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Titulo: Amélia - As lembranças não estão em fotos.
Autora: J.Hachiko
Beta-reader: Lara Monique
Genero: Romance, Drama
Classificação: 16 anos
Possui linguagem inadequada, consumo de alcool e cigarro.
Agradecimentos: Obrigada Lara Monique pela capa e mais ainda por ter aceito ser minha Beta. Liebe Dich ♥!
Um dia parei para pensar e descobri que tudo na minha vida era só ilusão. Decidi então dar um basta e deixar para tras todo aquele teatro e aquela encenação. Eu estava farta disso, farta da vidinha comum e das rotinas, farta de risos forçados e de máscaras que usamos todos os dias para agradar a tal sociedade. Decidi ser independente, ser mais eu, me amar de verdade. Decidi que ninguém mais me faria chorar ou sofrer, decidi que seria eu contra o mundo e que nenhuma futilidade iria me abater. Estava tudo tão certo... Até você aparecer e de repente tudo aquilo que havia decidido para mim foi desfeito como poeira ao vento...
A vida é tão confusa e tão vaga. E se um dia você apagar tudo e recomeçar o zero?
Capitulo 1
Duas faces da Moeda
Duas faces da Moeda
“Alguns dizem que é necessário muito tempo para se descobrir qual o significado da vida. Outros passam por ela sem nem ao menos entendê-la. Sem descobrir o verdadeiro amor, a verdadeira felicidade. Ou talvez isto tudo estivesse bem próximo, mas as pessoas tinham o olhar distante demais para percebê-los... Houve um tempo em que eu pensava que podia ser feliz, que eu poderia ter algo que fosse só meu. Eu estava equivocada. Neste mundo nada nos pertence, afinal, no fim das contas não poderemos levar nada dele...”
Em um lugar afastado, cercado de árvores, portões e grades, os raios do sol começavam a mergulhar gentilmente por entre as flores indicando o amanhecer. Bill Kaulitz foi gentilmente acordado por seu mordomo lhe informando que era hora de levantar. Ele era um dos milionários da conhecida família dos Kaulitz. Bill era um ícone da musica, moda e beleza. Ele e seu irmão gêmeo Tom freqüentavam as melhores festas, os melhores eventos, ao lado das companhias mais influentes de toda a Los Angeles. Eles foram um dia uma das melhores bandas de rock do mundo, ao lado dos então amigos Georg e Gustav que ficaram em seu país natal. Até que um dia decidiram se separar para decepção dos fãs do mundo inteiro.
Desde então se passaram cinco anos. O contanto entre os gêmeos e os velhos amigos tornou-se vago. Uma vez por outra. A vida deu muitas voltas desde então. Bill era a extravagância. As tatuagens monstruosas e gigantescas os numerosos piercings, brincos, anéis e colares, além de roupas que pareciam ter vindo direto de algum desfile ou do próprio armário da Lady Gaga. O garoto comum de Magedburg transformou-se na exuberância e glamour em pessoa. Sempre na primeira fila dos mais badalados desfiles de moda. Criou junto com o irmão uma grife de roupas que ele mesmo desenhava. O antes vocalista agora era estilista. Tom, o irmão mais velho, era o ex-guitarrista, mantinha há anos um relacionamento com Ria Sommerfeld, uma modelo, ex-rainha da beleza de origem filipina. Nunca houve uma declaração ou anuncio oficial, mas os dois realmente estavam juntos a mais de cinco anos. Tom era produtor musical junto com mais dois amigos. Era excelente musico e compositor e ajudava na descoberta de novos talentos. Georg e Gustav, respectivamente baixista e baterista, moravam e Hamburgo. Construíram suas famílias e mantinham uma vida instável tocando para outra banda local. Georg tinha um filho com a esposa Lara que conhecia há muitos anos. Eram discretos e não gostavam da badalação dos gêmeos. Algumas más línguas dizem que isso foi o motivo para o fim da banda. Outros dizem que os gêmeos decidiram que faziam mais sucesso sozinhos. No fim das contas ninguém sabia ao certo.
Bill Kaulitz, quase trinta anos. Tinha tudo o que sempre sonhou e almejou a vida inteira. Fama, fortuna, status, era um ídolo, um ícone. Tinha tudo. Mas, mesmo assim, permanecia sozinho...
Bill desceu a escadaria de sua mansão ao som dos “Clarck” de seus sapatos de grife. Ele observou a mesa do café forrado de guloseimas, mas as cadeiras permaneciam vazias.
-Edward! E o Tom? - Ele disse se virando para o mordomo que permanecia imóvel ao lado da mesa em seu fraque extremamente bem alinhado.
-Mr.Tom saiu hoje cedo acompanhado da senhorita Sommerfeld. Disse, abre aspas, “Avise ao Bill que vamos fazer uma caminhada matinal antes de irmos ao estúdio”, fecha aspas.
-Desde quando Tom gosta de levantar cedo? Essa Ria transformou mesmo a disposição do meu irmão viu? Então tá! Vou tomar café sozinho... De novo...
Após finalizar seu desjejum ligou para o irmão batendo o pé de forma impaciente. No outro lado da linha Tom atendeu após inúmeras tentativas de Bill, que o respondeu de forma ríspida.
-Onde você está?
-Eu deixei recado com o Edward, estou no estúdio resolvendo algumas questões.
-Cara! Você sabe que eu odeio tomar café sozinho!
-Eu sei! Mas eu tinha que estar aqui de manhã. Aproveitei e resolvi caminhar com Ria e o Scooty.
-Até o Scooty você levou?
-Se eu tivesse te acordado iria ouvir: “Tom você sabe que eu não gosto de ser acordado cedo demais”... - Tom disse imitando a voz do irmão. - Você não é tão fácil de lidar assim sabia? Francamente...
-Tom? Tom? Tom? Não desligue na minha cara seu bastardo!....Ele desligou! Nem você é tão fácil de lidar assim. - Disse segurando o celular em frente ao rosto.
Ele observou a casa vazia. Lembrou-se da velha amiga Natalie. Pegou novamente o celular.
-Natalie? Vamos fazer compras.
Bill era uma versão masculina de qualquer socialyte de Bevely Hills. Se não tinha nada pra fazer? Vamos fazer compras. Chateou-se? Compras. Está feliz? Compras.
Natalie era uma amiga de longa data. Ex-maquiadora da banda, ela acabou se tornando parceira de compras do Bill, principalmente depois do termino da banda e que ele teve de dividir o irmão com Ria e a gravadora. Depois das compras, foi pra casa aguardar o irmão, depois teve sessão de fotos, desfile, festas e eventos e assim era a vida dos gêmeos...
O sol bateu no rosto de Becca. Ela despertou com um pulo. Era hora de partir. Levantou-se do banco que improvisou de cama. Na noite passada não teve muito tempo para procurar um lugar para dormir. Ajeitou as poucas coisas na mala, pôs sobre a moto e partiu. O destino? Quem sabia ao certo...
Becca chegou em alguma cidade próxima a Los Angeles, um pouco menor e com pouco habitantes. Observou atenta a cada detalhe a procura de uma pensão, quando avistou desceu da moto, respirou fundo. Havia passado o dia viajando, era hora de descansar.Ela andou devagar até a entrada daquele lugar. Os passos firmes indicavam uma personalidade monstruosamente forte. Carregava nas costas uma mochila e o que parecia ser uma câmera. Cabelos ruivos da cor de fogo meio ondulados cortados um pouco abaixo dos ombros, olhos claros, cara de poucos amigos. Jaqueta de couro, jeans surrado e botas e coturno. Vaidade não era muito seu forte, embora ainda fosse uma mulher bonita. Ela chegou perto do balcão, a atendente que desviava sua atenção pintando as unhas olhou-a dos pés a cabeça.
-Perdeu alguma coisa? - A forasteira disse com a voz grave.
-N-Não senhora! O-O que deseja? - A moça disse visivelmente constrangida.
-Aqui é uma pensão né? Eu quero um quarto obvio!
-E-e por quanto tempo pretende ficar?
-Não é da sua conta!
-Creio que não tenhamos vagas senhora infelizmen-...
Ela jogou a mala sobre o balcão e tirou uma grande quantidade de dinheiro preso com um elástico.
A atendente olhou para o lado onde o dono da pensão a observava furioso com uma cara de “cale a boca ou está despedida!”
-...Mas podemos abrir uma exceção e lhe oferecer um de nossos melhores quartos. A nossa suíte presidencial.
-Nossa! A espelunca agora tem até suíte presidencial? O que o dinheiro não faz né?
-Aqui estão as chaves senhora. - Ela disse vermelha.
Ela tomou as chaves da atendente e lhe lançou um olhar de sarcasmo misturado com qualquer coisa desagradável.
-Primeiramente, quero todas as refeições. Eu não me misturo com os outros portando sirva-me no quarto. Eu acordo sempre depois das 11 e durmo sempre depois das três. Portanto não me incomode. Não gosto de visitas, não gosto de vizinhos, não gosto de ninguém. - Ela disse virando as costas deixando a moça perplexa. - A propósito eu não sou “senhora”, meu nome é Becca e é só o que precisa saber de mim.
Era uma mulher cheia de mistérios. Falava pouco. Era fotógrafa e escritora. Há mais de um ano na estrada tirando as mais belas fotos daquele continente. A bordo de uma moto, levando historias para contar. Sem destino... Em alguns dias viajaria novamente em direção a qualquer lugar que lhe renda lindas fotos e historias encantadoras.
Ela desceu de seu quarto bem cedo. Nem mesmo a atendente a viu descer. Em sua moto procurou por algo que realmente interessava. Era hora de tirar fotos. O nascer e o por do sol eram suas paisagens favoritas que ela mesma descrevia como os melhores momentos da natureza. Mas as pessoas não tinham tempo para percebê-los. Viu a mãe levar os filhos a escola. Viu o padeiro abrir as portas da sua padaria, viu a velha senhora abrir as janelas para uma das vistas mais privilegiadas que se podia ter e aguar suas jardineiras na janela. Cada momento daquele sendo registrado com apenas um clique. Quando sol saiu por completo voltou ao quarto e guardou detalhe mágico em seu notebook.
Não gostava de redes sociais, ou blogs, ou sites. Não gostava da vida digital que o homem construiu ao longo do tempo. Poucas pessoas sabiam o real significado do “calor humano” que muitas vezes era confundido com sexo.
Becca passou o resto da semana naquela cidade e depois seguiu viagem. A próxima cidade era Los Angeles. Para ela aquela cidade deveria se chamar “Los Diabos” porque era bem similar a todos os pecados do inferno. Luxúria, ira, avareza, gula, preguiça, orgulho e inveja. Tudo misturado e impregnado nas ruas, nas casas, nas pessoas. Uma caixinha de surpresas. La estava Becca depois de tantos anos de volta aquela cidade...
Ela foi se aproximando da cidade. À medida que ia chegando sentia seu coração apertar como se a qualquer momento fosse sumir. As lembranças que tinha dali não eram das mais agradáveis. Parou em frente a um hotel de três estrelas. Uma pensão na verdade. Desceu da moto. Como sempre chamava atenção pelo seu estilo “acabei de acordar e nem penteei o cabelo.”
-Bom dia! - A recepcionista disse sorrindo.
-Bom? Só se for pra você! - Becca também não tinha papas na língua ou um pingo de bom humor ou simpatia. - Eu quero um quarto. Vou ficar por três dias antes que me pergunte.
-Sim senhora. Aqui estão as chaves. Quarto 707.
- 707? Ok. Não me incomode.
-Certo... - As pessoas no hotel se entreolharam e fizeram uma cara de desagrado.
Becca revirou os olhos e balbuciou algo como “aff!Burgueses!” E seguiu para seu quarto! Deitou-se na cama de solteiro. O Quarto localizado no quinto andar tinha uma bela vista da cidade.
Aproveitando o sol que se escondia no horizonte tirou dezenas de fotógrafias. “Bem vindo a Los Diabos, terra onde os sonhos começam e terminam com a mesma velocidade, que o sol se propaga no horizonte...”
Desde então se passaram cinco anos. O contanto entre os gêmeos e os velhos amigos tornou-se vago. Uma vez por outra. A vida deu muitas voltas desde então. Bill era a extravagância. As tatuagens monstruosas e gigantescas os numerosos piercings, brincos, anéis e colares, além de roupas que pareciam ter vindo direto de algum desfile ou do próprio armário da Lady Gaga. O garoto comum de Magedburg transformou-se na exuberância e glamour em pessoa. Sempre na primeira fila dos mais badalados desfiles de moda. Criou junto com o irmão uma grife de roupas que ele mesmo desenhava. O antes vocalista agora era estilista. Tom, o irmão mais velho, era o ex-guitarrista, mantinha há anos um relacionamento com Ria Sommerfeld, uma modelo, ex-rainha da beleza de origem filipina. Nunca houve uma declaração ou anuncio oficial, mas os dois realmente estavam juntos a mais de cinco anos. Tom era produtor musical junto com mais dois amigos. Era excelente musico e compositor e ajudava na descoberta de novos talentos. Georg e Gustav, respectivamente baixista e baterista, moravam e Hamburgo. Construíram suas famílias e mantinham uma vida instável tocando para outra banda local. Georg tinha um filho com a esposa Lara que conhecia há muitos anos. Eram discretos e não gostavam da badalação dos gêmeos. Algumas más línguas dizem que isso foi o motivo para o fim da banda. Outros dizem que os gêmeos decidiram que faziam mais sucesso sozinhos. No fim das contas ninguém sabia ao certo.
Bill Kaulitz, quase trinta anos. Tinha tudo o que sempre sonhou e almejou a vida inteira. Fama, fortuna, status, era um ídolo, um ícone. Tinha tudo. Mas, mesmo assim, permanecia sozinho...
Bill desceu a escadaria de sua mansão ao som dos “Clarck” de seus sapatos de grife. Ele observou a mesa do café forrado de guloseimas, mas as cadeiras permaneciam vazias.
-Edward! E o Tom? - Ele disse se virando para o mordomo que permanecia imóvel ao lado da mesa em seu fraque extremamente bem alinhado.
-Mr.Tom saiu hoje cedo acompanhado da senhorita Sommerfeld. Disse, abre aspas, “Avise ao Bill que vamos fazer uma caminhada matinal antes de irmos ao estúdio”, fecha aspas.
-Desde quando Tom gosta de levantar cedo? Essa Ria transformou mesmo a disposição do meu irmão viu? Então tá! Vou tomar café sozinho... De novo...
Após finalizar seu desjejum ligou para o irmão batendo o pé de forma impaciente. No outro lado da linha Tom atendeu após inúmeras tentativas de Bill, que o respondeu de forma ríspida.
-Onde você está?
-Eu deixei recado com o Edward, estou no estúdio resolvendo algumas questões.
-Cara! Você sabe que eu odeio tomar café sozinho!
-Eu sei! Mas eu tinha que estar aqui de manhã. Aproveitei e resolvi caminhar com Ria e o Scooty.
-Até o Scooty você levou?
-Se eu tivesse te acordado iria ouvir: “Tom você sabe que eu não gosto de ser acordado cedo demais”... - Tom disse imitando a voz do irmão. - Você não é tão fácil de lidar assim sabia? Francamente...
-Tom? Tom? Tom? Não desligue na minha cara seu bastardo!....Ele desligou! Nem você é tão fácil de lidar assim. - Disse segurando o celular em frente ao rosto.
Ele observou a casa vazia. Lembrou-se da velha amiga Natalie. Pegou novamente o celular.
-Natalie? Vamos fazer compras.
Bill era uma versão masculina de qualquer socialyte de Bevely Hills. Se não tinha nada pra fazer? Vamos fazer compras. Chateou-se? Compras. Está feliz? Compras.
Natalie era uma amiga de longa data. Ex-maquiadora da banda, ela acabou se tornando parceira de compras do Bill, principalmente depois do termino da banda e que ele teve de dividir o irmão com Ria e a gravadora. Depois das compras, foi pra casa aguardar o irmão, depois teve sessão de fotos, desfile, festas e eventos e assim era a vida dos gêmeos...
***
O sol bateu no rosto de Becca. Ela despertou com um pulo. Era hora de partir. Levantou-se do banco que improvisou de cama. Na noite passada não teve muito tempo para procurar um lugar para dormir. Ajeitou as poucas coisas na mala, pôs sobre a moto e partiu. O destino? Quem sabia ao certo...
Becca chegou em alguma cidade próxima a Los Angeles, um pouco menor e com pouco habitantes. Observou atenta a cada detalhe a procura de uma pensão, quando avistou desceu da moto, respirou fundo. Havia passado o dia viajando, era hora de descansar.Ela andou devagar até a entrada daquele lugar. Os passos firmes indicavam uma personalidade monstruosamente forte. Carregava nas costas uma mochila e o que parecia ser uma câmera. Cabelos ruivos da cor de fogo meio ondulados cortados um pouco abaixo dos ombros, olhos claros, cara de poucos amigos. Jaqueta de couro, jeans surrado e botas e coturno. Vaidade não era muito seu forte, embora ainda fosse uma mulher bonita. Ela chegou perto do balcão, a atendente que desviava sua atenção pintando as unhas olhou-a dos pés a cabeça.
-Perdeu alguma coisa? - A forasteira disse com a voz grave.
-N-Não senhora! O-O que deseja? - A moça disse visivelmente constrangida.
-Aqui é uma pensão né? Eu quero um quarto obvio!
-E-e por quanto tempo pretende ficar?
-Não é da sua conta!
-Creio que não tenhamos vagas senhora infelizmen-...
Ela jogou a mala sobre o balcão e tirou uma grande quantidade de dinheiro preso com um elástico.
A atendente olhou para o lado onde o dono da pensão a observava furioso com uma cara de “cale a boca ou está despedida!”
-...Mas podemos abrir uma exceção e lhe oferecer um de nossos melhores quartos. A nossa suíte presidencial.
-Nossa! A espelunca agora tem até suíte presidencial? O que o dinheiro não faz né?
-Aqui estão as chaves senhora. - Ela disse vermelha.
Ela tomou as chaves da atendente e lhe lançou um olhar de sarcasmo misturado com qualquer coisa desagradável.
-Primeiramente, quero todas as refeições. Eu não me misturo com os outros portando sirva-me no quarto. Eu acordo sempre depois das 11 e durmo sempre depois das três. Portanto não me incomode. Não gosto de visitas, não gosto de vizinhos, não gosto de ninguém. - Ela disse virando as costas deixando a moça perplexa. - A propósito eu não sou “senhora”, meu nome é Becca e é só o que precisa saber de mim.
Era uma mulher cheia de mistérios. Falava pouco. Era fotógrafa e escritora. Há mais de um ano na estrada tirando as mais belas fotos daquele continente. A bordo de uma moto, levando historias para contar. Sem destino... Em alguns dias viajaria novamente em direção a qualquer lugar que lhe renda lindas fotos e historias encantadoras.
Ela desceu de seu quarto bem cedo. Nem mesmo a atendente a viu descer. Em sua moto procurou por algo que realmente interessava. Era hora de tirar fotos. O nascer e o por do sol eram suas paisagens favoritas que ela mesma descrevia como os melhores momentos da natureza. Mas as pessoas não tinham tempo para percebê-los. Viu a mãe levar os filhos a escola. Viu o padeiro abrir as portas da sua padaria, viu a velha senhora abrir as janelas para uma das vistas mais privilegiadas que se podia ter e aguar suas jardineiras na janela. Cada momento daquele sendo registrado com apenas um clique. Quando sol saiu por completo voltou ao quarto e guardou detalhe mágico em seu notebook.
Não gostava de redes sociais, ou blogs, ou sites. Não gostava da vida digital que o homem construiu ao longo do tempo. Poucas pessoas sabiam o real significado do “calor humano” que muitas vezes era confundido com sexo.
Becca passou o resto da semana naquela cidade e depois seguiu viagem. A próxima cidade era Los Angeles. Para ela aquela cidade deveria se chamar “Los Diabos” porque era bem similar a todos os pecados do inferno. Luxúria, ira, avareza, gula, preguiça, orgulho e inveja. Tudo misturado e impregnado nas ruas, nas casas, nas pessoas. Uma caixinha de surpresas. La estava Becca depois de tantos anos de volta aquela cidade...
Ela foi se aproximando da cidade. À medida que ia chegando sentia seu coração apertar como se a qualquer momento fosse sumir. As lembranças que tinha dali não eram das mais agradáveis. Parou em frente a um hotel de três estrelas. Uma pensão na verdade. Desceu da moto. Como sempre chamava atenção pelo seu estilo “acabei de acordar e nem penteei o cabelo.”
-Bom dia! - A recepcionista disse sorrindo.
-Bom? Só se for pra você! - Becca também não tinha papas na língua ou um pingo de bom humor ou simpatia. - Eu quero um quarto. Vou ficar por três dias antes que me pergunte.
-Sim senhora. Aqui estão as chaves. Quarto 707.
- 707? Ok. Não me incomode.
-Certo... - As pessoas no hotel se entreolharam e fizeram uma cara de desagrado.
Becca revirou os olhos e balbuciou algo como “aff!Burgueses!” E seguiu para seu quarto! Deitou-se na cama de solteiro. O Quarto localizado no quinto andar tinha uma bela vista da cidade.
Aproveitando o sol que se escondia no horizonte tirou dezenas de fotógrafias. “Bem vindo a Los Diabos, terra onde os sonhos começam e terminam com a mesma velocidade, que o sol se propaga no horizonte...”
Última edição por J.Hachiko em Sáb Out 13, 2012 9:54 pm, editado 1 vez(es)