isso, pois não? — disse eu com um olhar de cachorrinho abandonado
Ela sorriu e disse
— Não, desconfiança nunca mais. — encostou a sua cabeça no meu peito nu e depois olhou-me nos olhos e disse — Amo-te — depositando-me um beijo nos lábios
— Nunca te esqueças disto que te vou dizer, ok? — ela assentiu abanando a cabeça e depois falei directamente nos olhos brilhantes dela — Infiel nunca serei e sempre te amarei
FIM