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Humanoid Chronicles

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76Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Sáb Nov 24, 2012 9:36 pm

Anny V.

Anny V.
Moderadora

Mine malvada! kkkkkk Bem feito pro Bill, quem mandou ele ter chamado a Mine de Petrova Humanoid Chronicles - Página 4 4006026513
Agora ele deve ta pensando que ela tem alguma coisa com o Tom. Falando nisso, Tom espertinho! Ganhou dinheiro as custas da Mine.

Aiai, sinto que esses dois já se amam, só falta admitirem um pro outro isso.

Continua, Sam!

http://h-u-m-a-n-o-i-d.tumblr.com/

77Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Dom Nov 25, 2012 12:52 pm

Ella.McHoffen

Ella.McHoffen
Administradora

Anny falou tudo.

Vingança doce?! Quero logo logo o próximo capitulo para ver o que Bill vai falar sobre o presente dela pra ele. E ainda super curiosa para saber que presente é para o Tom.

Continua Sam bounce

https://thfanfictions.forumeiro.com

78Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Dom Nov 25, 2012 3:01 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 31


Estou preso entre os mundos
Coordenado, Incógnito
(Humanoid [german version] – Tokio Hotel)

02 de Setembro de 2109
Bêbada e exausta
00h25min PM

Eu estava em uma cadeira, com a mão em meu rosto tentando parar aquela sensação de navegando em alto-mar. Todos os outros estavam quase na mesma situação, Gustav estava passando mal, com a cabeça deitada em uma mesa, Georg acabara dormindo em sua própria cadeira e Tom estava pálido feito um fantasma. Apenas Bill parecia estar bem e ainda mantendo um copo com um pouco de cerveja, sem tocar nele.
– Quem vai querer bolo? – Natalie exclamou – Precisamos cantar parabéns para os dois. Não acredito que são tão fracos a ponto de já estarem passando mal!
Só de pensar em bolo, minha barriga já se revirava. Uma coisa é beber cerveja calmamente, outra coisa é bebê-la como se fosse a última bebida do deserto. Todos nós tentamos nos levantar e ir até a mesa para cantar parabéns. Bill estava sóbrio o suficiente para ficar em equilíbrio e segurar Tom que estava quase caindo em cima do bolo. Acho que as fotos desse ano vão ficar bem mais divertidas do que a do ano passado.
Quando toda aquela baboseira acabou e alguns poucos se aventuraram a comer o bolo, puxei Tom para longe dali, tomando cuidado para que nós dois não caíssemos no chão.
– Aquele seu beijo foi impressionante, você realmente gosta dele – Tom falou, se sentando em uma cadeira afastada do pessoal.
– Não gosto dele – eu falei, achando que minha voz soou com um tom babaca – Aquilo foi só para vocês pararem de encher.
– Wilhelmine, eu confirmei por mim mesmo que você é uma ótima garota para o meu irmão.
– Você está bêbado, não sabe o que está falando! – eu ri, enquanto abria a minha bolsa e tirava um pacotinho – Isso é para você, feliz aniversário!
Ele pareceu um bocado surpreso, tive que insistir para que ele pegasse meu presente. Tirando o papel com cuidado para que não rasgasse, um escapulário caiu na palma de sua mão. Fiz sinal para que ele abrisse e ao fazê-lo, encontrou a foto de sua mãe e a de Bill, um em cada lado.
– Mas não era seu?
– Era, eu quero que fique com ele. Graças a Gustav, consegui imprimir as fotos e colocá-la aí. Não é grande coisa, mas espero que goste.
Inesperadamente ele me abraçou e meu coração começou a bater fortemente por aquela ação e pelo receio que alguém visse isso. Logo eu seria considerada a vadia da base se pensassem que eu estava ficando com os dois gêmeos, mesmo que seja um pouquinho de verdade. Isso me fez pensar no que Tom disse: “Sou o único que ele permite tal coisa, porque praticamente somos a mesma pessoa, estamos juntos nessa”. Mesma pessoa. Talvez isso explique porque me sinto tão bem perto deles.
– Espero que você tenha um presente para Bill, sei que está zangada, mas ele gosta de verdade de você. Ele passou praticamente a vida inteira se perguntando se você estava segura e agora que está aqui, é como se ele tivesse perdido um peso tremendo das costas – ele falou enquanto se afastava de mim.
– Eu tenho um presente para ele, mas não sei como entregar.
– Tenho uma ideia, vá para a cozinha dele. Vou fazê-lo ir até lá, vocês vão ter toda a privacidade para conversar.
– Obrigada, mas... Tom você está enganado, eu não gosto dele.
– Gustav me contou que você dormiu no quarto de Bill – ele falou aquilo de forma tão natural que quase pude evitar meu enrubescimento – As câmeras são controladas por ele, não sei se você sabia. Eu sei que não aconteceu nada porque Bill não gosta de aventuras de uma noite, além de que ele estava tendo aquele problema do corpo rejeitando as peças robóticas.
– O que? O corpo dele rejeita as peças? Por isso estava com febre? – eu exclamei realmente surpresa.
– É, ele precisa tomar remédios todo o dia. É igual quando uma pessoa faz transplante de órgãos, para aceitar o novo inquilino, precisa tomar certas substâncias. Só que o Bill é cabeça-dura, ele não toma certinho, alegando que um dia ele não precisará mais dos remédios, então ele tem recaídas.
– Ele não me contou isso, pensei que fosse apenas uma febre comum.
– Ele não gosta que sintam pena dele, é um idiota insensível mesmo, por isso que não aconteceu nada naquele dia, pelo menos, eu acho. Mas aconteceu algo que te deixou com raiva, eu vi como estava receosa. Se ele te contou toda aquela baboseira de “Não quero que mais ninguém que eu ame morra, por isso vou evitar ter relacionamentos”, não dê a mínima. Bill pode ser um Humanoid, um cruel, mas ainda é humano.
– O problema dele é o passado, ele está muito preso a ele – eu comentei, me lembrando de Petrova.
– Ah, você está falando da russa! Ele te chamou de Petrova, não foi? – Tom começou a cair na risada, deixando-me totalmente sem-graça – Quando Bill fica com febre, tem alucinações e a maioria é com ela. Deve ser difícil esquecer um grande amor, mas nada como outro.
Não adiantava conversar com ele, mesmo que eu negasse, Tom acreditava fielmente que eu gostava de Bill. Por isso, tive que partir da festa segundo o plano, mas não tinha certeza se conseguiria chegar até a cozinha, afinal eu via três portas em vez de uma. Eu só estava indo com isso adiante porque precisava entregar o presente e explicar tudo para Bill, o que seria muito constrangedor na frente de todo mundo. Além de que ele me encheria de desculpas, pelo menos, é o que eu espero. Depois do que eu fiz, acho que nunca mais vai querer olhar na minha cara, não que me importe.
Descer todas aquelas escadas era um sufoco e várias vezes pensei que iria cair e quebrar o pescoço. O chato de ser meio-robô é que você ainda é um tanto frágil, ou seja, totalmente mortal se for atingido no lugar certo. Claro que minhas costelas eram de platina, mas minha garganta não.
Graças aos céus que a grande cozinha estava totalmente vazia. Seria um bocado estranho atravessá-la bêbada com muitas pessoas te olhando. Até era bom ficar sozinha um instante, naquele breu o atravessando facilmente... Como diabos estou enxergando tudo perfeitamente nesse escuro? Olhei para minha mão e a conseguia ver como se estivesse no sol do meio-dia. Peguei uma das panelas de Inox ao meu lado e consegui ver meu reflexo, meus olhos estavam do mesmo jeito de sempre, mas um tanto acinzentados. Será que o álcool estava deixando-me relaxada o suficiente para usar meus poderes de forma tão natural?
Fui até o interruptor e liguei a luz, logo minha visão ficou escura e em segundos voltou ao normal, vendo todo o local perfeitamente. Desliguei a luz e o breu tomou conta, mas logo conseguia enxergar tudo novamente, como se estivesse com a luz acesa. Claro, a resposta estava na minha cabeça, literalmente. Meu cérebro entendeu que eu precisava enxergar o local para chegar ao meu objetivo, então meus olhos automaticamente se acostumaram com o escuro, mas do seu jeito robótico. Aquilo era muito mais preciso que olhos humanos. O que mais eu seria capaz de fazer e não sabia?
Abri a porta da cozinha de Bill, também tudo estava na penumbra. Decidi não ligar a luz por enquanto, caminhei até o balcão, coloquei minha bolsa no chão e tirei minhas sandálias. Eu precisava testar uma coisa antes, por isso também subi em cima do balcão. Queria tentar flutuar como Starkey disse que eu conseguiria. A maioria dos carros, motos, skates flutuam a certa distância do chão. Isso facilita muito a locomoção, principalmente em terremotos e enchentes, onde policiais e bombeiros conseguem socorrer mais fácil as vítimas. Se eu sou capaz de flutuar, isso seria uma grande ajuda.
Então eu pulei, tentando manter a mente limpa como se flutuar fosse o mesmo que chegar ao nirvana. Mas meus pés tocaram o chão sem o menor impacto, como se eu tivesse pulado de um degrau. Claro que eu não desisti, não sei quantas vezes subi no balcão – e caí também – e pulei, mas nada surtiu o efeito desejado. Como diabos posso flutuar e fazer tudo que Starkey havia dito? Ele falou que do mesmo jeito que um humano descobre seu corpo, eu também teria que descobrir meu corpo robótico, só que não faço ideia de como.
Havia um tempo que eu estava tentando descobrir qual seria a minha participação nos Dogs Unleashed. Será que eles iriam me levar para destruir carregamentos de robôs? Ou tentaríamos explodir a World Behind My Wall? Recuso-me a fazer uma coisa dessas, não quando passei grande parte da minha vida naqueles corredores. Não queria participar dessa guerra, não quero destruir nada nem matar ninguém, quero apenas ter uma vida normal.
Antes eu pensava em ser cientista, sabe? Queria trabalhar em programação de robôs e ajudar o meu pai. Meu sonho foi por água abaixo parcialmente. Claro que posso me tornar uma cientista, mas terei que conseguir sozinha e não tenho toda aquela segurança que eu tinha. Meu pai pagaria minha faculdade, ele que me daria trabalho. Agora que estou meio que contra ele, significa que meu sonho está mais longe do que antes. Não tenho ninguém e duvido que os Dogs Unleashed me dariam toda a segurança que preciso, eles tem mais com o que se preocupar.
Quando tudo isso acabar, serei só eu. Se os Dogs Unleashed ganharem, partirei rapidamente daqui para Hamburgo novamente e tentarei a vida sozinha. Se a World Behind My Wall Corporation ganhar, também fugirei, mas se forem atrás de mim, não terei escolha a não ser ficar do lado deles. Quem sabe não é o melhor, apesar de tudo que sei? Talvez o meu desejo seja que isso fique igual à Guerra Fria, ninguém atacando ninguém, apenas um tentando mostrar ao outro quem é o melhor. Só que isso significa que ficarei parada aqui, sem saber que caminho seguir. Uma geleira presa, estabilizada para sempre no mar ártico.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

79Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Dom Nov 25, 2012 5:10 pm

Ella.McHoffen

Ella.McHoffen
Administradora

Amei Amei o presente que Mine deu ao Tom! Razz Nunca me passou tal coisa pela cabeça.

Todos percebem que os dois Bill e Mine gostam um do outro, só eles nao vêem.

Ansiosa para saber o que o Bill vai falar e fazer sobre o presente de Mine

Continua Sam bounce

https://thfanfictions.forumeiro.com

80Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Dom Nov 25, 2012 5:12 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 32


Caio na noite
E procuro por você
Tudo o que está dentro de mim se quebra
O sonho queima
O amor congela
(Sonnensystem – Tokio Hotel)

02 de Setembro de 2109
Na cozinha de Bill
00h37min PM

As luzes da cozinha se acenderam, dando-me um susto. Eu ainda estava sentada no balcão quando Bill chegou e também ficou surpreso ao me ver ali, parada, no escuro como um fantasma. Esperei que ele dissesse alguma coisa, mas apenas ficou encarando-me, como se eu fosse uma espécie de alucinação criada por sua mente um tanto embriagada.
– Feliz aniversário – eu disse finalmente, quebrando todo o silêncio.
– O que está fazendo aqui? – ele perguntou sem um pingo de gratidão pelo o que eu dissera.
Desci do balcão e fui até a minha bolsa, precisava entregar esse presente antes que decidisse jogá-lo contra a parede. Não que isso fosse importante, na verdade aquilo se tornara mais uma obrigação do que realmente algo feito de bom grado. Bill não merecia nenhum presente da minha pessoa, ainda mais um que me fez ficar umas nove horas tentando consertá-lo.
Estiquei o pacote na frente dele. O papel azul que eu surrupiara da sala de Gustav para empacotar os dois presentes e não deixá-los tão pobrezinhos. Ele ficou um tempo olhando para o presente, como se não acreditasse naquilo, como se fosse uma espécie de armadilha.
– É seu – eu disse para confirmar – Pegue logo.
Bill pegou o pacote e começou a abri-lo, lançando olhares para mim como se esperasse um ataque eminente. Eu fiquei na minha, apenas observando enquanto ele tirava seu Idiary tão brilhante que parecia novo, direto da loja. Só esperava que por dentro estivesse tão digno quanto sua carcaça.
– Consertei seu Idiary, o achei na gaveta do seu quarto. As fotos que peguei não eram para vingança, era para serem escaneados e colocados nele, assim você poderia levar suas lembranças mais facilmente com você – eu disse de forma quase que decorada, sem vida – Não sou infantil, não sou digna de desconfiança e deveria dizer que não sou vingativa, mas acabei pegando essa sua mania irritante de última hora.
– Obrigado – ele disse finalmente, ligando o seu Idiary que acendeu sua tela quase em um milagre, científico, claro – Desculpe pelo que eu disse, eu não sabia que era esse o motivo de você ter pegado as fotos, se eu soubesse, nunca teria dito aquilo...
– Mas disse – falei rispidamente – Você disse o que pensa de mim. Eu não sou sua irmã menor, Kaulitz. Não preciso ser tratada como uma criança irresponsável e mimada. Cuidei muito bem de mim mesma durante esses anos e se segui o caminho errado ou sofri o acidente, foram apenas obstáculos que tive que passar. Não sou a garotinha de dois anos nem a adolescente rebelde, já passei dessas duas épocas.
Quando terminei de dizer, notei que ele estava surpreso, mas não era por causa do sermão. Eu havia o chamado de Kaulitz e só havia uma pessoa que o chamava daquela forma quase autoritária: Petrova. Ficar lendo o diário dele por um tempo me fez achar engraçado chamá-lo daquela forma e até fiz a nota mental de que devia tentar algum dia. E acabei chamando-o, mas de forma inconsciente.
– Não precisa mais cumprir a sua promessa, pois já foi cumprida. Estou salva e sei que nada vai acontecer comigo, não precisa ficar bancando o irmão mais velho que uma hora está preocupado e outra hora está me dando sermão e fingindo que não se importa. Juro que você é a pessoa que menos entendo nesse mundo.
– Você acha que fiz tudo que fiz por causa de uma promessa? Eu me importo com você e já disse isso. Só não sei como lidar com você, não sei o que esperar de uma pessoa que me enfrenta, que questiona minhas ordens. E sim, a considero como minha irmã mais nova e vou continuar te protegendo mesmo que não queira.
– Eu não preciso de sua proteção, Kaulitz – eu falei novamente, adorando o efeito que isso causava nele – Sua proteção masoquista e militar. Tanto que quero ir embora daqui, não aguento mais ficar nessa base! Nem que a World Behind My Wall Corporation me localize, não dou a mínima para essa conspiração e sua vingança.
– Não pode, você não sabe nem metade do que está te esperando lá fora. Wilhelmine, você não é a filha do célebre cientista do Projeto Humanoid, você é uma cobaia que deu certo. Para eles, você não é mais uma pessoa e sim um objeto. Eles estavam esperando sua recuperação para que finalmente pudessem tirar o resto de humanidade que há em você e transformá-la em uma máquina.
– Talvez eu fique igual a você, frio e calculista.
– Vai ficar pior – ele falou em fúria e depois olhou para o seu Idiary – Por que me deu um presente?
– Também não sei, foi perda de tempo, você não merece.
– Qual era o motivo antes de eu confrontá-la por causa das fotos? – ele perguntou novamente, fazendo-me ficar pensativa.
– Queria retribuir, por que me salvou, mesmo eu estando com raiva já que me chamou de Petrova. Eu... eu li o seu diário e entendi o seu jeito de pensar, conheci parte do seu passado. Queria que você continuasse a escrever, isso me deixa mais aliviada quando estou com raiva e talvez isso também funcionasse com você. Acho que você tem muito que desabafar.
Lá veio a culpa. Agora eu me lembrava bem do motivo de ter feito isso e me dedicado. Mesmo que fosse mínimo, havia alguma coisa em comum entre nós dois: tínhamos medo de ser esquecidos. Ao escrever esse diário, espero que algum dia alguém ache-o e descubra que existiu uma Humanoid chamada Wilhelmine. Bill, ao escrever seu diário, queria a mesma coisa, já que um dia vivo na guerra é um dia de sorte.
– Não foi perda de tempo. Talvez você não mereça agora ele, mas em algum momento anterior, mereceu – eu disse por fim, olhando para ele como se fosse um estranho. Bill nem sequer conseguia formular frases direito, apenas ficava em silêncio, talvez tivesse medo de falar alguma besteira.
– Obrigado, de verdade, pelo presente. Mesmo depois de eu ter brigado com você, você achou que valia a pena entregá-lo para mim. Agora é minha vez de retribuir de alguma forma. Vá para o seu quarto e se vista de uma forma mais confortável e pegue sua mochila, encontre-me na frente do meu – ele disse, abrindo a porta da cozinha e já saindo por ela, quando se virou – Ah, você fica muito bem nesse vestido, se quiser ficar com ele, tudo bem.
Então Bill sumiu, deixando-me sozinha novamente sem entender nada. Vesti as minhas sandálias e peguei a minha bolsa, fazendo o que ele pediu mais pela curiosidade de saber o que planejava. Só espero que ele ainda não dê uma boa olhada em seu Idiary, pois além das fotos de costume, ele iria encontrar uma nova com um recado: “Cachorrinho, uma versão mais nova para você já que a outra foto tem cinco anos. Com carinho, Wilhelmine”.



02 de Setembro de 2109
Trocando-me
01h19min PM

Eu havia vestido minhas roupas comuns de Dogs Unleashed e já estava com minha mochila nos ombros, em frente ao quarto de Bill. Quando ele saiu, estava com uma jaqueta de couro e fez sinal para que o seguisse. Subimos um bocado de escadas, por andares que eu nunca havia me aventurado antes até chegar a um espaço enorme onde havia dezenas de motos, dois helicópteros, um tanque de guerra e mais outros meios de locomoção ocultados pelas sombras.
– Suba – Bill falou quando se sentou em uma das motos e apontou para o lugar atrás dele – Segure firme, elas são mais potentes que as usadas comumente.
Não estava acreditando que íamos sair da base! Passei meus braços em volta dele e segurei-me firmemente enquanto a moto acelerava em direção a um portão automático que estava abrindo. Quando o ar gélido de Berlim foi de encontro ao meu rosto, finalmente senti-me bem por está livre de tudo aquilo, como se eu fosse um passarinho desesperado para sair da sua gaiola, que quando consegue, sente uma paz enorme. Por mais que ainda nutrisse certa raiva de Bill, agora ela desaparecera conforme os prédios destruídos sumiam.
A base dos Dogs Unleashed ficava no subterrâneo da parte mais destruída de Berlim, um lugar, que não é mais habitado por causa dos destroços. Isso explica porque a World Behind My Wall Corporation nunca descobriu a localização, eles pensavam que era um bando de adolescentes que viviam na parte rica e não destruída. E de certa forma, eu estava agradecida por eles nunca terem sido encontrados.
A moto de Bill sobrevoava todos os escombros velozmente, desviando de pedaços de ferro e entulhos que impediam nossa passagem. Eu não sabia ao certo para onde ele estava nos levando, mas decidi aproveitar aquela viagem sem me preocupar com isso. Sempre sonhei em ter uma moto, só que meu pai não confiava em mim, o que foi bom, afinal se eu sofresse o acidente em uma moto, com certeza não estaria aqui para contar a história.
Fiquei surpresa quando pude avistar o Portal de Brandemburgo, ainda intacto e imponente, mas sem nenhuma luz o iluminando. A moto parou bem em frente e Bill desceu, estendendo sua mão para que me ajudasse. Ainda não entendia o porquê de estarmos aqui, eu olhava o portal, esperando que alguma coisa surgisse do nada, mas tudo estava tão quieto quanto um cemitério.
– Eu não posso passar daqui, é perigoso, mesmo para mim, ir adiante sem contar com a ajuda dos outros – Bill falou, tirando algo da sua jaqueta e estendendo para mim – Pegue.
Olhei para sua mão e descobri que havia um bolo de notas de dinheiro. Nem meu pai me deixava andar com aquela quantidade toda.
– O que? Para que isso? – eu perguntei.
– Você falou que queria ir embora, queria recomeçar sua vida. Não tenho certeza se isso é suficiente, mas é o que tenho no momento – ele disse simplesmente, fazendo um desespero enorme surgir dentro de mim – Há ônibus levando pessoas de Berlim para Hamburgo às três da manhã no final da Unter den Linden (principal Avenida da Alemanha). Cuidado com eles, Mine, não os deixe pegá-la novamente.

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81Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Dom Nov 25, 2012 5:13 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 33


Vem, a noite é brilhante
Vem, escapa do mundo
Vem, deixe-se cair
Para voar
(Komm – Tokio Hotel)

02 de Setembro de 2109
No Portão de Brandemburgo
01h42min PM

– Não – eu disse quase num sufoco – Não posso.
– Leve o dinheiro, não preciso dele – Bill falou, pegando minha mão e colocando na minha mão.
– Não é por causa do dinheiro. Eu não posso ir embora dessa maneira. Não dessa forma súbita.
– Por que esperar? Em breve nós vamos tentar acabar com a World Behind My Wall Corporation, vamos receber reforços e temos provas o suficiente sobre o que andam fazendo. Não quero que você esteja aqui quando isso acontecer.
Droga, porque eu não conseguia aceitar? Eu tinha uma mochila com tudo que eu precisava e agora tinha dinheiro o suficiente para viajar, comprar comida e alugar moradia até que eu conseguisse emprego. Era isso que eu queria, não era? Recomeçar? Agora que tenho a oportunidade, tenho medo de usá-la.
– Eu tenho medo – disse, tentando me justificar – E se nada der certo?
– Você pode ligar para mim – ele disse, estendendo um papelzinho onde havia seu ID do Idiary – Eu tentarei te ajudar.
– Não – eu disse fechando os meus olhos fortemente, tentando evitar que lacrimejasse – Não posso ir. Não vou conseguir lidar com isso sozinha.
– Você é uma das pessoas mais fortes que conheço – ele riu, achando graça na cena realmente infantil que eu estava fazendo – Tenho certeza que conseguirá lidar.
– Pare de ser tão otimista – falei entre os dentes, finalmente abrindo os olhos e sentindo uma lágrima quente descer pela minha bochecha – Por que quer se livrar de mim agora? E não diga que é essa bobagem de acabar com a corporação do meu pai.
– Mine, você não disse que não queria ser tratada como minha irmã mais nova? Eu aceitei o fato de que você é madura o suficiente para conseguir isso sozinha. Confio em você, agora.
– Está se vingando de mim, é isso! Quer me tratar como adulta, para eu sentir falta de como você me tratava antes!
– Não, mas você sente falta? – ele sorriu marotamente, percebendo que tinha um trunfo.
– Você é um idiota! – eu exclamei, fazendo minha voz ecoar por toda a rua – Não sinto falta coisa nenhuma e vou provar indo embora.
Peguei o bolo de dinheiro e enfiei em minha mochila, ajeitei-a em minhas costas e fui andando decidida até a direção que ele me indicara, mas não consegui me afastar muito e olhei para trás. Bill ainda estava ali, encostado em um dos pilares do Portal, fumando um cigarro que só pode ser identificado por causa da fumaça que saía de sua boca. Ele estava olhando para mim e sorriu ao ver que eu me virara.
Se eu seguisse em frente, aquela seria a última vez que eu o veria, duvidava muito que se ligasse para ele, Bill viria correndo me ajudar. Eu queria sentir raiva do maldito, raiva daquele sorriso de deboche e raiva da calma dele ao me ver ir embora, sendo que uma vez pediu que eu ficasse. Mas eu só sentia uma tristeza enorme invadir meu corpo, se apoderando até das partes robóticas que não deviam sentir nada. Eu não queria ir embora daquela forma, não sem antes me despedir de Tom, Georg, Gustav e Natalie. Não sem antes me despedir dele de forma certa.
Então antes que meu cérebro pudesse decidir o que fazer, minhas pernas robóticas correram de volta para o portal, de forma tão rápida que em um segundo eu estava a dez metros longe dele e no momento seguinte eu estava ao seu lado.
– Não posso ir embora sem antes me despedir dos outros, isso seria errado – eu justifiquei.
– Só isso? – ele falou, não dando à mínima enquanto assoprava uma fumaça densa.
– Eles são importantes para mim, mesmo que faça pouco tempo que os conheço.
– Podemos voltar, você se despede e então esperamos o ônibus, acho que dá tempo. Tudo bem para você? – ele perguntou, se divertindo ao ver meu rosto empalidecer com aquela possibilidade.
– Tudo bem – eu disse com raiva – Confesso que não quero ir embora. Que a possibilidade de enfrentar tudo sozinha me dá medo, porque sempre tive pessoas ao meu lado, mesmo nas festas. Agora não tenho ninguém.
– Você tem a mim – ele disse, quase me fazendo rir.
– Você não vai a Hamburgo comigo – retorqui, girando os olhos.
– Vou, mas não agora, tenho assuntos importantes a tratar. Quando tudo estiver finalizado, eu vou para Hamburgo com você – ele disse dessa vez sem deboche nenhum – A única coisa que tem a fazer é esperar um pouco.
Ele estava brincando, não estava? Porque ele abandonaria os Dogs Unleashed para vir comigo para Hamburgo? Só que ele estava falando sério mesmo, ele me olhava como se esperasse uma resposta afirmativa.
– Irmão mais velho de novo? – ele perguntou, estendendo sua mão para que eu apertasse.
– Não – eu me afastei – Você não é o meu irmão e não aja como fosse.
– Ah, desculpe, esqueci que você é minha cunhada.
– Você também! – eu exclamei, ficando vermelha – Eu não gosto de Tom e ele acha que gosto de você. Eu só disse o nome dele ao te beijar, porque queria te machucar da mesma forma que você fez comigo.
– Uau – ele exclamou rindo – Como você é cruel e insensível. Brincando com o sentimento das pessoas.
– E você tem muita moral? Você me beijou e me chamou de Petrova.
– Isso te feriu? – ele tragou a fumaça do cigarro e depois soltou a fumaça, rindo. Pelo visto, estava se divertindo mais do que eu.
– Feriu meu orgulho, não que eu sinta qualquer coisa do tipo por você – rebati, olhando-o em desafio.
– Desculpa, eu não estava consciente e percebi que aquilo te atingiu.
– Não me atingiu, eu só estava triste por tudo que eu havia descoberto. Meio que foi a gota d’água e mínima que transbordou minhas emoções.
– Igualzinha quando era criança. Fazia as coisas erradas e colocava a culpa em mim. Por que não aceita o fato de que aquilo te entristeceu?
Ele estava brincando comigo igualzinho fazia antes, mas agora era com seus jogos de palavras. Eu não estava a fim de ficar muito tempo congelando naquele frio e com certo medo de ser descoberta pela World Behind My Wall Corporation. Confesso que pela primeira vez, ansiava demais pelo meu quarto na base.
– Foi um desaforo apenas – eu falei bufando – Chega de conversa, podemos voltar? Está muito frio aqui e não estou usando nenhuma jaqueta de couro para me aquecer.
Bill jogou o cigarro no chão e pisou, fiquei furiosa com aquilo e dei um soco em seu ombro, fazendo-o vacilar um pouco.
– Não jogue lixo no chão, o mundo já está acabado demais para você sujá-lo – eu disse, recolhendo a bituca e indo até o cesto de lixo mais próximo, mas eu duvidava que alguém fosse recolhê-la, poucas pessoas se atrevem a ir até a Berlim destruída.
Olhei para o lugar a minha volta, tentando guardar o último vislumbre antes que eu voltasse para a sufocante base. Berlim estava quase destruída como grande parte do planeta e era uma sorte eu estar viva já que poderia estar na lista de milhares de pessoas que morrem todos os dias. O Portal de Brandemburgo ainda estava de pé, apagado e esquecido, e talvez não fosse questão de tempo para que ruísse como tudo a sua volta.
– O que está olhando? – Bill perguntou, não demonstrando nenhuma raiva pelo soco que lhe dei.
– Quero guardar o Portal de Brandemburgo em minha memória, pode ser que um dia nunca mais o veja – abaixei minha cabeça e fui em direção a moto de Bill – Vamos logo.
Bill caminhou calmamente até onde eu estava e tirou sua jaqueta, colocando-a em volta de mim e puxando-me para mais perto dele. Seus olhos castanhos olharam-me com uma mescla de carinho e compaixão, algo que nunca havia visto nele e nunca pensei que ele poderia sentir. Então inesperadamente seus lábios tocaram o meu sutilmente, totalmente diferente do beijo desesperado que havia me dado quando pensou que eu fosse Petrova.
Parecia que eu esperava por algo como aquilo faz tempo. No fundo, eu pensei que Bill tirou-me da base para ficar a sós comigo e eu meio que quis acreditar nisso, nesse idiota e efêmero desejo. Não podia estar gostando dele, não do cara que me trancou em uma solitária, não o cara que me torturou, não o cara que gosta de brincar com meus sentimentos. A diferença dele de Tom, é que este já mostra o que é, você já sabe com o que está se envolvendo. Com Bill, não. Era como estar perdida em uma floresta, sem saber se vai encontrar uma saída ou uma areia movediça. Tom estava encantado por mim, disso eu tinha certeza, mas não sabia o que Bill sentia, não fazia ideia.
Então apenas deixei-me ser levada, envolvida nos braços dele, sentindo seu gosto se misturar com o meu como se nas outras vezes isso nunca tivesse acontecido. Da primeira vez foi um engano e da segunda foi vingança, dessa vez não havia nada em jogo e ninguém estava preso em outros objetivos desnecessários. Quando ele afastou seu rosto do meu, lembrei-me que estava frio o suficiente para que meus dedos congelassem, era como se ele houvesse levado uma parte de mim com ele dessa vez.
– Você ganhou seu beijo, Wilhelmine – ele falou, dando ênfase no meu nome. Então ele se afastou e subiu na moto – Agora podemos ir.
Ainda confusa, subi na moto e passei meus braços em volta dele. Deitei minha cabeça em suas costas e não consegui ver mais cenário nenhum, já que a única coisa que eu via era os resquícios do que acabara de acontecer. Droga, o que estava havendo comigo? Eu já o beijara antes e não fora tão incrível, porque dessa vez mudara? Mas eu não queria ouvir a resposta, não queria saber a verdade.
Quando chegamos à base – o que foi rápido demais para o meu gosto –, Bill guardou sua moto junto com as outras. Ele estava impassível e eu tentava descobrir seus pensamentos ou emoções, mas não havia nada que denunciasse. Enquanto eu ainda sentia minhas bochechas quentes, mesmo com todo o frio, ele ainda parecia um bloco de gelo inquebrável e impenetrável.
– Melhor irmos para nossos quartos – ele disse finalmente – Estamos bastante fatigados e já é tarde.
– Toma – eu falei, tirando o bolo de dinheiro da minha mochila e entregando a ele junto com seu casaco – Obrigada.
– De nada, eu que agradeço por não ir embora – então ele sorriu misteriosamente e foi embora sem me esperar.
Fiquei um tempo ali, olhando para os lados, que mostravam a resposta para minhas dúvidas como se fossem letreiros de néon. Tom estava certo, eu estava apaixonada. Infelizmente, pelo gêmeo mais errado que eu poderia me apaixonar. E eu não conseguia ver futuro nisso como não via em outras coisas sobre mim. Malditos caminhos que insisto em seguir.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

82Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Dom Nov 25, 2012 6:09 pm

Ella.McHoffen

Ella.McHoffen
Administradora

Amei amei amei tudo.

Mine mandou-se bem para ele tratando-o por Kaulitz. Adorei ve-lo sem palavras Laughing
Curiosa pra saber o que o Bill vai achar da foto e ainda mais curiosa sobre as coisas que ele irá escrever no Idiary.

Ainda bem que ela nao foi. Não sei como ele ficou tão calmo ao vê-la seguir em frente. Estava à espera que ela viesse a correr e disse que nao poderia ir porque esta apaixonada por ele, mas não Crying or Very sad

Wow o primeiro beijo sentido Razz

Aleluia menina Mine diz que esta apaixonada. Humanoid Chronicles - Página 4 456023687

Continua Sam bounce

https://thfanfictions.forumeiro.com

83Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Qua Nov 28, 2012 10:53 am

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 34


Eu odeio minha vida
Eu não posso
Ficar sentado por um único dia
Eu fiquei aqui esperando
Por algo pelo qual viver e morrer.
(In your shadow – Tokio Hotel)

02 de Setembro de 2109
Em meu quarto
09h03min AM

Acordei com batidas insistentes em minha porta. Devia ser o maldito café-da-manhã que chegava todos os dias às nove horas. Pensei seriamente em ignorar, pois estava muito mais com sono do que com fome, além de estar com uma maldita dor de cabeça por causa da bebedeira de ontem.
– Mine? – ouvi a voz de Bill me chamando através da porta e saí da cama em um pulo, correndo até ela e a abrindo. Ele estendeu a bandeja de café-da-manhã para mim o que eu achei estranho, porque desde que eu estive na cela, ele nunca trouxe mais nada – Posso entrar?
– Claro – eu falei, meio desconcertada por ele ter me pego em um estado decadente. Ele foi até a escrivaninha e colocou a bandeja ao lado do meu Idiary e depois se virou para mim.
– Eu quero que você coma e se arrume o mais depressa possível – ele disse em um tom parecido com os dos médicos quando querem encobrir uma doença realmente perigosa.
– Por quê? – perguntei. Eu não estava com vontade nenhuma de fazer qualquer coisa às pressas depois dessa noite cansativa.
– Porque tenho quase certeza que nossa base vai sofrer um ataque a qualquer instante e quero que você esteja segura e não se meta.
Aquilo era um bocado de informação para alguém que acabara de acordar. Como assim a base ia ser atacada? Que eu saiba, estávamos seguros o suficiente e meu pai nunca descobriria o local exato, ainda mais por ficar na Berlim destruída. Mas Bill estava extremamente sério para ser brincadeira.
– Como eles podem saber? – eu perguntei ainda descrente.
– Lembra quando eu disse que não importava para onde você fosse, eles iam te encontrar? Descobri que eles só não te localizaram antes porque quando nós a sequestramos, você estava desacordada, meu choque-elétrico foi o suficiente para deixar o localizador que haviam colocado em você em pane. Além de que, uma base no subsolo dificultou também sua localização por satélite. Mas nada os impediu de localizarem você nessa madrugada.
– Oh, Gott! Eu não sabia disso! Não queria que tivesse acontecido dessa forma! – eu exclamei assustada – Se eu soubesse, não teria saído!
– Não, não foi sua culpa. Eu planejei isso. Temos armas e pessoas o suficiente para fazer um ataque surpresa.
– Espere um momento, você quer dizer que saímos ontem à noite porque planejava tudo isso? Que me localizassem para virem atrás de mim? – eu falei, finalmente sentindo as engrenagens em meu cérebro começarem a funcionar (o que é irônico para uma Humanoid). Bill assentiu – Você me usou, sem que eu soubesse! Fazendo todo aquele teatrinho de que eu deveria ir embora!
– Não totalmente – ele continuou com sua voz calma e séria, enquanto eu estava quase prestes a explodir – Realmente te dei a oportunidade de ir embora, mesmo sabendo que eles iriam te achar de qualquer maneira. Mesmo assim, o plano original era atraí-los para cá. Se você fosse embora, provavelmente depois que eles te pegassem, eles iriam atrás de nós porque o localizador indicaria o lugar de onde você veio.
– Você me usou – eu disse firmemente.
– É, eu te usei, mas você aceitaria participar do plano se soubesse? Você ainda está confusa e em dúvida com todas as informações que recebeu. Mine, eu quero ir para Hamburgo com você, mas preciso terminar isso aqui antes e quanto mais rápido, melhor. Você pensa que eu gosto dessa vida? Essa é a única maneira de manter Tom e vocês seguros. Já perdi muitas pessoas importantes e não quero perder vocês dois.
Minha raiva por ele ter me usado se esvaiu. Eu acreditava no que ele havia dito, com certeza Bill queria recomeçar uma vida que ficasse longe de conspirações e problemas. E eu quero a mesma coisa. Hamburgo, minha cidade natal, seria uma ótima possibilidade, ainda mais que a cidade ainda estava inteira. Ela é quase a prova de furacões e terremotos, com prédios e casas que aguentam as forças da natureza o máximo que podiam. A maioria das cidades é assim, mas algumas insistem em continuar com suas construções antigas, como aconteceu com Berlim.
– Acho melhor você se arrumar – Bill falou, vendo que eu estava quieta – E você precisa se alimentar ainda.
Fiz que sim e fui em direção ao banheiro. Tomei banho e comecei a me arrumar o mais rápido possível que uma ressaca e sono permitiriam. Eu estava com medo do que poderia acontecer enquanto eu estivesse escondida. Será que muitas pessoas morreriam? Pessoas que eu gosto muito como Bill, Tom, Georg, Gustav e Natalie? Será que meu pai morreria? Ou ele estaria no conforto da World Behind My Wall Corporation? Eu tinha tantas dúvidas e meu futuro mudaria a partir de hoje dependendo do lado que acabasse ganhando.
Saí do banheiro com minha cabeça pulsando de dor e encontrei Bill ainda no meu quarto com sua atenção se fixada no meu Idiary ao seu lado, na escrivaninha. Meu coração saltou desesperado, a página que estava aberta era a última coisa que eu havia escrito. Claro que eu tinha senhas e mil proteções contra invasões, mas quando se deixa a página aberta, nada impede da pessoa ler o que está escrito. Bastava ele passar o dedo na tela touch e ele ligaria automaticamente.
– O que aconteceu com Petrova? – foi a primeira pergunta que veio a minha mente para impedir que ele fizesse aquilo – Você não me contou como... ela morreu.
Arrependi-me de ter feito a pergunta, porque ele me olhou surpreso e de forma amargurada. Pelo menos, o meu plano inicial funcionou, Bill perdeu todo o interesse pelo meu Idiary e se eu fosse esperta o suficiente, conseguiria tirá-lo dali sem que ele percebesse.
– Desculpa pela pergunta – eu falei, aproximando-me cuidadosamente da escrivaninha – É que eu estava curiosa quanto a isso, mas se não quiser contar, tudo bem.
– O último dia que a vi, estávamos mudando de base – ele respondeu, um tanto hesitante – Estávamos sobrevoando um local que segundo nossos superiores estava totalmente livre de rebeldes. Havia armas e suprimentos que levaríamos para a nova base e uma das nossas sacolas acabou caindo do nosso carro e eu decidi recuperá-la. A sacola estava a alguns metros de onde nós estávamos e eu nem vi de onde veio o ataque, a única coisa que escutei foi a explosão e meu corpo voando pelos ares. Segundo as pessoas que me salvaram, apesar de grande parte do meu corpo estar queimado e de eu ter perdido minha perna e meu braço esquerdo, eu ainda estava vivo.
– Foi por isso que você virou um Humanoid? – eu perguntei finalmente entendendo – Você sofreu um acidente igual a mim!
– Sim, o que minha mãe lutou para que não acontecesse, aconteceu. Ela me mandou para a guerra, querendo que Tom e eu ficássemos escondidos e trabalhando na parte segura, apenas como operários ou ajudantes. Dessa vez, ela teve que aceitar o destino, eu não a culpo por ter me transformado no que sou hoje, minha mãe se sentia culpada o suficiente para deixar-me morrer daquela maneira, por isso aceitou a ajuda da World Behind My Wall Corporation. Ela preferia que eu fosse usado nos experimentos porque realmente preciso do que como uma cobaia.
– E porque mataram sua mãe? – eu perguntei realmente interessada, mas prestando atenção também no meu Idiary que cada vez estava mais próximo.
– Meu corpo recusou as partes robóticas, mas com a medicação certa, eles perceberam que eu podia conviver muito bem com esse problema. Só que eles queriam Tom também, eles queriam que meu irmão também se tornasse um Humanoid como eu, mas sem realmente precisar. Imagine dois robôs de guerra que conseguem se comunicar por telepatia, sem precisar de nenhum dispositivo? Eles queriam irmãos gêmeos Humanoids. E minha mãe era contra, por isso me sequestrou do hospital e pediu ajuda aos únicos que poderiam nos manter protegidos: os Dogs Unleashed. Como “pagamento”, ela deu informações para eles e quando a World Behind My Wall Corporation descobriu a traição, mataram-na.
– E você teve notícias da Petrova? O que aconteceu com ela?
– Sim, eu acordei um mês depois do meu acidente e em uma semana já estava na base dos Dogs Unleashed junto com Tom. Procurei informações sobre Petrova e achei o nome dela em uma lista de mortos do dia 12 de Maio de 2108. O corpo dela foi levado de volta para Rússia e já tinha sido sepultado. Parecia que tudo foi um sonho que termina de forma súbita quando você acorda. Em um momento eu estava do lado de Petrova e ainda me correspondia com minha mãe, no outro, eu acordava em uma cama de hospital na forma de Humanoid, com Petrova morta e com minha mãe indo na mesma direção. Nessa guerra que é pior que a outra, eu perdi o amor da minha vida, minha mãe, meu lar e meu corpo. Confesso que muitas vezes pensei em me suicidar, mas se eu fizesse isso, Tom também faria o mesmo. Decidi viver por ele.
Eu não sabia o que falar, na verdade, não havia nada o que fazer. Consolar seria idiota, aquelas mesmas frases – “Vai ficar tudo bem” ou “Não se preocupe” – não valiam nada quando eu não sabia a dor que ele sentia. Por isso foquei minha atenção no meu Idiary, dava para eu pegá-lo e tirá-lo da página sem que Bill desconfiasse...
– O que você está fazendo? – Bill perguntou, acordando daquele transe que ele se encontrava. Seus olhos fitaram o Idiary que se encontrava a milímetros dos meus dedos e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Bill o pegou – Está tentando evitar que leia o que está escrito, não é?
– Não! – eu falei tentando encobrir meu medo por relaxamento fingido – Eu só queria verificar que horas eram. Agora pode me devolver?
– Está mentindo – ele riu e encostou seu dedo na tela do Idiary, fazendo-o ligar instantaneamente – Você estava escrevendo! Deixe-me ver... Fiquei um tempo ali, olhando para os lados, que mostravam a resposta para minhas dúvidas como se fossem letreiros de néon...
Não sei se foi o desespero, só sei que meu corpo pulou com tudo em cima dele tentando retirar o Idiary de suas mãos antes que ele lesse o último parágrafo até o final. Bill não podia saber que eu estava apaixonada por ele, ainda mais depois de contar toda essa história triste que mostra o quanto ele valoriza seu passado. Bill ainda amava o fantasma de Petrova e eu não podia competir com uma morta quando ela parecia estar mais viva que eu.
– Devolve! – eu exclamei quando Bill e eu caímos com tudo no chão. Eu estava segurando o Idiary, mas tinha medo de puxar e destruí-lo já que não estava conseguindo controlar minha força naquela situação.
Gott, não precisava destruir tudo! O que tinha aqui de tão constrangedor que eu não poderia ler?
– Devolve meu Idiary, agora! Não quero você lendo minhas privacidades.
– Você leu o meu, por que não posso ler o seu?
– Seu Idiary é de um ano atrás, o meu são de coisas que acontecem atualmente. Não quero que você saiba nada sobre o que eu penso e sinto! – eu disse, tentando arrancar o Idiary dele, mas Bill o afastou mais de mim.
– Por quê? – ele insistiu. Gott! O que eu vou falar? Preciso de um plano urgente!
– Porque... porque se você ler, vai descobrir que sou louca por você, que estou extremamente apaixonada e que cada partícula do meu corpo deseja você.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

84Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Sex Nov 30, 2012 8:36 pm

Anny V.

Anny V.
Moderadora

Não creio que a Mine falou aquilo pro Bill Shocked
Ela se declarou, assim, daquele jeito... Estou chocada '-'

Quanto mais falam dessa Petrova, mas eu acho que ela não morreu!
Vai ver até que ela é uma Humanoid também, e o Bill ainda não sabe.

De qualquer jeito, foi triste o acidente dele, e as circunstâncias que fizeram a mãe dele aceitar que ele se tornasse um Humanoid. Mais triste ainda foi a mãe dele ter morrido por querer proteger ele e o Tom.

Antes que eu me esqueça. Sacanagem o Bill ter usado a Mine pra atrair a World behind my wall até a base da Dogs unleashed. Espero que isso não de em merda, e alguém acabe muito machucado.

Eu quero muiiiito saber a reação do Bill a declaração da Mine!

http://h-u-m-a-n-o-i-d.tumblr.com/

85Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Sáb Dez 01, 2012 3:22 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 35



Nota da autora:
Indico ler ouvindo Snuff do Slipknot (foi uma das músicas que mais me inspirou a escrever a fanfic, a música é linda, a letra é linda, a melodia é perfeita!). Também indico Given To Me do Michael Jackson, em minha opinião, uma das melhores músicas dele. Ou, simplesmente, escolham a música que quiser.

Salve-me com seu amor esta noite
Venha e me traga de volta a vida
Salve-me com sua luz esta noite
Você pode fazer a escuridão brilhar
(Alien – Tokio Hotel)

02 de Setembro de 2109
...
09h31min AM

Consegui! Os olhos castanhos deles ficaram arregalados ao ouvir aquilo e seu corpo de repente tornou-se hirto abaixo do meu. Quando percebi que seus dedos se afrouxaram ao redor do meu Idiary, eu retirei-o das mãos de Bill e saí o mais rápido possível de cima dele. Em segundos eu havia saído da página de diário e agora Bill poderia mexer o quanto quisesse, mas não conseguira ter acesso aos meus textos confidenciais.
– Eu estava brincando – eu disse, virando-me e percebendo que ele continuava na mesma posição de antes. Mas Bill nem se mexeu, nem falou nada, apenas continuava a olhar para o teto em um estado quase catatônico – Ouviu o que eu disse? Eu estava brincando, era a única forma de arrancar o Idiary das suas patas, cachorrinho.
– Eu li o último parágrafo até o final – ele disse finalmente, sentando-se no chão e fitando os meus olhos espantados – E concordo com ele.
Não estava mais entendendo nada. O que diabos eu havia escrito mesmo? Digitei minha senha na tela e logo pude constar o que eu dissera: Tom estava certo, eu estava apaixonada. Infelizmente, pelo gêmeo mais errado que eu poderia me apaixonar. E eu não conseguia ver futuro nisso como não via em outras coisas sobre mim. Malditos caminhos que insisto em seguir.
– Ah... eu... eu não estou apaixonada por você – eu disse tentando pensar em algo bom a dizer – Só foi uma besteirinha que acabei escrevendo ontem por causa das cervejas e daqueles beijos. Não leve isso a sério.
– Mine, estamos no meio de uma guerra e nem sei se vou sobreviver hoje à noite. A World Behind My Wall Corporation tem motivos o suficiente para me aniquilar, independente de eu ser o Humanoid 482. Mesmo se der tudo certo, eu não sei como vai ser o nosso futuro daqui para frente, ainda há muita coisa a planejar e não há futuro para nós dois da forma que você pensa.
– Pare de falar comigo como se eu fosse uma pupila recebendo lições de história do seu professor! – eu falei com raiva, não por ele estar realmente falando dessa maneira comigo, mas porque ele estar me dando um fora – Eu não estou apaixonada por você, Kaulitz! Quando eu estiver em Hamburgo, vou viver a minha vida e você que viva a sua, nunca pensei em viver com você.
– Ótimo – ele se levantou do chão e respondeu calmamente, não de forma arrogante como realmente soou aos meus ouvidos – É melhor assim.
A fúria tomou conta de mim. Sentia o sangue pulsando quente nas minhas veias ainda humanas e mesmo meus membros robóticos pareciam se aquecer rapidamente. Realmente não pensava em viver uma vida com ele, concordo plenamente com o que disse em meu Idiary. Mas aos olhos dele, eu era a criança tendo uma paixonite passageira, que não devia ser levada adiante e precisava ser cortada pela raiz. Eu não era mais criança e sabia o suficiente sobre meus sentimentos.
Por isso, não pude segurar o meu braço robótico que se deslocou o mais rápido possível para o rosto dele. Eu queria acabar com aqueles traços delicados, queria destruir o seu nariz perfeito e principalmente, vedar aqueles malditos olhos castanhos. Mas não consegui concluir meu objetivo, porque a mão dele segurou o meu punho, mesmo que eu colocasse força, não conseguia avançar muito.
– Eu não sou uma criança – eu disse entre os dentes – Não me trate como se eu fosse, como se eu não entendesse a situação e como se eu não entendesse meus sentimentos. Sabe como quem você está falando? Como Petrova! Lembra da primeira vez que você fez a idiotice de se declarar a ela? Ela falou praticamente a mesma coisa que você está falando agora. E o que você respondeu, se lembra? “Não diga que não me olha de forma diferente do jeito que olha os demais. Você me quer tanto quanto eu a quero. Não vejo nada de errado em um amor em meio à guerra, é disso que todos precisam, é isso que acabaria com essa droga que estamos vivendo. Se todos tivessem amor, ninguém estaria matando como está agora”. Eu gravei essa frase no meu Idiary e a leio sempre para me assegurar que você não é um idiota, que há algo de bom em você. Eu que não confio no que você se tornou agora, acho que prefiro o adolescente apaixonado e bobo.
Ele não disse nada, apenas me encarava com seu olhar duro e incisivo. Puxei meu braço do aperto dele e Bill teve que acompanhar o movimento para não soltar, fazendo seu rosto ficar a alguns centímetros do meu.
– Você tem medo – eu falei em escárnio – O tão cruel e insensível Bill Kaulitz tem medo de viver novamente, tem medo de se apaixonar e gostar das pessoas, porque acha que vai perdê-las. A morte é a única certeza que temos e a acho muito mais misericordiosa que a vida, afinal a vida vai arrancando nossa alma aos poucos. Você está se escondendo da vida e é pior, pois quando chegar a sua vez, não vai ter ninguém para chorar por sua morte, não vai ter nada para levar com você além da mágoa que criou. Petrova está morta, sua mãe está morta, Eikens está morto, mas Tom, Gustav, Georg, Natalie e eu ainda estamos vivos. A situação que estamos agora não justifica em nada suas ações!
– Wilhelmine – ele disse com raiva por causa do meu sermão – Você não sabe de nada!
– Não sei de nada? Eu sei que você não quer isso! Eu sei que você quer viver! Eu sei que não quer ficar para sempre no meio de guerras e mortes. E eu sei que você tem medo de seguir em frente, prefere ficar com essa dor em que se acomodou – comecei a sentir lágrimas quentes descerem pelos meus olhos e o olhar dele ficou menos duro ao perceber isso – Sabe qual é a maior certeza que eu tenho? Que eu poderia ter me apaixonado pelo divertido Tom, que eu poderia ter me apaixonado pelo engraçado Georg ou pelo inteligente Gustav, mas acabei me apaixonando por você. E não vejo mesmo futuro nisso não da minha parte e sim da sua.
Então ele soltou meu braço, quando fui me afastar dele, Bill puxou-me para perto e beijou-me. Seu corpo quente encostou-se ao meu e dessa vez o beijo foi intenso e desesperado, como se realmente ele pensasse que fosse me perder a qualquer instante. Por mais que eu estivesse com raiva, foi impossível não corresponder, quando realmente cada partícula do meu corpo o desejava de verdade. Nós mantínhamos nossos corpos colados, em uma forma de prolongar as sensações e memórias, já que era o que ele mais prezava.
Bill derrubou-me em minha cama, apoiando seu peso em seus cotovelos enquanto fitava meu rosto vermelho e ofegante. Eu passei meus braços em volta dele, sentindo a brandura por baixo da sua regata preta e fina. Pela primeira vez, ele olhava-me de forma diferente, não com raiva ou tristeza, era um olhar terno que atravessava minha alma e queimava-me por dentro.
– Deixe-me curá-lo – eu disse, acariciando seu rosto – Deixe-me curar sua alma aos pedaços.
Ele não disse nada, apenas fechou seus olhos com longos cílios e suspirou, aproximando novamente seus lábios dos meus. Cada toque dele queimava minha pele como se novamente ele estivesse febril. Estávamos de volta na noite de 31 de Agosto, indo em frente aonde havíamos parado, dessa vez, sem nada que atrapalhasse. Só que dessa vez era eu que ele estava vendo e não Petrova. Dessa vez era eu que estava sendo beijada verdadeiramente e não o resquício de um fantasma do passado. Era minha alma que ele tinha em suas mãos, e eu tinha a dele nas minhas.
Suas mãos percorreram minhas coxas lentamente, deixando rastros de arrepios, subindo até a minha cintura e puxando minha camiseta preta, até meu corpo se ver livre dela. Logo todas as nossas peças de roupa estavam no chão, nada impedia que sentíssemos um ao outro, pele sobre pele, não importando se ela fosse real ou sintética. Meus lábios procuraram a pele dele, querendo saber que gosto teria um Humanoid e tenho que dizer, que meu pai fez um bom trabalho em nós.
Eu não conseguia mais pensar, minha mente estava paradoxalmente concentrada no que estava acontecendo e também tão deslumbrada, como se eu estivesse drogada e as imagens passassem apenas como vultos. Minhas unhas se cravavam em suas costas enquanto ele explorava meu corpo, enquanto adentrava-me, no começo, dolorosamente, mas depois em uma onda de prazer que se espalhou.
Tudo bem, eu não quero transformar esse diário em um livro erótico nem nada desse tipo, mas é que aquele momento foi tão importante e surreal, que preciso descrever detalhes o suficiente para mantê-lo vivo em minha mente. Nossa atração era tão grande que aqueles minutos parecerem horas, pensei que duraria para sempre e era o que eu mais queria. Cada beijo, cada toque, cada movimento pareciam me levar a um êxtase que nunca consegui chegar não importando que droga eu tomasse. Nunca quis tanto alguém como o quis naquele momento.
Quando finalmente acabou, Bill tombou ao meu lado, seu corpo, comparado ao meu quase não suou, mesmo assim, ele estava mais vivo do que qualquer pessoa, com seu coração batendo desesperadamente igual ao meu. Ele virou seu rosto para me olhar e sorriu, sorriu como nunca havia visto antes e isso encobriu todos os sentimentos ruins que ele sentia há um bom tempo.
– Obrigado por lembrar-me que sou humano, às vezes esqueço-me – ele disse, acariciando meu rosto e tirando as mexas que estavam grudadas em minha testa – Hoje, quando tudo terminar, estaremos indo para Hamburgo juntos. Vamos recomeçar nossas vidas e nada mais irá nos impedir.
Um sorriso se espalhou pelo meu rosto. Ainda havia aquele medo do recomeço em mim, mas agora eu tinha companhia. Eu não estava torcendo pela morte do meu pai, só queria que tudo acabasse da melhor forma possível para que eu conseguisse viver minha própria vida, sem nenhuma conspiração. Mas eu ainda queria falar com ele, ver o ponto de vista do meu pai nisso tudo e se ele realmente estava me usando. No fundo, eu queria acreditar que ainda tínhamos laços familiares e que eles eram mais forte que tudo isso. Um dos meus sonhos era trabalhar com meu pai e também ser reconhecida como uma cientista Langebahn. Agora, nem sei mais qual é meu sobrenome, talvez, eu seja apenas Wilhelmine.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

86Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Sáb Dez 01, 2012 7:04 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 36


Pronto com razões
Completo por perguntas
Concluído com vida
Finalizado com sangue
Estou pronto!
(Humanoid – Tokio Hotel)

02 de Setembro de 2109
Em meu quarto
10h27min AM

Eu já estava vestida e tinha minha mochila em minhas costas. Bill estava terminando de colocar seu coturno e era impossível olhá-lo com uma admiração que eu não tinha antes. Estou apaixonada e isso é um bocado estranho, não sei direito como agir ou o que falar a ele, por isso estamos apenas em silêncio.
– Aonde você vai me levar? – eu perguntei, tentando iniciar uma conversa, além de que estou realmente curiosa.
– Não parece nada legal, mas vou te levar as celas. Lá você vai estar segura o suficiente, além de que fica no subsolo – ele falou, se levantando e vindo em minha direção. Bill tomou meu rosto em suas mãos e olhou-me de forma tão cálida que meu corpo se arrepiou – As celas não vão segurá-la, por isso, peço que só saia de lá se estiver em perigo. Não faça nada de imprudente e não venha atrás de mim.
– Vocês vão dar conta deles? Tem certeza? – perguntei temerosa.
– Realmente não sei como eles planejam nos atacar. O radar de Gustav está captando bastante movimento suspeito nas redondezas, mas pode acontecer deles nem se atreverem a invadir a base. Mesmo assim, todo cuidado é pouco.
– E se eles não nos atacarem?
– Nós partiremos para o ataque, iremos invadir a World Behind My Wall Corporation.
Algo dentro de mim queria poder participar, mas o que eu poderia fazer? Talvez eu acabasse vacilando quando mais precisassem de mim, além de que eu não teria coragem de destruir a empresa onde vivi praticamente minha vida toda. Apenas assenti, vou deixar que os Dogs Unleashed cuidem disso.
Saímos do meu quarto e antes de descermos, Bill fez sinal para que o seguisse ao andar de cima. Ele nos levou até o seu quarto, onde pegou seu Idiary e suas fotos da gaveta.
– Quero que cuide deles, se tudo der errado, tenho certeza que nossa base vai ser totalmente destruída e não quero perdê-los.
– Isso não vai acontecer – eu retorqui, mesmo assim peguei tudo e guardei dentro da minha mochila – Mas vou cuidar deles como se fossem meus, não vou deixar nada acontecer com eles.
Finalmente fomos para as celas, para aquele corredor onde passei os primeiros dias que cheguei à base secreta. Dei uma olhada na cela de Starkey e o encontrei dormindo, ainda com o rosto um bocado inchado fazendo-me lembrar daquele dia horrível onde Bill quase o matou. Eu tinha esperanças de que isso poderia mudar, tinha certeza que uma nova vida longe de toda essa desgraça mudaria Bill completamente, da mesma forma que ele mudou comigo.
Bill encostou sua mão no dispositivo e abriu uma das celas, ali encontrei a cama onde dormira, mas havia mais cobertores no local, um frigobar e até uma cesta contendo alguns salgadinhos e bolachas. Aquilo parecia muito mais aconchegante que antes e com certeza poderia passar um bom tempo ali sem reclamar, apesar de quanto mais rápido eu saísse daqui, melhor.
– Não importa o que ouvir, não saia daqui se não estiver correndo perigo – Bill alertou novamente – Se os planos mudarem, vou avisá-la, entendido?
– Tudo bem, já entendi. Realmente não quero participar de nada – eu respondi, colocando minha mochila em cima da cama.
Quando virei, Bill estava próximo, fazendo meu coração robótico bater mais rápido do que de costume. Antes de ir embora, ele beijou-me intensamente, quase se entregando a mim de novo, o que tornou realmente dolorosa a sua partida. Ele não queria ir e eu também não queria deixá-lo, mas Bill afastou-se e fechou a porta da cela. A única coisa que sobrou foi os seus passos que sumiam no corredor.
Agora eu estava decididamente sozinha, sentindo um medo que surgira do nada ir tomando meu corpo. A alguns metros acima da minha cabeça iria começar uma guerra que terminaria de forma tão rápida quanto começara. E eu tinha medo desse resultado e nem sabia qual gostaria que fosse. Vou deixar isso ao encargo do destino, de Deus ou qualquer coisa que possa fazer mais do que eu. O ruim de ser uma Humanoid, é que isso não muda nada, você continua sendo tão insignificante e pequena como sempre foi. Decididamente os humanos não são deuses.


02 de Setembro de 2109
Nas celas
20h48min PM

Fazia dez horas que eu estava naquela cela e nada havia acontecido até agora, pelo menos, não tinha ouvido nada. Já tinha aberto um pacote de salgadinhos e uma lata de refrigerante, por mais que fossem apetitosos, sentia falta da comida de Bill. Como besteiras por muito tempo e estou a fim de comer comida de verdade. Ninguém veio me dar notícias nenhuma e estou um tanto preocupada. Starkey está resmungando e falando sozinho há horas e nem atrevi-me a falar com ele. Quanto mais eu me mantiver longe de problemas, melhor.
De repente, sinto um tremor acima da minha cabeça. A latinha que estava no chão também tremeu e fiquei olhando para o teto como se ele fosse capaz de dar-me uma resposta. Começara, eu tinha certeza disso, porque eu era capaz agora de ouvir tiros e vozes ao longe, quase imperceptíveis.
– Que droga está acontecendo? – Starkey exclamou, fazendo sua voz ecoar pelo corredor, chegando até a mim – É um terremoto?
Quem dera fosse um terremoto. Uma parte de mim dizia para eu ir dar uma olhada, me certificar de que tudo estava sobre controle e que Bill e os outros estavam bem. Mas não posso, não por causa das ordens e sim porque não sei como vou lidar com isso quando chegar até lá. Talvez eu coloque tudo a perder caso interfira, é melhor eu ficar longe de tudo isso como já estava planejando.
Fechei meus olhos e tapei meus ouvidos tentando evitar que eu percebesse qualquer coisa. Por um tempo, funcionou, mas depois os estrondos ficavam tão fortes que se não eram meus ouvidos ou meus olhos que percebiam o movimento de objetos ao meu redor, era meu corpo que tremia na cama com as explosões. Se a base não fosse feita praticamente de metal, muitos lugares já teriam desmoronado, mesmo assim, era impossível não se sentir claustrofóbico.
Eu precisava sair dali, não podia ficar trancada naquela jaula. Mesmo que a voz de Bill estivesse ecoando pela minha cabeça, coloquei toda a força no meu braço robótico e saí correndo em direção a porta. As dobradiças estouraram e a porta caiu estatelada no corredor e pude ouvir Starkey exclamando novamente enquanto eu dava uma olhada no corredor vazio. Por mais que estivesse livre, ainda sentia-me presa.
– Starkey? – eu o chamei, indo até a sua cela e abrindo a portinhola – Sou eu, Wilhelmine.
– Ah, Humanoid 483! Você voltou para me salvar? – ele perguntou feliz ao me ver, com seus olhos brilhando.
– A World Behind My Wall Corporation descobriu a base dos Dogs Unleashed, por isso tudo está tremendo. Você sabe se a empresa tem alguma espécie de exército próprio? Acha que eles dão conta da base inteira?
– Você está comparando humanos a robôs! Claro que temos um exército próprio de humanos, mas com robôs, tudo é mais fácil e faz menos sujeira. Espero que deem conta da base inteira e mandem aqueles vermes para o inferno! Não vejo a hora de sair daqui, vou pisar no cadáver de cada um!
– Então vocês fazem robôs para a guerra?
– Claro! Você mesma foi feita para isso, uma humana invencível, com corpo sobre-humano e capacidade para pensar e criar estratégias. Humanoid 483, você é a primeira de vários que estão a vir.
Então era verdade. Eu afastei-me da cela dele transtornada por finalmente ter conseguido aquela afirmação. Não havia interesse nenhum em ajudar humanos com próteses, isso tudo fazia parte da ganância humana que não acabara com o fim dos tempos. Mesmo com a Terra se auto-destruindo, o homem continua interessado em lucros que não salvarão sua vida no dia do juízo final. E não estou falando de religião, estou falando do dia que não sobrara mais nenhum ser humano para contar história.
– Não é perigoso? Criar sobre-humanos?
– Se o corpo não recusar os dispositivos robóticos, não. Claro que alguns humanos podem ficar fora de controle, mas para isso existe um jeito – ele respondeu, satisfeito, falando da sua pesquisa como se fosse seu filho.
– Que jeito? – eu perguntei temerosa.
– Mas que diabos! Estou falando demais! Você pode ser a Humanoid 483, mas eu sou o cérebro que a criou e não vou te dar todas as respostas que quer, ainda mais quando elas não foram feitas para serem ditas a você.
– Não importa. Eu não estou do seu lado mesmo, espero que vocês sejam massacrados e não os Dogs Unleashed – respondi brava, vendo o seu rosto empalidecer – Eles abriram meus olhos.
– E você acha que fizeram isso por que eles se importam com você? Há muita coisa em jogo, milhares de empresas dariam tudo para tê-la em suas mãos. Você nunca, NUNCA, vai ficar em paz em quanto viver. Os patrocinadores dos Dogs Unleashed vão ficar doidos quando descobrirem que a World Behind My Wall Corporation ruiu e vão fazer de tudo para pegar a Humanoid 483!
– Está enganado, não vou deixar mais ninguém me usar. Não vou ser o brinquedinho de empresas e do governo! – eu exclamei, olhando Starkey bem nos olhos – Vocês já brincaram demais comigo e não vou deixar isso ir em frente. E você, Starkey Kopatz, não é Deus e não haja como se fosse célebre. O poder não está em seu cérebro, está em minhas mãos e eu posso esmagar seu crânio como se ele fosse uma laranja.
Starkey engoliu seco e se afastou de mim, com medo de que eu realmente esmagasse seu crânio. Lancei um olhar de desdém – que eu aprendi com certa pessoa –, voltei para minha cela, peguei minha mochila e olhei para o fim do corredor. Não sabia o que estava me esperando, mas eu não tinha mais medo. Na verdade a fúria tomava conta de mim e eu queria vingar-me por tudo que passei. Hoje, a World Behind My Wall Corporation iria ruir. O muro iria cair e finalmente eu poderei ver o mundo por trás, um mundo, quem sabe, melhor que este.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

87Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Dom Dez 02, 2012 11:53 am

Ella.McHoffen

Ella.McHoffen
Administradora

WOW tanta novidade. Estou sem palavras para tais capitulos.

Só sei que amei amei amei amei amei amei TUDO. Amei Mine declarar-se ao Bill daquela maneira tal "PUM!" tão explusivo como uma bomba. Amei o sermão que ela lhe deu e que o fez abrir os olhos e finalmente acontecer o que eu queria à muito tempo. A primeira vez deles junto Razz Humanoid Chronicles - Página 4 750478455

Bom sobre esse ultimo capitulo estou aqui super curiosa com o que Mine vai fazer. Ela é louquinha o suficiente para ir combater, mas o que será que Bill vai fazer e até mesmo como vai reagir?! Será que ela não vai ficar indecisa?! Sei que ela sabe que não passou de uma cobaia, mas será que vai conseguir "mal-tratar" o pai?! scratch

Ai ai ai Sammy, por favor posta logo o próximo.
Estou super super curiosa bounce

https://thfanfictions.forumeiro.com

88Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Dom Dez 02, 2012 2:25 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 37


Diga-me, você mataria para salvar uma vida?
Diga-me, você mataria para provar que está certo?
Bater, bater, queimar, deixe tudo queimar
Este furacão está perseguindo todos abaixo da terra
(Hurricane – 30 Seconds to Mars)

02 de Setembro de 2109
Pronta para a ação
20h58min PM

Comecei a subir as escadas para os andares de cima. Eu estava pronta para poder usar a arma em meu pulso se fosse necessário, mas realmente não queria, gostaria mais de usar minha força. Ouvi passos vindos em minha direção e dei de cara com dois homens vestidos de preto, com aquelas máscaras de oxigênio e armas em punho. Vi o símbolo da World Behind My Wall Corporation em seu uniforme e percebi que isso poderia mais me ajudar do que me ferrar.
– Sou eu, Wilhelmine Langebahn – falei, colocando minhas mãos na frente para mostrar que eu não tinha nada de perigoso – Por favor, me ajudem!
Os homens abaixaram as armas percebendo quem eu era. Tenho certeza que receberam ordens de trazerem-me sã e salva dessa operação. Quando um deles sacou um comunicador – talvez para avisar os outros que a Humanoid 483 fora achada – eu dei um chute em suas costas que o fez cair inconsciente no chão. Os outros dois homens se precipitaram contra mim e eu lhes dei chutes e socos até eles se juntarem ao seu amiguinho.
Eu sentia-me ótima. Sei que não era culpa deles, eram meros peões, mas era ótimo descarregar a raiva em alguma coisa. Além de que estou treinando para possíveis obstáculos piores do que aqueles três idiotas. Continuei o meu caminho até o saguão, ouvia muitos barulhos e tiros de lá e tenho certeza que é onde estava a maior concentração porque o lugar era espaçoso.
As grades que eu me apoiara várias vezes ou sumiram ou viraram metal retorcido. Havia buracos no chão e vários corpos jaziam, a maioria, para o meu terror dos Dogs Unleashed. Ouvi um barulho aterrorizante, que lembrou-me vagamente o barulho que um Tiranossauro Rex fazia em Jurassic Park, quando eu passava várias tardes assistindo filmes antigos com Berta.
Descobri a origem do som e vinha de um robô com quase dois metros, parecendo o esqueleto de uma pantera, que pulava de um lado para o outro, abocanhando e jogando pessoas pelos ares com seus dentes de platina. Ele parou por um instante e seus olhos vermelhos focalizaram em mim, mas não se atreveu a me atacar, apenas não sabia direito o que fazer. Peguei uma das barras que estava no chão e fui até ele, colocando a mão na frente, mostrando que eu estava do seu lado. A pantera esquelética abaixou sua cabeça até deixar-me tocá-la, fiz um carinho bastante superficial e isso foi o suficiente para estabelecer confiança.
– Sou a Humanoid 483, qual o seu nome? – eu perguntei, continuando a acariciar sua cabeça lisa.
– Sou Tiger X13 – ele respondeu com uma voz humana masculina e forte – Estamos a sua procura.
– Ótimo ouvir isso – respondi sorrindo. Em um segundo eu já estava em cima da pantera, colocando a barra abaixo do seu pescoço, pressionando para cima – Olha, Tiger X13, odeio pessoas que machucam animais, mas infelizmente você não pode ser considerado como um. Apesar de eu ter dó de ferir até robôs, é bom você fazer exatamente o que eu mando ou explodo sua cabeça e tchau existência artificial.
A pantera – ou tigre, tanto faz – emitiu um barulho parecido com a de um animal ferido. Se eu não a tivesse visto em ação, matando humanos, teria muita compaixão, mas eu havia deixado esse sentimento para trás. Comecei a dar comandos para ela, mandando-a ir até onde um grupo de robôs estava cercando um bando de pupilos de Bill. Os dentes dela pegaram um robô, atravessando-o ao meio enquanto suas garras e rabos empurravam os outros de encontro à parede até esmagá-los.
– Vocês não aprenderam nada com Bill? – eu exclamei, rindo da expressão de pânico daqueles garotos – Vão lá e os aniquilem! São suas vidas que estão em jogo!
Puxei a barra para que a pantera virasse e ela não andou, começou a virar a cabeça de um lado para o outro na tentativa de tirar-me de cima. Apertei mais forte a barra, tentando controlá-la, já preparada para usar minha arma caso fosse necessário. Os olhos vermelhos dela começaram a piscar várias vezes.
– Perigo! Perigo! – ela exclamava, ainda se contorcendo – Tiger X13 traidor! Tiger X13 traidor!
Foi então que eu lembrei-me de um caso antigo, de um robô fabricado pela World Behind My Wall Corporation para trabalhos domésticos. O robô acabou matando um bebê porque não conseguia fazer com que ele parasse de chorar, logo depois a máquina parou de funcionar por ter sido considerada traidora, ou seja, matou um humano que deveria proteger. Nesse caso, o Tiger X13 deveria matar Dogs Unleashed e não robôs que estão do seu próprio lado.
Antes que eu pudesse impedir, os olhos vermelhos apagaram e a pantera caiu no chão, totalmente desligada, mas pulei antes que eu também caísse junto. De certa forma, foi uma grande perda, afinal eu podia locomover-me da maneira muito mais fácil e destrutiva. Agora eu não podia enganar mais ninguém, afinal havia vários robôs e humanos da World Behind My Wall Corporation, olhando-me e um tanto receosos, sem saber se atacavam ou não.
– Senhorita Langebahn – um dos homens estava tentando falar comigo, longe o suficiente para que eu não o machucasse, pelo menos, era o que ele pensava – Viemos a mando do seu pai, vamos salvá-la! Não somos inimigos!
– Eu não vou com vocês e se tentarem levar-me, vocês vão ter o prazer de verem um pouco o que uma Humanoid 483 pode fazer.
Mal acabei de falar, um dos robôs veio em minha direção, rápido o suficiente para que eu não visse, só que eu já estava acostumada. Bill era rápido daquela mesma maneira e as lutas com ele foram o suficiente para que eu me acostumasse com combates corpo-a-corpo com robôs. O braço robótico se aproximou do meu, pronto para agarrá-lo, mas eu desviei e peguei o dele, girando seu corpo até arremessá-lo para o grupo inimigo que estava próximo, derrubando-os como se fossem pinos de boliche.
Os soldados humanos estavam inconscientes, mas os soldados robôs ainda estavam ótimos o suficiente para se manterem em pé. Fui até a pantera e comecei a tentar arrancar os dentes de sua boca enorme, só que era praticamente impossível, eles estavam muito bem soldados. Optei que arrancar a cabeça toda seria muito mais fácil, mesmo que fosse um tanto pesada e pudesse atrapalhar meus movimentos.
Preparei-me novamente quando três robôs correram até mim. Segurei firmemente a cabeça e a arremessei com tudo no tórax de um deles e os dentes o atravessaram. Infelizmente a cabeça ficou inútil porque não conseguia mais tirá-la de lá, então tive que soltá-la e lutar apenas com os meus punhos. Bater em um robô é muito mais difícil do que em um humano ou Humanoid, pois como eram feito de platina, eram duros demais para serem destruídos.
Foi então que precisei optar pela minha arma. Meu pulso se abriu e o cano saiu, quando os dois robôs se aproximaram o suficiente, eu atirei. Uma luz verde enorme saiu do cano e atingiu-os, impulsionando-os para trás até explodirem em mil pedaços quando encontraram a parede. Olhei feliz para o estrago, principalmente ao perceber que vários Dogs Unleashed olhavam-me de forma agradecida.
Não havia muito que fazer no saguão, os outros pareciam poder lidar com aquilo. Corri para as escadas e comecei a subi-las até chegar ao andar do meu quarto. Havia mais corpos no chão e os que estavam de pé, pertenciam mais a World Behind My Wall Corporation do que aos Dogs Unleashed. Foi quando notei um deles segurando Natalie, com uma arma tocando sua têmpora.
– Você é uma gracinha – gracejou o homem – Será que dá tempo de brincar com você antes que estouremos os seus miolos?
– Venham brincar comigo, seus idiotas! – eu exclamei – Vou enfiar essa arma aonde você merece, meu chapa.
O cara nem viu o que lhe atingiu. Meu pé acertou sua cabeça em cheio e senti o estralar de um pescoço se quebrando. Eu acabara de matar uma pessoa, por mais que estivesse com raiva, não conseguia sentir-me bem com aquilo. O corpo caiu no chão e fiquei encarando em pânico a poça de sangue que começou a sair dele, só dando conta depois que um dos caras atingiu sua arma com tudo em minhas costas, fazendo-me cair. Antes de cair, olhei para uma Natalie chorosa, encolhida de encontro à parede, mas com olhos extremamente agradecidos.
– Você é a filha daquele cientista, não é? Que pena que mandaram levá-la sã e salva – o cara falou, apontando a arma para minha cabeça – Pensei que ficaria feliz ao ser salva, mas pelo visto se apegou demais a eles.
Ele parou de falar e pegou um comunicador, falou rapidamente que havia me achado e que eu não estava muito feliz de estar sendo salva. Dei uma rasteira nele e ele tombou no chão, fazendo a arma e o comunicador voarem longe, por fim, bati a cabeça dele no chão até que perdesse a consciência.
– Natalie, você precisa dar o fora daqui – eu falei, a ajudando se levantar – É muito perigoso!
– Eu estava escondida na enfermaria quando eles entraram e começaram a destruir tudo – ela falou, chorando abundantemente enquanto agarrava meu braço – Não tem jeito de fugir, eles vão nos achar. Estamos em desvantagem, vieram dezenas de robôs e eles estão atacando aos poucos.
– Onde está Bill? – perguntei. Minha mão humana tremia enquanto o medo tomava conta de mim. Não havia mais raiva, só o pânico de perdê-lo ou de ser tarde demais para os outros – Você sabe?
– Ele deve estar no primeiro andar, onde ficam as motos. Se no saguão já está desse jeito, lá deve estar pior! O que vamos fazer?
Isso era minha culpa. Eles queriam-me e iriam fazer de tudo para conseguir. Bill estava errado pensando que daria conta de tudo. Claro que estava errado, será que eles pensaram que poucos robôs seriam mandados para me salvar? Porque eu não tentei intervir? Porque não fugi naquele maldito dia em vez de buscar informações? Ninguém que eu gosto estaria em perigo. Nenhum Dogs Unleashed poderia terminar isso, só há uma pessoa e essa pessoa sou eu.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

89Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Dom Dez 02, 2012 2:27 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 38


No meio da multidão
Um milhão de vezes
Estou me afogando, estou caindo
Eu ouço meu próprio chamado
(Alien – Tokio Hotel)

02 de Setembro de 2109
No campo de batalha
22h05min PM

Coloquei Natalie em minhas costas, do jeito que suas pernas tremiam ela nunca conseguia andar rápido e acompanhar-me, além de que para mim ela não era nem um pouco pesada. Subimos vários lances de escadas, tive que parar uma ou duas vezes para nocautear algum soldado até finalmente chegarmos ao primeiro andar.
O local estava cheio de tudo, para ser mais exato. Havia dezenas de corpos no chão, dezenas de pedaços de metal que pertenceram aos robôs soldados, sangue se espalhava pelo chão como um rio transbordando, tiros iam para todos os lados e havia pessoas lutando em todos os lados. As motos estavam tombadas no chão e muitas delas destruídas e um dos helicópteros estava pegando fogo.
– Natalie, fique aqui – eu falei, colocando-a do lado da porta. Fui até um dos homens mortos e peguei as armas que ele tinha e entreguei a ela – Atire se estiver correndo perigo e não hesite. É muito perigoso avançar agora e eu preciso ajudá-los. Esconda-se, é o melhor que tem a fazer.
– Obrigada – ela disse por fim, ainda chorando – Obrigada por salvar-me e por estar tentando nos ajudar. Obrigada por tudo, de verdade.
Não consegui conter as lágrimas que desciam pelos meus olhos, tratei de secá-las antes que me atrapalhassem e com pesar me afastei de Natalie em direção aquele campo de batalha. O primeiro que eu encontrei foi Georg, arremessando um cara direto contra a parede, logo ao seu lado estava Tom atirando fervorosamente. Eles estavam salvos! Pelo menos, por enquanto! Corri até eles, tomando cuidado para não pisar nos cadáveres e no caminho, joguei um dos robôs que os atormentavam para longe.
– Wilhelmine? O que está fazendo aqui? – Tom exclamou, um tanto surpreso e um tanto aliviado por ver-me bem – Pensei que estivesse nas celas.
– Não pude deixá-los! Essa guerra é por mim, não quero que mais ninguém morra por minha causa – falei, pegando uma das armas no chão e dando tiros nos robôs que avançavam contra nós.
– Droga, eles estavam realmente preparados – Georg exclamou, jogando sua arma fora e tentando achar outra pelo chão – Acho que não passamos de hoje, vamos ser aniquilados!
– Onde está Bill? E Gustav? – perguntei ainda temerosa.
– Bill está lá fora, espero que esteja melhor do que nós. Quanto a Gustav, deve estar em sua sala programando todas as armadilhas que tem na base para pegar os invasores de jeito. Com certeza ele deve estar mais seguros que nós.
– Cuidado! – Tom exclamou, saindo correndo de um vulto que atingiu Georg com tudo, fazendo-o voar para longe.
Não acreditei no que estava vendo. Concordo que quando meu pai criava cachorrinhos robóticos para mim, eles eram bastante inofensivos, mas aquilo ia mais longe do que eu imaginava. Uma aranha gigantesca estava acima de nós, com suas patas metálicas indo de um lado para o outro enquanto sua boca preparava para nos atingir com raios verdes iguais aos que tinham no meu pulso.
Graças aos céus que Georg havia sido atingido por uma das patas e não pelos raios, se não já estaria morto. Tom e eu corremos o mais longe possível dela, enquanto ouvíamos aquele tique-taque irritante de suas patas metálicas tocando o chão da mesma consistência. Atirei em uma das suas patas, que explodiu ao ser atingida, mas ao invés da criatura ficar bamba, outra pata substituiu aquela anterior, saindo do minúsculo corpo que as ligava.
– Não adiantar atirar nas pernas! – Tom exclamou, ao destruir uma pela terceira vez – Temos que acertar no corpo!
Só havia um jeito de chegar àquela altura e se eu não conseguisse descobrir como despertar meu corpo robótico, estaríamos ferrados. Eu precisava que meus pés flutuassem, realmente precisava ficar o mais alto que eu podia para conseguir impulso... mas nada acontecia! Não havia jeito e já estava cogitando a ideia de que Starkey enganou-me. A aranha robótica avançou até nós e atingiu um raio verde próximo o suficiente para que fossemos impelidos para trás. Fui arrastada até minhas costas bater em uma pila de cadáveres, olhei para o lado e encontrei um Tom inconsciente, com sangue descendo por sua testa.
A fúria veio visitar-me novamente. Coloquei-me de pé e corri em direção à aranha e agarrei uma das suas pernas, fazendo o seu corpo balançar perigosamente para o chão, mesmo assim ela conseguiu manter-se equilibrada. Tentei escalar pelas pernas, mas elas eram escorregadias demais para que eu conseguisse chegar até meu objetivo.
A cabeça do aracnídeo virou para minha direção e lançou um raio verde, fazendo-me pular para a outra perna enquanto a outra estava sendo estourada. Mal a ideia surgiu em minha cabeça, já a pus em prática. Com a arma do meu pulso, atingi a outra perna, mas o raio era tão poderoso e destruidor que mais três pernas explodiram sem que eu planejasse. O corpo da aranha tombou com tudo no chão antes que as pernas voltassem a crescer. Corri até ele e dei um tiro fazendo-o explodir em vários pedaços.
Tom e Georg ainda estavam inconscientes e torci para que os confundissem com cadáveres e não fizessem nem um mal a eles. Precisava me certificar de que Bill estava bem e se havia chances de ganharmos essa guerra ou teria que finalizá-la por mim mesma.
O frio atingiu-me em cheio, mas eu estava com tanto calor que nem me importei. Ali estava tão ruim quanto dentro, havia um tanque dos Dogs Unleashed acertando outros robôs aracnídeos e felinos. Havia pessoas em combate e percebi que uma delas era Bill, que se não estava atirando, estava tentando se proteger da melhor forma possível, mesmo assim, havia machucados em seu rosto e um dos seus braços havia um ferimento mostrando seu osso metálico.
Um dos soldados aproximou-se dele, mas ele estava ocupado demais lidando com dois robôs. Saquei minha arma, pronta para atirar nele, mas o disparo não saiu. Olhei para o meu pulso e percebi que havia descarregado toda a energia com a aranha e não pude fazer nada quando um choque-elétrico atingiu as costas de Bill, fazendo-o cair no chão. Corri desesperada até ele, para impedir que fizessem algo, mas em segundos ele já estava em pé de novo, não totalmente curado, mas o suficiente para conseguir se proteger.
Agarrei o soldado, o derrubando no chão antes que usasse novamente seu choque-elétrico. Dei-lhe um soco forte o suficiente para que desmaiasse, peguei seu choque-elétrico e toquei em um dos robôs que começou a entrar em pane e caiu no chão. Bill terminou de nocautear o outro, atingindo sua cabeça com toda força no chão até esmagá-la.
– O que está fazendo aqui? – ele falou e pelo incrível que pareça, não estava zangado, havia quase um vislumbre de felicidade em seu olhar – Você devia estar lá embaixo.
– Não posso deixá-lo lidando com isso sozinho, vou lutar com você. Não vou perdê-lo sem ter feito nada para impedir.
– Eu estou bem – a tentativa de acalmar-me falhou, dava para ver como ele estava cansado e como seus machucados não eram apenas arranhões.
– Bill, eu posso acabar com tudo isso. Posso entregar-me e vocês poderão fugir para longe.
– De jeito nenhum! Não vou entregá-la a eles, depois de tudo que fiz para mantê-la segura. E duvido que isso os impeça de nos atacar... – Bill parou de falar e começou a olhar para algo, de repente percebi que todos estavam se afastando de nós, como se estivessem batendo em retirada – O que está acontecendo?
Um dos robôs lançou algo em nossa direção antes de cair fora e pensei que fosse uma bomba, mas só percebi o que era quando uma imagem surgiu daquele objeto redondo. Eu estava olhando para o meu pai, em uma imagem holográfica que saía do Mensageiro – como chamávamos esse tipo de dispositivo.
– Olá, Mine – ele falou, com sua voz calma e seus olhos cansados como sempre. Não consegui dizer nada, só senti meu corpo ficar tenso ao ver finalmente meu pai e meu criador, eu não sabia ao certo o que sentir, era uma mescla confusa de sentimentos – Que bom vê-lo novamente também, Bill. Soube que conseguiu fazer a cabeça da minha filha, afinal ela está lutando do seu lado e não do nosso, mesmo assim é fantástico ver como nossa Humanoid 483 executa suas façanhas. Realmente minha filha é perfeita.
– O que você quer? – Bill perguntou, seu corpo também estava tenso e seu maxilar estava tão duro que poderia quebrar seus dentes.
– Quero algo que você tomou de mim, quero minha filha de volta. Bill, você acha que dessa maneira irá fazer justiça, mas você só está no meio de uma conspiração onde é um mero peão e não o rei. Wilhelmine está muito mais segura em minhas mãos, onde nunca faria nenhum mal a ela, mas o que aconteceria se ela fosse capturada por outra organização?
– Nunca faria mal a ela? – Bill exclamou em escárnio – Você a entregou a morte sem pensar duas vezes! Você sabotou o carro dela para que ela sofresse um acidente na primeira esquina só para usá-la como uma de suas cobaias. Pare de chamá-la de filha como se importasse.
– Infelizmente não posso negar essa acusação, nós realmente fizemos isso. A situação não depende mais apenas de mim, depende de um grupo de cientistas que estão dispostos a fazer o que for preciso. Quem diria que tudo saiu melhor que o planejado? Depois do acidente, Mine nunca mais agiu como uma adolescente rebelde e descontrolada. Quanto a você, seu acidente fez o contrário. Se eu soubesse que você viraria uma pedra em meu sapato, nunca teria mandando o explodirem.
– FILHO DA PUTA! – Bill gritou descontrolado, o segurei firmemente para que não fosse adiante, afinal os robôs ainda estavam nos espreitando – Quando eu ficar frente a frente com você, vou matá-lo, vou torturá-lo até você sentir na pele tudo o que fez! Você matou pessoas inocentes, você matou Petrova! Você matou a minha mãe!
– Você não é mais importante – ele falou, lançando um olhar frio para Bill e depois se virando para mim – Se você voltar para nós, Wilhelmine, prometo que não machucarei mais nenhum dos seus amiguinhos. Na verdade, se eles continuarem vivos, será bem melhor. A World Behind My Wall Corporation a receberá de braços abertos e você será bem tratada como sempre foi.
– Não vou com você – disse entre os dentes – Nem que eu tenha que morrer junto com os outros. Não confio em você e não sou mais a sua filha.
– É, sabia que você daria alguma resposta parecida com essa, você sempre foi uma filha tão terrível. Se eu soubesse que traria tantos problemas, teria adotado outra pessoa, uma criança muito mais obediente e agradecida. Então vamos terminar com isso.
A imagem sumiu e fiquei olhando para aquele fantasma que permanecera no local. Bill estava ofegante ao meu lado, com seus músculos tendo espasmos por causa da raiva que ia surgindo do seu âmago direto para fora. Os robôs avançaram novamente de encontro a nós e voltamos a lutar desesperadamente por nossa sobrevivência. Eu já havia perdido as contas de quantos eu havia derrotado e meu corpo humano já começara a doer por causa do cansaço.
De repente uma luz azul veio em minha direção, pensei que ela ia me errar, mas antes que pudesse perceber o verdadeiro alvo, ela atingiu meu braço esquerdo que explodiu em sangue, ossos e carne. Uma dor insuportável tomou conta de mim e eu não conseguia parar o sangramento que saía do enorme machucado, escorrendo pelo meu corpo.
– Gott! – Bill exclamou, segurando-me – Você está muito ferida! Não acredito que eles atiraram em você!
– Bill, estou perdendo os sentidos... – eu respondi, segurando sua mão fortemente, tentando manter-me acordada enquanto percebia minha visão falhando e uma tontura se apoderando de mim – Droga, Bill...
Eu tombei nos braços dele, ouvindo os seus gritos desesperados enquanto tudo ficava escuro. A dor e o cansaço sumiram, só esperava que para o lugar que eu fosse, ninguém me julgasse pelas mortes de hoje. Só queria que Bill ficasse bem, era o meu último desejo.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

90Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Dom Dez 02, 2012 3:29 pm

Ella.McHoffen

Ella.McHoffen
Administradora

WOW tanta acção. Amei toda essa adrenalina Razz

Mine super corajosa. Adorei ve-la em acçao e saber que as lutas com Bill valeu para muita coisa.

Odiei o que o pai dela fez. Espero que ela fique bem.

Sammy Sammy posta logo logo o próximo capitulo.
Estou a morrer de curiosidade. bounce

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91Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Qua Dez 05, 2012 3:39 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 39


O mesmo sangue
As mesmas células
O mesmo Deus
O mesmo inferno
A mesma vida
O mesmo amor
(Hey You – Tokio Hotel)

25 de Fevereiro de 2106
Voltando ao passado
14h22min PM

Lembro-me que aquele dia estava chovendo muito forte, com gotas graúdas indo de encontro à janela onde estava acontecendo o velório. Eu ainda não derramara nenhuma lágrima sequer simplesmente porque não havia caído a ficha de que a havia perdido para sempre, mesmo que seu corpo sem vida estivesse na minha frente. Ela estava tão bonita, nem parecia estar morta. Haviam feito uma ótima maquiagem nela, fazendo-a parecer uma princesa adormecida, que irá acordar a qualquer instante. Pelo menos, era isso que eu gostaria de acreditar.
Meu pai estava impassível ao meu lado, mesmo assim eu conseguia ver seus olhos vermelhos por ter chorado, talvez, no banheiro, onde ninguém veria que tinha sentimentos. Ele estava segurando a minha mão, tentando dar segurança, como se dissesse que estaria ao meu lado sempre que precisasse. O que foi uma tremenda mentira, porque agora ele está contra mim.
Pergunto-me o que diabos deu errado. Naquele dia, pensei que tudo mudaria entre meu pai e eu, pensei que poderíamos ficar mais próximos, mas ele se afastou mais do que antes, fechando-se em sua amargura. Ele falhou ao tentar salvar minha mãe, o poderoso Hansen Langebahn, que cria robôs e Humanoids não conseguiu salvar a vida da pessoa que mais amava. Acho que entendo o quão impotente ele se sentiu, porque senti-me da mesma maneira.
Quando o caixão foi finalmente lacrado e iriam empurrá-lo direto as labaredas para ser cremado, levantei-me do meu banco e corri até lá, agarrando a madeira fria aos prantos, tentando impedir que a tirassem de mim. Ninguém além do meu pai se propôs a tirar-me dali e quando meus braços a soltaram, senti como se um pedaço de mim tivesse ido junto. A portinha daquela câmera foi fechada junto com o caixão e só fui capaz de ouvir os estalos de algo ser queimado, sumindo aos poucos até virar cinzas.
Mais tarde, naquele mesmo dia, recebemos uma urna prateada que continha as cinzas da minha mãe. Hoje em dia é muito comum a cremação por causa de doenças contagiosas ou simplesmente porque não dá para ficar enterrando as pessoas já que furacões devastam cemitérios que espalham cadáveres por todos os lados. Aquela urna pesada era a única coisa que sobrara dela e mesmo que meu pai se propusesse a carregar, decidi que eu o faria.
Eu não sabia o que fazer direito com o aquilo e foi Berta, minha robô bastante esperta, mas sem um pingo de dom culinário, que propôs enterrarmos no jardim de nossa casa e plantarmos em cima alguma árvore para preservar a memória dela. Fomos nós duas até uma loja de jardinagem, compramos a muda de uma árvore e acabamos escolhendo uma Cerejeira. Achamos o melhor lugar do jardim, começamos a cavar a terra até a urna ser coberta completamente e depois colocamos a pequena árvore em cima.
Com o tempo ela foi crescendo, cuidava dela como se fosse de fato uma pessoa e até conversava com a árvore – e isso não era muito estranho para uma pessoa que passava a maior parte do tempo chapada. Quando nós precisamos mudar para Berlim, fiz o maior escarcéu para levar a árvore e a urna junto comigo, não poderia deixá-las sozinhas, então um avião especial levou não só elas juntas, como parte da terra em volta e ela foi replantada em minha nova casa.
Até agora a Cerejeira está lá, crescendo forte o suficiente para fazer-me lembrar do seu significado. É nesses momentos que eu penso, se tudo que meu pai fez não foi porque quis e sim porque surtou com a morte dela, talvez fosse a única maneira de tentar esquecê-la, se dedicando a uma maneira de vencer a morte. E eu venci a minha.


04 de Setembro de 2109
Totalmente perdida
16h12min PM

Eu havia acordado, mesmo assim não estava disposta a despertar completamente, então tentei virar-me de lado, mas algo impediu-me. Abri meus olhos, a sala era toda branca e cheirava a lavanda, tinha vários aparelhos ao meu lado emitindo barulhos e trabalhando. Senti uma pontada em meu braço esquerdo, ele estava pendurado em uma tipóia, presa em uma barra de metal acima da minha cabeça.
Onde diabos eu estava? Como fui parar aqui? Foi então que senti aquele déjà vu, alertando-me que aquilo já havia acontecido antes. Era o hospital da World Behind My Wall Corporation, era a sala onde fiquei quando acordei semanas depois do meu acidente. Mas o que havia acontecido dessa vez para eu estar aqui novamente? Olhei para o meu braço na tipóia, percebi que algumas cicatrizes se estendiam pelo meu ombro e quando tentei mexer meus dedos, uma dor aguda passou por todo o lado esquerdo do meu corpo.
O meu braço, eu não havia perdido ele? Eu não estava no meio de uma luta? Uma luta com quem mesmo? Espere um momento... Bill... Bill! Pus-me sentada, mesmo que vários fios me atrapalhassem no processo. Comecei a levantar meu braço esquerdo, sentindo aquele formigamento doloroso se estender conforme meus movimentos. Eu precisava sair daqui, precisava saber o que aconteceu com outros!
– Senhorita Langebahn? – a porta se abriu e um homem entrou, ele era magro e tinha os cabelos encaracolados em tons castanhos, devia ter quase uns quarentas anos e pelo modo que se vestia cheguei à conclusão de que era médico – Não precisa ficar assustada, está tudo bem.
– Onde está meu pai? – eu perguntei duramente, para que ele percebesse que eu não estava para brincadeira.
– Você está passando por momentos difíceis e vê-lo não vai lhe fazer bem por enquanto. Apenas descanse, seu braço ainda está cicatrizando e seu corpo precisa se acostumar com ele para aceitá-lo...
Ele parou de falar enquanto via-me arrancar aqueles fios grudados em minha cabeça e no meu braço. Pulei da cama sentindo um pouco de tontura, mas estava descansada o suficiente para enfrentar mais robôs se fosse necessário, eu só precisava de uma resposta, uma única resposta que mudaria tudo: Onde estavam os Dogs Unleashed?
– Por favor, volte para sua cama – o médico falou temeroso, apertando um botão na parede, com certeza era um alarme chamando mais enfermeiros.
– Você sabe algo sobre os Dogs Unleashed? O que aconteceu com eles? – eu disse, indo até ele e o pegando pelo cangote.
– Não sei nada sobre eles, nada! Por favor, solte-me!
Novamente a porta abriu e dois robôs adentraram, usando armas um tanto diferentes daquelas que eu estava acostumada. Segurei o médico e joguei de encontro a eles, os fazendo tombar com o impacto, dando passagem para que eu fugisse. Eu estava apenas com uma camisola e descalça, em um corredor cheio de médicos que pararam abruptamente ao me verem. Claro que nada disso impediu-me de continuar correndo, procurando uma saída que ficou totalmente impossível de atravessar quando um novo batalhão de robôs surgiu.
– Eu preciso falar com o meu pai – disse a eles, mas preparada para usar a força caso fosse necessário – Não vou causar nenhum mal, só quero falar com ele...
O robô atirou, esperava que alguma luz esverdeada fosse ao meu encontro, mas ao invés disso, um dardo voou em minha direção, atingindo o meu peito. Arranquei aquilo o mais rápido possível, tentando impedir que o tranquilizante se espalhasse pelo meu corpo. Eu estava sentindo-me como um animal selvagem, que seria mantido em cativeiro se não seguisse as ordens do meu domador. Mais dardos voaram em minha direção, alguns bateram em minhas pernas e braços, o que não faria muito efeito já que tudo era robótico, mas os que atingiram meu abdômen, tórax e costas eram perigosos o suficiente para causar-me problemas.
A tontura começou a me atingir, agora eu sabia como Tom se sentiu naquele dia que o dopei. Talvez isso fosse algum tipo de vingança natural que rege o mundo. Tentei correr para longe deles, procurando uma saída do outro lado do corredor, mas acabei caindo no chão e antes que pudesse levantar, já havia apagado novamente.


04 de Setembro de 2109
No hospital da World Behind My Wall Corporation
19h39min PM

Dessa vez não fiquei enrolando para acordar, meus olhos abriram como se eu tivesse acordado dos piores pesadelos. Não conseguia me mover, meus braços e pernas estavam presos, claro que não era realmente um problema, eu conseguiria me soltar rapidinho. Só que meu olhar focou em uma pessoa parada ao lado da minha cama, segurando uma bombinha com um fio que se estendia até um saquinho preso a um cabideiro, onde continha um líquido transparente.
– Boa noite, Mine – meu pai disse, com o mesmo tom de sempre, sem nenhuma demonstração de sentimentos – Espero que possamos conversar de forma civilizada.
– Civilizada? Eu estou algemada e não faço ideia do que está segurando em sua mão – retorqui, engolindo seco.
– É apenas tranquilizante, que será usado caso você fique animada demais. Quero que você ouça e fale, sem que use violência.
– Tudo bem, vou ser bem clara. Onde estão os Dogs Unleashed?
– Uns cinquenta estão vivos, estamos mantendo-os preso e não vamos matá-los, afinal podem ser bem úteis. Só precisamos saber para qual inimigo estão trabalhando, pois você está sendo muito disputada, minha filha – ele percebeu que eu esperava algo mais da sua resposta, então começou a rir, uma risada calma e fraca – Ah, você quer saber do Humanoid 482? Esqueci-me que estão apaixonados, seu nome é a única coisa que ele fica dizendo o tempo todo. Sim, ele está vivo, talvez não muito bem, mas vivo. Ainda não sei por quanto tempo, afinal, para mim ele é como um brinquedo quebrado, algo que deu errado, faltou uma peça fundamental para ser tão perfeito quanto você.
– Não fale de nós como se fossemos objetos – eu gritei em plenos pulmões, sentindo a fúria sendo bombeada pelas minhas veias – E não ouse tocar nele ou juro que te mato!
– Vai matar o seu pai, Wilhelmine? Por um amor passageiro?
– Você não é o meu pai e nunca foi, ao contrário de Rosalie, que sempre foi minha mãe. Ela me amou de verdade e amou você também, tenho certeza se estivesse viva, ela não permitiria uma atrocidade dessas! – falei, atingindo o ponto fraco dele, seu rosto virou uma carranca.
– Mine, você é apenas uma criança, não entende a situação. Não dá para conversar com você – ele respondeu, começando a apertar a bombinha – Durma com os anjos.
– Estou cansada de ouvir isso – eu disse antes de perder os sentidos – O problema não sou eu entender alguma coisa, são vocês que não entendem nada e colocam a culpa em mim só para ficarem parecendo mais com sábios. O tolo está na minha frente e não o contrário.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

92Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Qua Dez 05, 2012 3:41 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 40


Olá!
O fim está chegando!
Olá!
Nós ainda estamos parados aqui!
O futuro só começou, no lado escuro do sol...
(Dark Side of the Sun – Tokio Hotel)

05 de Setembro de 2109
Em meu quarto, em minha casa
13h27min PM

Dessa vez fiquei com medo de acordar bruscamente, mas um alívio gigantesco passou por mim quando percebi que estava em minha cama, em meu quarto, em minha casa. Uma sensação de aconchego e felicidade se espalhou pelo meu rosto ao ver todos os meus pertences em seus devidos lugares.
Não havia mais ninguém ali, o que era bastante suspeito. Fui até as duas enormes portas de mogno e tentei abri-las, entretanto elas estavam trancadas e pelo barulho, deviam ter colocado correntes do outro lado. Duvido muito que aquilo fosse capaz de me segurar, mas eu teria que usar a mesma estratégia que fiz com os Dogs Unleashed: precisava não causar mais nenhum tumulto, para que eles não ficassem desconfiados.
Por mais que parecesse fútil, eu precisava tomar um banho e colocar uma roupa mais apropriada que aquele camisolão de hospital. Isso seria o suficiente para eu organizar minhas ideias e planejar um jeito de salvar os Dogs Unleashed, se eu ficasse do lado da World Behind My Wall Corporation, as chances de irem atrás deles, creio que não sejam tão grandes. Enfim, meu futuro havia tomado um rumo, na verdade, bastante previsível: eu seria a máquina deles, apenas isso.
Enquanto a água caía sobre minha cabeça, ideias e mais ideias iam surgindo. Eu havia uma carta na manga suficiente para derrubá-los: meu pai acreditava que eu ainda era aquela menina irresponsável e mimada, mas o tempo que eu passei na base dos Dogs Unleashed foi o suficiente para que aprendesse muito além do que estava acostumada em meu mundinho. Sou realmente a máquina que eles queriam, poderosa, porém, com um cérebro humano e inteligente o suficiente para criar estratégias de ataque. E estou preparada para atacar.
Saí do banho, me vesti e comecei a procurar em minhas gavetas um comunicador, que eu usava para chamar Berta. Achei-o no meu guarda-roupa, abaixo de várias pilhas de roupas e comecei a tentar falar com minha empregada robótica.
– Berta? Você está me ouvindo? – perguntei, apenas ouvindo o som de estática.
– Mine? – pude ouvir sua voz fina do outro lado. Nunca fiquei tão feliz ao ouvi-la – Sinto muito, mas não posso fazer nada pela senhorita, ordens do seu pai.
– Desde quando você recebe ordens do meu pai? Que eu saiba você é minha robô.
– Estou muito ocupada, Mine. Não posso ajudá-la.
– Ocupada com o que? – se a situação não fosse tão extrema eu estaria rindo das investidas falhas dela – Hoje não é o dia de lavar e passar as roupas de papai. E eu sou a única coisa que faz seu dia ficar realmente cheio. Não quero que você faça nada por mim, apenas quero informações. O que está me aguardando do lado de fora do meu quarto?
– Não posso, não posso, não posso! Se me pegarem te ajudando, vou ser mandada para o lixão mais próximo!
– Ninguém vai descobrir Berta, por favor, preciso da sua ajuda. Estou em apuros e não posso mais confiar nem no meu próprio pai, será que também não posso confiar em você?
– Claro que pode confiar em mim, mas... – percebi que ela estava pensando, claro que do seu jeito robótico. Espero que ela não entre em pane ou se desligue, afinal ela acabou de receber uma ordem reversa a outra – Há dois homens em seu corredor, outros três no andar debaixo e dois robôs lá fora.
– Você sabe por que meu pai me trouxe de volta para casa? O que ele quer com isso?
– Ele acha que aqui você pode pensar melhor em seus atos, que as memórias da sua mãe podem fazê-la você mudar de ideia... Mine, quer chá do que? Estou fazendo para levar até você, é claro que não sei se vão me deixar entrar, mas vale a pena a tentativa.
– Berta, não acredito que em uma horas dessas você esteja pensando em... – então eu parei, conseguia ouvir o tique-taque imaginário do meu cérebro em ação – Você pode fazer chá para mais pessoas?
– Do que está falando?
– Sabe a árvore da mamãe? Abaixo da minha janela? Vá até lá, você irá encontrar um potinho contendo um pó. Ele é... ele é um chá especial e muito gostoso que comprei em uma barraquinha hippie. Misture com qualquer sabor de chá que irá ficar uma delícia! Traga para mim e também sirva os homens que estão no meu andar, eles devem estar com sede – falei com a voz mais inocente possível.
– Eles não são inimigos? – ela perguntou um pouco confusa.
– São, mas nada nos impede de sermos educadas, não é mesmo? Faça o que estou mandando e daqui a pouco me comunico com você.
Quando desliguei o comunicador, corri até minha mochila que estava no chão. Com certeza haviam revistado ela, mas nunca encontrariam uma divisória secreta que eu havia costurado, que era onde antigamente eu guardava baseados, cigarros e pílulas. A única coisa que havia agora era um potinho de calmantes fortes moídos, aquele que eu conseguira com Natalie e que seria muito bem usado novamente.
Abri a janela do meu quarto e como esperado, havia barras de metal impossibilitando minha saída, mas não me impossibilitavam de jogar alguma coisa. Dei uma boa olhada, verificando se ninguém estava rondando o local e joguei o potinho que caiu perfeitamente em uma das raízes da Cerejeira. Fiquei espiando por um tempo, até ver Berta surgir e pegar o potinho sem desconfiar de nada. Tudo bem que eu estava enganando-a, mas ela nunca toparia dopar os soldados se eu contasse a verdade.
Agora só restava esperar. Eu já estava ficando ansiosa e cansada de ficar com meu ouvido grudado na porta esperando ouvir alguma coisa. Se isso não desse certo, teria que arquitetar outro plano, que talvez não fosse tão silencioso quanto esse. Logo pude ouvir passos no assoalho e a voz de Berta soou pelo corredor, fazendo meu coração bater rápido e desesperado.
– O que é isso? – perguntou uma voz máscula.
– Chá – ela respondeu do seu jeito extremamente inocente e verdadeiro como só um robô poderia ser – Pensei em trazer um pouco para Wilhelmine e para vocês. Será que eu poderia entrar?
– Recebemos ordens de não abrir essa porta.
– Que pena, era o chá que ela gostava. Aceitam, pelo menos?
Encostei meu ouvido mais na porta, tentando ouvir melhor e logo foi inconfundível o barulho de porcelana se chocando com pires e os “glut-glut” que as gargantas emitiam ao beber o chá. Berta falou mais alguma coisa ou outra e depois de pegar as xícaras, partiu sem discutir e sem fazer nada de suspeito. Fiquei mais um bom tempo ali, ouvindo tudo e só saí quando ouvi o barulho de dois corpos atingindo o chão.
– Berta? – chamei-a novamente pelo comunicador – Preciso que você venha novamente ao andar do meu quarto.
– Eles não me deixaram trazer chá para você, também estão recebendo ordens – ela falou do seu jeito simplório.
– Não quero que você entre, quero apenas que vá até a porta do meu quarto. Se alguma coisa cair, você irá segurar, entendido? Sei que é forte o suficiente para carregar um elefante.
– Tudo bem, estou indo.
O que Berta não sabia, é que o que iria cair era a porta. Eu tinha medo do estrondo que aquilo ocasionaria quando chegasse ao chão e precisava de algo que evitasse isso. Berta, como qualquer robô, era muito forte, pois ela devia ser como um guarda-costas, me protegendo de qualquer mal e pronta para me carregar caso ficasse doente e incapacitada de andar. Uma porta, mesmo daquela grossura, seria fichinha para ela.
– Mine? – ouvi a voz dela do outro lado da porta – Eles estão tirando uma soneca!
– Não ligue para eles, afaste-se um pouco da porta e prepare-se!
Subi em cima de uma cadeira e espalmei minhas mãos na porta. Mesmo que o meu braço robótico esquerdo não estivesse tão pronto para ser usado nesse momento, era a minha única chance. Comecei a empurrá-la o mais forte que eu podia, até que as dobradiças superiores não aguentaram mais e estouraram, fazendo a porta ir para frente e ficar presa apenas pelas dobradiças inferiores. Como o esperado, Berta segurou a porta como se fosse uma folha de papel e eu pulei para longe dali.
– Oh, não! Você me enganou Mine! Você é uma garota muito má! – ela exclamou, olhando feio para mim.
Se você visse Berta no meio de uma multidão, nunca desconfiaria da sua verdadeira natureza, mas de perto, ficava claro que ela era um robô. Simplesmente não havia vida nela, por mais que ela conseguisse imitar expressões humanas muito bem. Mesmo assim, era impossível não considerá-la como um ser humano, na verdade, ela era muito melhor que a maioria deles. Berta tinha a imagem de uma mulher de uns vinte e poucos anos, com os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo e olhos azuis brilhantes e sem vida, usava vestidos e calças rosa bebê e um avental branco impecável.
– Muito obrigada, Berta! – eu exclamei, a abraçando – Saiba que está lutando do lado certo.
– Eles vão me destruir – ela disse desesperada – Tem câmeras pela casa inteira!
– Não vão, porque vou destruir tudo que entregar você e eu. Eles pensam que estão brincando comigo, mas sou eu que vou brincar com eles agora.
Fui até os dois corpos inconscientes e os coloquei dentro do meu quarto. Peguei minha mochila e com ajuda do braço especial de Berta, soldei as dobradiças superiores até elas endurecerem e se fixarem na porta de mogno. Agora eu estava à solta e ninguém mais poderia me prender. Eu era como o Frankstein, virei-me contra o meu criador e eu não seria a pessoa perseguida e morta no final.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

93Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Dom Dez 09, 2012 11:48 am

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 41


Seja o primeiro no mundo a entender
E o último que sente alívio
É um tempo de melancolia
Mas juntos ficaremos bem
(Hurricanes and Suns – Tokio Hotel)

05 de Setembro de 2109
Laboratório de meu pai
14h45min PM

No fim daquele mesmo corredor havia o laboratório do meu pai, por eu confiar nele, só havia entrado naquele local com sua presença. Como não o respeito mais, agora eu tinha direito o suficiente de me infiltrar no lugar mais pessoal dele. O principal motivo de eu ter conseguido aprender a detonar protetores de portas dos Dogs Unleashed é porque eu detonava o do meu próprio pai. Eu passava horas abrindo e fechando aquela porta sem realmente entrar, apenas por experiência. Agora eu iria usar minhas habilidades de verdade.
Conectei meu Idiary no dispositivo e rapidamente a porta abriu. Berta ficou parada no corredor sem saber o que fazer, mas logo optou por me seguir, talvez querendo me impedir de fazer algo mais errado do que já fiz. O laboratório do meu pai estava tomado pela penumbra, mesmo assim dava para ver as bancadas contendo provetas e béqueres cheios de líquidos que eu desconhecia. Encostei a porta para que ninguém desconfiasse de nada e fui até um dos armários do meu pai, procurando por algo que seria bastante útil: clorofórmio. Vasculhei um bocado até encontrá-lo. Também procurei nas gavetas por paninhos e os coloquei em minha mochila. Claro que não pude me esquecer de seringas e tranquilizantes que encontrei, seria ótimo ter mais inimigos inconscientes.
A última coisa e mais importante, encontrava-se na salinha adjacente ao laboratório: o computador principal do meu pai. Eu nunca havia entrado lá e tinha certeza que devia ser o lugar mais protegido da casa, o que poderia ser um problema.
– Não podemos arrombar a porta, tenho certeza que deve ter algum alarme – falei para Berta, analisando todo o local em busca de alguma coisa que me ajudasse – Mas nada passa despercebido para mim.
Havia uma tubulação de ar acima das nossas cabeças e eu tinha quase certeza de que através dela poderia chegar à outra salinha, afinal, aquilo devia ser um respiradouro para evitar que um lugar que ficasse a maior parte do tempo fechado, não cheirasse a mofo. Peguei uma das banquetas e subi em cima dela, estiquei meu braço até tocar as grades e comecei a fazer força para que saísse.
– Berta, você precisa me impulsionar para cima – eu disse, quando finalmente arranquei a grade – Não conseguirei fazer sozinha.
– Não posso, isso é contra as ordens do seu pai – ela disse com uma expressão de puro terror. É nessas horas que eu realmente penso que Berta é humana.
– Você irá se auto-desligar se ir contra uma ordem?
– Não, porque há exceções. Por exemplo, se eu recebesse a ordem de manter um bebê dentro de casa, mas de repente a casa pegasse fogo, eu teria que ir contra as regras.
– Então essa é uma exceção e estou fazendo isso por você. Se eles virem os vídeos das câmeras, irão descobrir que você me ajudou. Estou tentando salvar sua pele, mas não posso sem sua ajuda.
– Você já me ferrou demais – ela lançou-me um olhar bravo, mas pegou outra banqueta, subiu nela e me ajudou a chegar até a tubulação – Vou te ajudar porque não há alternativa.
Já dentro da tubulação apertada e com cheiro estranho, comecei a me arrastar em direção – pelo menos era o que eu esperava – a sala secreta de meu pai. Não demorou muito a achar outro respiradouro protegido por uma grade, meus olhos robóticos logo se acostumaram ao escuro e pude ver uma cadeira flutuante abaixo. Impulsionei a grade para baixo até ela ser arrancada e pulei dentro do local escuro.
Decididamente era a sala adjacente e pude confirmar que havia um dispositivo de alarme piscando perto da porta. Comecei a ligar o computador e logo as telas holográficas acenderam, pedindo uma senha. Já havia passado por isso antes e não iria demorar, ainda mais que a proteção era tão fraca, meu pai com certeza não contava que um hacker invadiria seu local sagrado. Ele nunca deu muita atenção aos meus talentos e duvido muito que ele saiba sobre isso.
Quando consegui me infiltrar, comecei a procurar o programa das câmeras de segurança, eu precisava apagar todas as provas de que Berta me ajudara, além de usar isso ao meu favor. O programa abriu e mostrou várias telas de várias partes da casa, eu podia ver claramente Berta no laboratório, olhando para todos os lados e um tanto impaciente do seu jeito robô. Também dava para ver soldados na sala e os robôs rondando a casa lá fora. Comecei a apagar toda a memória das câmeras e quando finalizada, desliguei-as completamente.
Voltei para a página inicial e cliquei em um programa denominado Projeto Humanoid, logo uma tela cinza surgiu pedindo uma senha. Novamente consegui dar um jeito e o programa permitiu minha entrada. Como eu suspeitava lá estavam diversas informações, mas eu só precisava de uma, por isso digitei na busca: Localizador. Uma nova janela abriu explicando tudo sobre o tal aparelho e no final, havia links, um deles era nada menos que Humanoid 483.
Eu cliquei ali e uma nova aba abriu, mostrando uma animação do meu corpo em transparência, deixando apenas as partes robóticas expostas, que depois foi avançando até mostrar o meu olho robótico direito. Uma flechinha apontou para um dispositivo atrás do meu globo ocular e a palavra Localizador apareceu logo em seguida e mais um monte de informações surgiram. Isso me lembrava um bocado Jogos Mortais, o único jeito de arrancar aquilo de mim, seria tirando meu olho primeiro.
Quando já estava para desligar o computador, uma mensagem surgiu dizendo que havia um novo e-mail. Esperei um pouco para clicar, possivelmente a mesma coisa havia surgido na tela do Idiary de meu pai e seria estranho se avisasse que o e-mail já fora lido. Quem havia o enviado era um tal de Peter Roth.

Langebahn
O problema com aquele Humanoid filho da puta foi resolvido. Ele está fraco o suficiente para não causar mais problemas. Também fizemos um interrogatório, o único que parece saber de alguma informação é ele, mas o maldito não abre a boca, nem sob tortura. Você não tem ideia do quanto sarcástico o maldito pode ser.
Apesar dos problemas, está tudo sobre controle e eles não vão conseguir fugir. Se não conseguirmos informações, em breve iremos acabar com aqueles vermes, talvez assim, o nosso inimigo se revele.
Atenciosamente
Delegado Roth


Não acreditava no que havia acabado de ler. Por mais que não fossem novidades boas, elas eram suficientes para por um sorriso no meu rosto: eu havia descoberto com quem os Dogs Unleashed estavam. Tratei de pesquisar onde ficava a delegacia pertencente a Roth e em segundo já tinha anotado a informação em meu Idiary. Tudo estava cogitando para que desse certo para o meu lado, a World Behind My Wall Corporation mal podia esperar.
Desliguei o computador e com a ajuda da cadeira flutuante, tratei de subir novamente pela tubulação de ar, fechando a grade de forma que não caísse e denunciasse minha visitinha. Berta estava ainda no laboratório e esboçou um sorriso quando me viu descendo.
– Conseguiu? – ela perguntou com seus olhos enormes que me lembravam vagamente um gato.
– Sim, está feito. E consegui mais informações que precisava – falei, abrindo gavetas e procurando o que eu precisava – Berta, o que vou fazer agora é uma tremenda loucura, por isso preciso que fique calma e em silêncio, não me atrapalhe.
Ela fez que sim com a cabeça sem ao menos questionar. Quando achei um espelhinho, luvas de plástico e uma pinça, sentei na bancada e me preparei mentalmente e fisicamente para minha primeira cirurgia. Com meu polegar e indicador plastificado, peguei meu olho direito e comecei a puxá-lo. As primeiras tentativas me deram um bocado de medo, mas eu não tinha tempo para ficar enrolando, então tratei de puxá-lo cuidadosamente apesar das fisgadas.
Pelo olho esquerdo, pude ver a expressão assustada de Berta, mas ela não abriu a boca nenhuma vez. Confesso que eu estava a ponto de vomitar, ao ver meu olho em minhas mãos e estava agradecendo por não poder enxergar o buraco que havia ficado no lugar. Contando apenas com a outra visão, achei o pequenino localizador grudado atrás do meu globo ocular.
Peguei a pinça e comecei a tentar retirá-lo, mas ele estava muito bem grudado. Decidi que faria isso com meus próprios dedos e mesmo temendo o resultado final, puxei o localizador com toda força que tinha e ele saiu. Eu ainda estava enxergando, o que era uma boa coisa. Tratei de colocar meu olho em seu devido lugar, pisquei algumas vezes sentindo aquela sensação estranha de vazio preenchido.
– Como estou? – perguntei a Berta.
– Vesga – ela falou ainda com expressão de pânico.
Pus-me a rir e com ajuda do espelhinho consegui ajeitar o meu olho. Olhei para o localizador e percebi que havia conseguido a maior proeza de todas. Agora minha localização só dizia respeito a mim.

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94Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Dom Dez 09, 2012 11:49 am

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 42


Tudo que você tem
Apenas deixe sair
Preparado ou não
Apenas dê a volta por cima
(Hey you – Tokio Hotel)

05 de Setembro de 2109
Em uma loja de fantasias, perto da Berlim destruída
15h33min PM

Naquele mesmo andar, fui em direção a um vaso que ficava perto do meu quarto e enterrei o localizador ali mesmo. Falei para Berta esperar nesse andar, enquanto eu ia dar um jeito nos caras que estavam na sala de estar. Peguei em minha mochila o clorofórmio e derrubei em um paninho e o segurei firmemente enquanto descia as escadas com todo cuidado.
Os dois soldados estavam aonde eu havia visto pela câmera, um deles estava analisando os quadros de fotografias em cima da lareira e o outro estava olhando para a janela, como se suspeitasse de um ataque surpresa do lado de fora. Escondi-me atrás de uma estante, esperando pacientemente a hora de atacar. O soldado que estava vendo as fotografias, falou que ia dar uma olhada na biblioteca e sumiu por um corredor, deixando o amigo sozinho e desprotegido.
Ele nem percebeu quando cheguei, tapei sua respiração com o paninho cheio de clorofórmio e segurei um dos seus braços em suas costas, impedindo-o de se movimentar ou gritar. Logo seu corpo inconsciente pendeu para um lado e eu fui arrastando-o até o armário de casacos e o joguei lá dentro. Eu estava ficando boa nesse negócio! Estou quase me sentindo uma espiã!
– Hoffmann? – perguntou o outro soldado, voltando à sala de estar enquanto me mantinha novamente atrás da estante – Onde você está?
Como se adivinhasse, finalmente, um ataque, ele se virou justamente quando eu estava atrás dele. Dessa vez, não pude ser tão delicada, principalmente quando o vi levantar aquela arma cheia de tranquilizantes, lasquei um soco em seu rosto e antes que caísse no chão e fizesse barulho, segurei seu braço. Mesmo desmaiado, não tinha certeza se ele ficaria um bom tempo assim, por isso apliquei um tranquilizante nele. Foi então que percebi algo bem conhecido por mim em seu bolso, era nada menos que um choque-elétrico igual ao de Bill. Sem pensar duas vezes, o peguei e arrastei o último soldado até o armário para ficar com seu amiguinho.
– Berta? – chamei, falando o mais baixo possível – Preciso da sua ajuda novamente!
– O que é? – ela falou, descendo a escada aos pouquinhos.
– Vá até lá fora, finja que precisa regar o jardim e encharque o gramado o máximo que puder. Quando terminar, venha me avisar e fique o mais longe possível.
– Gott! O que você está planejando?
– Não questione, Berta, faça logo o que eu mando! Preciso sair daqui o mais rápido possível!
Apesar de não estar gostando muito da ideia, Berta saiu da sala de estar, talvez, indo fazer o que eu mandei. O plano, para dar certo, dependia de uma coisa: eu precisava aprender a flutuar. Não era mais um capricho, eu realmente estava desesperada por conseguir, isso ajudaria um bocado. A outra carta na manga era usar luvas plásticas também nos meus pés, mas seria um tanto idiota.
Sentei-me amargurada na poltrona que eu sempre ficava quando queria assistir televisão. Teria que dar adeus ao meu lar, que não podia ser chamado de lar mesmo que trouxesse o mesmo conforto de sempre. Comecei a procurar em minha mochila, o meu Idiary, para ter o que fazer enquanto Berta demorava e acabei achando as fotos de Bill. Droga, como eu sentia falta dele e também sentia uma amargura tão grande por saber que ele está em maus lençóis. Mas eu ia salvá-lo, não ia deixar mais ninguém acabar com a vida dele, ainda mais quando ele se propôs a recomeçá-la.
Peguei justamente a foto que ele estava com Petrova, claro que eu não simpatizava nada com ela, mas o sorriso dele estava tão contagiante que podia ficar horas olhando sem nem ao menos me importar com aquela outra existência. E pensar que as últimas horas que estive com Bill, foram as horas mais importantes de todas, ele realmente me correspondera de tal forma que chegava a ser incomum para com a realidade. Levantei-me da cadeira e aproximei aquela foto em meu peito, tentando recordar a noite de 02 de Setembro, de como ela ainda estava não só em meu corpo como também em minha mente. Eu precisava dele, eu ia não só salvar Bill como todos os Dogs Unleashed presos e nós iríamos fugir daqui, recomeçar em outro lugar.
Quando dei por mim, eu estava flutuando, meus pés estavam a centímetros do chão e sabia que poderia subir mais do que isso. A raiva faz a arma em meu pulso disparar, o amor faz as pessoas flutuarem, no meu caso, literalmente. A base para controlar todo o meu novo corpo é através das minhas emoções e sentimentos, porque é através deles que acabo exigindo mais dos meus músculos e ossos desconhecidos.
– Pronto, fiz o que a senhorita mandou – Berta falou, voltando a sala depois de alguns minutos – Encharquei a parte do jardim que fica abaixo do quarto de hóspedes...
– Ótimo – eu falei, subindo as escadas, ou melhor, flutuando sobre elas.
– Seus pés! Você está flutuando! – Berta exclamou boquiaberta.
– É normal, sou uma Humanoid – falei, rindo da expressão dela – Agora vou colocar meu último plano em prática e vou cair o fora daqui, Berta.
Ela não falou nada, apenas continuou a me olhar abismada enquanto eu voltava para o corredor do meu quarto e entrava no primeiro quarto da esquerda. Peguei um vaso em cima de uma das cômodas com girassóis de plástico, abri a janela um pouquinho e com toda força o arremessei direto ao muro do jardim. O barulho dele se partindo foi o suficiente para que os dois robôs viessem correndo em direção a parte encharcada, procurando a origem daquele estardalhaço.
Peguei o choque-elétrico e coloquei na potência máxima e pulei da janela, mas ao invés dos meus pés atingirem a grama molhada, simplesmente flutuei. Os robôs se viraram para mim, prontos para me atacar, então coloquei o choque-elétrico na poça d’água e apertei o botão. No mesmo instante, eles chacoalharam com o choque e depois caíram na grama, totalmente em pane e incapacitados de fazer qualquer coisa.
Quando voltei para frente da casa, Berta estava lá, apenas espiando o que estava acontecendo do lado de fora.
– Você conseguiu! – ela disse por fim, tentando mostrar alguma animação – Agora você pode fugir!
– Eu sei e queria lhe dizer obrigada por tudo! Berta, depois que minha mãe morreu, você se tornou a minha, independente de ser um robô. Às vezes tento dizer a mim mesma que você não tem de fato sentimentos, mas não consigo acreditar nisso quando convivi uma parte da minha vida ao seu lado – falei, tentando não chorar, mas foi em vão, porque grossas lágrimas começaram a escapulir – Não sei se vou voltar a vê-la, nem sei se vou voltar para minha casa, por isso quero dizer adeus.
– Oh, não chore! – ela me abraçou, falando daquele mesmo jeito que sempre falou, quando eu enfrentava algum problema adolescente bobo – Vou sentir falta de você e sempre vou considerá-la como minha filha.
Aquilo era tão natural e tão cheio de ilusão. Berta não vai sentir minha falta, talvez ela possa imitar o sentimento de saudades, mas não senti-lo. Mesmo assim, foi bom ouvir isso de alguém, já que a maioria das pessoas que deixei para trás, não devem nem se recordar de mim com carinho.
– Só quero pedir mais uma coisa – ela disse, se afastando – Quero que você dê um choque-elétrico em mim, pois quando eles descobrirem o que aconteceu aqui, irão me interrogar se eu estiver em ótimo estado. Inconsciente, irão pensar que você me atacou e que não me lembro de nada.
– Tudo bem, vou deixar em uma intensidade não tão forte, assim em algumas horas você irá acordar como se nada tivesse acontecido – falei, regulando o choque-elétrico.
Berta sorriu para mim e com todo pesar do mundo, a eletrocutei e ela caiu em meus braços, totalmente desacordada, parecendo mais humana do que nunca. Levei-a para dentro da casa e a depositei na cozinha, como se tivesse sido pega de surpresa no lugar que mais passa o tempo. Saí fora de casa e pulando o muro, vi-me naquela rua deserta, cheia de casarões onde as pessoas preferem ficar trancadas ao sair. Ninguém seria testemunha da minha fuga, pus-me a correr o mais rápido possível, para longe do lugar que eu mais amava passar meu tempo.
Só parei quando vi uma loja de fantasias abandonada, com madeiras na frente da porta que não impediriam minha passagem. Com toda a força que eu tinha, em meu braço, empurrei-as até cederem e entrei naquele lugar cheirando a umidade e mofo. Comecei a procurar alguma coisa que ajudasse em um disfarce e achei um caixa contendo algumas perucas. Peguei uma loira e uma ruiva e coloquei em minha mochila, tentando fechá-la já que estava abarrotada de coisas.
Sei que deveria executar tudo o mais rápido possível, mas não poderia resgatar os Dogs Unleashed em plena tarde, eu precisava esperar pela noite. Por isso, escondi-me nos fundos da loja, esperando que o tempo passasse para que o plano fosse executado. Fazia tempo que eu não comia nada, mas isso não me impediria já que ainda tinha energia de sobra. A única parte do plano que ainda era falho era aonde diabos eu ia escondê-los? Tudo bem que poderíamos fugir para a parte destruída de Berlim, mas lá será o primeiro lugar que eles iriam procurar. Eu não fazia ideia da onde poderíamos ir para nos mantermos seguros e outras questões também eram importantes como tratar ferimentos e conseguir comida.
Melhor eu não me desesperar, vou dar um jeito nisso, vou encontrar alguma solução ou poderemos encontrar juntos. A prioridade máxima é salvá-los, depois veremos o que se pode fazer. Eu não tinha mais medo dessa nova vida, por pior que ela fosse, na verdade, eu tinha vontade de enfrentá-la como enfrentei os soldados. Devia ser errado se sentir poderosa, mas eu precisava pelo menos desse sentimento de segurança para ir em frente. A liberdade só é perigosa para passarinhos que não sabem voar e, hoje, eu dei meu primeiro voo.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

95Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Dom Dez 09, 2012 11:51 am

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 43


Você quer me consertar
Empurrar-me
Para dentro da sua fantasia
Você tenta me pegar
Vender-me
Sua personalidade
(Strange – Tokio Hotel)

05 de Setembro de 2109
Na Delegacia da Berlim intacta
20h44min PM

As sombras da noite alcançaram Berlim. Não havia uma alma viva por perto além dos barulhos sinistros que o vento fazia. Eu estava com aquela maldita peruca loira em minha cabeça, usando uma saia preta, meia arrastão, coturnos, um top preto e um sobretudo preto. Dediquei-me até a maquiar meus olhos de preto para deixar tudo mais real possível. Ou era a fantasia de gótica ou seria a de mulher gato, que era bem mais chamativa.
Quando cheguei à delegacia, precisei ficar um bom tempo do lado de fora arquitetando tudo. Rasguei um pouco da minha saia e do meu top e pus-me a chorar até a maquiagem preta ficar borrada. Corri para dentro da delegacia, chorando em plenos pulmões até chegar a um balcão, onde um policial me olhou bastante assustado.
– O que aconteceu? – ele perguntou, mas os meus soluços de mentira me impediam de falar – Quer um pouco de água? Você precisa se acalmar!
– Oh, Gott! Algo terrível, terrível!
– Conte-me, podemos te ajudar...
– O delegado – eu disse de repente, olhando para ele com uma expressão de terror – Preciso falar com ele, é urgente. Não posso, não posso, não posso...
– Ele está muito ocupado, por favor, tente se acalmar – ele falou, pegando um copo de água e colocando em minha frente. Eu peguei com as mãos tremendo e levei a minha boca, bebendo desesperadamente. Isso está me soando mais divertido do que eu pensava – Está tudo bem agora?
– Eu preciso falar com o delegado – falei, começando a soluçar novamente – É terrível, só ele pode me ajudar. Estou em perigo! Por favor, chame-o, por favor!
Todas as tentativas de me acalmar foram em vão, o ruim é que eu estava chamando um bocado de atenção e outros policiais já estavam de olho em mim. Depois de muita insistência, o gentil Policial Weiss foi falar com o delegado e enquanto ele fazia isso, coloquei meus braços em volta de mim e fiquei olhando para o chão como uma garota transtornada faria. Quando ele voltou, mandou-me segui-lo até uma porta no fim do corredor onde se lia na placa: Delegado Roth.
A porta abriu com a palma do policial e demos de cara com um homem gordo e quase careca, apenas com um pouco de cabelo que ia do castanho ao grisalho. Ele não parecia muito de bom humor, talvez lidar com os Dogs Unleashed fosse bastante estressante, espere até o idiota lidar comigo.
– O que você quer? Não estou com tempo para ouvir sobre brigas adolescentes – ele disse de uma maneira bastante rude.
– Eu matei uma pessoa, não queria, mas... – os soluços vieram da forma mais profissional que pude fazer. Deixe-me cair no chão aos prantos enquanto o delegado olhava-me sem saber o que dizer – Ele me ameaçou... agora estão atrás de mim...
– Quem? – ele perguntou, por fim – Quem está atrás de você?
– Não posso, não posso, não posso! Precisamos ir até um lugar seguro, as paredes têm ouvidos e eles vão saber como chegar até a mim – eu disse tentando mostrar terror – Por favor, não deixem me pegar!
– Tudo bem, tudo bem – ele disse de má vontade, levantando-se e estendendo o braço para que eu ficasse de pé – Vamos a um lugar mais seguro.
O delegado levou-me até aquelas salas cinza, onde a única forma de saída é pela porta de entrada. Mas o que mais me chamou atenção foi uma placa onde se lia Celas perto de onde nós estávamos, o que tornaria nossa caminhada muito mais rápida. Fui até a cadeira que ele indicou, de frente para uma mesa, onde ele sentou-se do outro lado com sua expressão impaciente.
– Não sei o que está ganhando ao ajudar a World Behind My Wall Corporation, mas agora você está do meu lado – eu disse calmamente, olhando para o rosto gordo dele de repente ficar pálido – Se você abrir a boca ou tentar qualquer movimento brusco, eu atiro em você antes que consiga dizer socorro.
Ver o cano da arma sair do meu pulso foi o suficiente para que ele ficasse totalmente petrificado e sua testa começou a suar como se acabassem de despejar um copo de água nela.
– Gostou da minha atuação? – perguntei em escárnio – Não me diga que está cansado de lidar com Humanoids?
– O que você quer? – ele perguntou, finalmente conseguindo falar.
– Quero que você me leve até as celas e faça tudo que eu mandar. Não pense que você e mais os outros cinco policiais podem lidar comigo, sou suficiente forte para dar conta de cada um. Vamos ou não?
Levantei-me e ainda mantendo a arma fora do meu pulso, encostei-a nas costas dele, fazendo-o levantar rapidamente ao contato. Nós saímos da sala cinza e nos encaminhamos até a porta das celas, onde com sua mão suada, ele abriu o dispositivo. O corredor era todo pintado de um bege meio sujo, com umidades no teto que davam um ar bastante precário. As grades se estendiam por todo o local e pude ver umas dez pessoas em cada uma, a maioria estava sentada ou deitada.
– Ande em frente – mandei, empurrando-o.
– Wilhelmine? –alguém perguntou, vindo de uma das grades. Foi quando percebi que se tratava de Tom. Ele estava com sangue seco na testa e um bocado sujo e machucado, mesmo assim, parecia estar bem – Gott, quase não a reconheci!
– Tom! – exclamei, fazendo várias pessoas das celas me olharem e logo depois sorrir ao descobrir que seriam salvas – Vim ajudá-los, não poderia deixá-los aqui!
– Não acredito que você nos achou! Eu pensei que eles estavam a mantendo presa também.
– Me mantiveram presa, mas consegui fugir – falei, logo depois empurrando Roth para a cela – Abra ou arranco sua mão e dou conta do recado.
A cela de Tom foi aberta, e junto umas dez pessoas saíram felizes da vida por estarem sendo libertadas. Fomos abrindo uma a uma e logo pude reconhecer Georg, Gustav e Natalie no mesmo estado de Tom, mas estavam bem o bastante para ajudar na fuga. Um Dogs Unleashed ou outro que parecia estar bastante ferido, mas que poderia ser carregado facilmente.
– Onde está Bill? – perguntei, de repente, ao ver que não o encontrara em nenhum lugar.
– Ele está na solitária – Tom falou amargamente, apontando para uma porta de ferro no final do corredor – Estavam o torturando por informações, não faço nem ideia se ele está vivo!
– É bom ele estar – falei, olhando feio para o delegado – Ou vou descontar minha raiva de uma forma nada legal.
– Caramba, você virou o Bill escrito – Georg comentou – Está falando como ele.
– Espero que seja um elogio – eu disse, enquanto abria minha mochila e tirava uma arma, jogando-a para Georg – Mantenham o delegado sob a mira.
Roth foi empurrado por nós até o fim do corredor onde abriu a porta da solitária. A cena que se seguiu fez meu coração afundar completamente. Bill estava sentado no chão, encostado a parede, seu corpo estava coberto de sangue e com vários ferimentos que mostravam claramente os mecanismos robóticos. Havia argolas grossas presas aos seus pés e aos seus braços que se ligavam a correntes presas na parede. Senti meu maxilar ficar hirto conforme uma fúria ir tomando conta de mim.
– Vou matar vocês – disse entre os dentes, fazendo o delegado tremer – Vou aniquilar cada um que participou disso e não vou fazer da forma mais rápida possível.
– As algemas dão choque – Gustav falou de um jeito que parecia estar prestes a vomitar – Se Bill se mexer de forma brusca, um choque enorme o atinge.
Fui até onde ele estava e coloquei a mão nas correntes sentindo choques de leve. Com toda a força furiosa que se estendia pelos meus braços robóticos, puxei-as com tudo, as arrancando da parede antes que o choque forte nos atingisse. Fiz a mesma coisa com as correntes dos pés e quebrei as argolas que envolviam seus membros como se elas fossem insetos. Caí de joelhos à frente dele, o segurando em meus braços enquanto eu sentia sua respiração lenta e fraca.
– Bill? – eu perguntei com minha voz embargada, dessa vez eu estava prestes a chorar de verdade – Está me ouvindo? Vim salvá-lo, está tudo bem agora. Por favor, diga alguma coisa.
Mas ele não disse nada, estava muito debilitado para sequer fazer algum movimento. Georg o colocou em suas costas e passou a arma para Tom enquanto eu tentava assimilar tudo que estava acontecendo. Abri a minha mochila e tirei os tranquilizantes, mandei-os ficar onde estavam enquanto eu dava um jeito de fugirmos sem chamar atenção.
Havia apenas cinco policiais naquele local e por mais que eu tivesse com raiva, não poderia matá-los. Muitos deles tinham famílias esperando ansiosamente por sua chegada, só porque perdi a minha, não quer dizer que não vou me importar com as dos outros. Um a um foi desmaiando em meus braços e os coloquei silenciosamente no chão, sem não antes esmagar cada câmera que filmava o local.
– Eu devia matá-lo, sabia disso? – falei ao delegado, que estava na solitária, tremendo e suando a beça – Mas não sou igual a vocês, mesmo que estejam me levando a esse caminho. Não fui feita para matar ninguém e não quero ser consequência disso.
Peguei uma das seringas e afundei no braço dele, deixando o líquido entrar completamente em sua corrente sanguínea. O delegado Roth caiu molemente no chão e deixamo-lo ali, enquanto saíamos o mais rápido possível daquele lugar que foi aterrorizante para os Dogs Unleashed. Os cães realmente estavam à solta está noite, indo em direção à escuridão e contando apenas com a luz da Lua, quem sabe, indo para onde?

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

96Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Dom Dez 09, 2012 6:14 pm

Ella.McHoffen

Ella.McHoffen
Administradora

Tantos capitulos e novidades novas Razz

Adorei tudo tudo. Simplesmente fantastico

Mine deveria ter morto o pai.Cada vez o ODEIO mais Twisted Evil
Adorei todos os planos que ela construiu para eliminar cada obstaculo. Mine Frankstein lol!

Tadinho do Bill Sad
Espero que fique bom logo.

Que vai acontecer agora?! Pra onde eles vão?!
Continua Sam bounce

https://thfanfictions.forumeiro.com

97Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Qua Dez 12, 2012 1:53 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 44


Estou fisicamente, mentalmente obcecado por você
Eu estou como uma visão triste, triste.
É como uma noite fria, fria.
(Screamin’ – Tokio Hotel)

05 de Setembro de 2109
Nos esgotos abaixo de Berlim
22h05min PM

Quando se tratava de esconderijo, os Dogs Unleashed eram mestres. Segundo Tom, havia uma pequena base de emergência há alguns quilômetros da antiga base, onde poderiam ficar por um tempo para pensar em uma solução. Claro que para chegar até lá, seria um bocado perigoso ficar andando pelas ruas desertas onde ficaríamos evidentes entre os destroços da Berlim destruída.
Por isso a melhor forma de chegar até lá – apesar de ser nojenta – era através dos esgotos abandonados. Com minha ajuda, retirei um dos bueiros e um a um fomos descendo pelas escadas úmidas para dentro daquela toca fétida. Fiquei por último e decidi transportar Bill, era muito mais fácil e menos cansativo para mim, que ainda tinha energia o suficiente.
Os esgotos eram corredores enormes, com um córrego no meio e duas passarelas de cada lado que permitia apenas uma pessoa passar de cada vez. O cheiro chegava a ser tão podre que me dava náuseas e tinha tantos ratos que chegou uma hora que eu nem mais me importava de pisar neles. A pior coisa é que eles estavam debilitados, a maioria havia comido mal durante esses três dias e ainda tinham ferimentos da última batalha.
– Espere um momento – Tom falou, virando-se abruptamente para mim – Você não tem um localizador, Wilhelmine?
– Eu o arranquei – disse simplesmente – Acha que eu estaria com vocês se ainda estivesse com ele? Planejei tudo para que o plano desse certo.
– Bill pode ser um louco a maior parte do tempo, mas que ele treinou você melhor do que esses pupilos, ele o fez – ele disse, continuando a caminhada.
Ao ouvir o nome dele, um aperto tomou meu coração. Seus braços estavam em volta do meu pescoço, sem de fato estar segurando e seu corpo estava colado as minhas costas. Eu era capaz de sentir sua respiração, o que me dava certa esperança e conforto.
– Ele vai ficar bem, é mais forte do que aparenta – Tom disse ao ver minha expressão triste – Sou capaz de sentir o quanto ele está lutando, ainda mais quando descobriu que está aqui.
Não consegui conter o sorriso que brotou em minha face, eu tinha esperança suficiente de que ele iria melhorar, só precisávamos chegar a algum lugar seguro. Alguns Dogs Unleashed começaram a fraquejar depois de muitas horas andando e muitos tiveram que ser carregados. Eu também comecei a me sentir fatigada, com fome, já que desde que acordei, não comi nada e acho que só sobrevivi esses três dias com soro.
Quando finalmente chegamos ao bueiro mais próximo da base, saímos daquele lugar horrível e nos encontramos perto de um mercado totalmente destruído, onde um letreiro estava preso pela metade e pendia perigosamente para o chão. Eles foram até uma casa próxima, um tanto torta e que podia cair a qualquer movimento brusco, entraram sem qualquer cerimônia, passando pelos cômodos até chegar do outro lado.
Havia um campo enorme, com mato crescendo e várias ruínas espalhadas por cima, levadas pelos terremotos. Gustav se encaminhou até uma construção pequena e quadrada, onde geralmente ficava registros de água, mas quando o abriu, havia aqueles identificadores de digitais. Ele encostou sua mão e automaticamente o campo começou a ser partido como se fosse o Mar Vermelho, abrindo uma pequena passagem que levava direto as escadas.
– Nossas bases eram usadas antigamente para experimentos químicos, radioativos e nucleares – Tom explicou quando começamos a descer as escadas – Mas por causa dos terremotos, isso tudo foi deixado para trás.
– Não é perigoso?
– Não, a área foi toda revistada a procura de algum tipo de material radioativo, e o que tinha foi totalmente descartado sem causar problemas.
Aquela base secreta era bem menor que a outra, tinha apenas três andares, a maioria eram quartos e banheiros, também havia uma cozinha pequena e uma enfermaria. Foi para estar última que carreguei Bill e o depositei cuidadosamente naquelas camas intactas. Ele ainda estava do mesmo jeito, dormindo profundamente, sem ao menos emitir algum ruído ou algo mais que denunciasse que estava vivo além da sua respiração.
– Vou cuidar dele – Natalie falou, começando a procurar nos armários o que fosse necessário – Não vou poder fazer nada quanto a pele sintética, mas vou fazer o máximo para cuidar da parte humana dele.
– Posso ficar aqui? Prometo que não vou atrapalhar – falei tristemente
– Melhor não, não porque vai atrapalhar, mas você parece estar terrível e cansada. É melhor você tomar banho e comer alguma coisa, tenho certeza que há alguma gororoba enlatada para enganar a fome. Depois você volta e vai encontrá-lo em melhor estado.
Ela estava certa, eu me sentia debilitada e não era nem pelo cansaço, era mais emocionalmente. Meu corpo pode ser robótico, mas minha mente ainda é humana o suficiente para fraquejar perante algumas situações. Saí da enfermaria e fui direto para o primeiro quarto vazio que encontrei, precisava dar um jeito na minha aparência.


05 de Setembro de 2109
Na nova base secreta
23h47min PM

Havia algo de errado comigo, eu sentia vontade de vomitar mesmo não tendo nada no estômago e às vezes sentia uma tontura. Por um momento, pensei que estivesse grávida, mas era algo quase impossível afinal no acidente de carro, meu útero foi atingido ficando incapacitado de gerar vida. Lembro até que um dos futuros projetos da World Behind My Wall Corporation era desenvolver úteros robóticos que ajudariam mulheres que não podem ter bebês.
Talvez isso fosse causado pela fome ou pelo desgaste que sofri esses dias, por isso fui até a cozinha onde grande parte dos Dogs Unleashed estava comendo desde pacotes de bolacha até picles em conserva. Com certeza não era a melhor refeição do mundo, mas parecia um bocado com os lanchinhos que Berta e eu fazíamos. Mesmo assim, comi o suficiente para me manter em pé, não estava realmente com fome e o enjôo ainda permanecia.
Algumas pessoas ainda tentaram falar comigo, agradecer pelo que fiz, mas respondi mais em monossílabos e não estava com vontade de manter um diálogo. Quando terminei de comer, corri para a enfermaria onde eu ficaria ao lado do Bill e tentaria descobrir se finalmente melhorara. Natalie ainda terminando de limpar seus machucados e não parecia estar com uma boa expressão.
– O que foi? – perguntei de repente – Ele vai ficar bem, não vai?
– Cuidei de seus ferimentos, não sei nada quanto a parte robótica, mas... – ela parou bruscamente e fiz sinal para que continuasse – Bill não toma seus remédios há três dias, o seu corpo está rejeitando a parte robótica e a febre já está começando. Eu que fazia os remédios e tinha a receita, mas aqui não há tudo que é necessário.
– Gott! Eu posso ir atrás, se você der o que precisa, posso procurar em farmácias...
– São substâncias difíceis de conseguir, você pode até achar algumas, mas geralmente a importávamos – ela falou com seus olhos começando a lacrimejar.
– Tudo bem – falei pensativa, andando de um lado para o outro enquanto pensava – Mas é claro! Há um lugar onde deve ter tudo que precisamos: a World Behind My Wall Corporation. Conheço tudo como se fosse a palma da minha mão já que passei muito tempo por lá. Vou disfarçada e roubo o medicamento.
– Isso é loucura! – Natalie exclamou – Você pode ser pega!
– Posso, mas é melhor do que não tentar e esperar que ele morra. Não posso permitir isso, Natalie. Eu vou até lá e ninguém vai me impedir, entendeu?
Ela não disse nada e não adiantaria, apenas pegou um papel e escreveu o que era necessário que eu trouxesse. Eu iria hoje mesmo, não podia esperar, se não seria tarde demais. Voltei para o meu quarto e esvaziei um pouco minha mochila, deixando apenas o necessário. Ainda havia a peruca vermelha – já que a loira deixei no esgoto – para servir de disfarce, quanto às roupas de médico, não seria problema. Por mais que o mal estar ainda estivesse presente, eu teria que seguir em frente e pus-me fora do meu quarto, indo direto as escadas, quando alguém me parou. Um aperto forte em meu braço, fez-me lembrar de alguém, mas quando me virei, vi Tom e não Bill como realmente esperava.
– Não acredito que você vai direto a toca dos leões – ele disse esperando uma resposta minha.
– Se eu não fizer nada, Bill irá morrer. O único lugar que há o medicamento necessário é na World Behind My Wall Corporation.
– Eu não quero que Bill morra, ele é meu irmão, mas é perigoso ir até lá. É melhor você esperar, estaremos mais bem dispostos amanhã e poderemos ir em maior número.
– Não, sozinha é melhor, vocês irão me atrapalhar. Quanto menos pessoas nessa operação, melhor.
– Wilhelmine, não haja como se pudesse dar conta da situação! Você está acabada também, não pode ficar se esforçando só porque pensa que é um Humanoid. Ainda há fraquezas humanas e você precisa respeitá-las.
– Não podemos esperar, se Bill piorar, pode ser tarde demais – retorqui, puxando minha mão de seu aperto até ela finalmente sair. Aquilo era muito mais fácil de fazer com ele do que com Bill – Eu vou e estarei de volta em breve, não se preocupe comigo.
Quando já estava para tirar meu Idiary da mochila, para conectá-lo e abrir aquela porta enorme no terreno, Tom me parou. Ele me virou para encará-lo e pensei que iria falar o maior sermão de como eu não deveria ir a missões sozinha, mas fui surpreendia pelos seus lábios que se aproximaram dos meus. Meu corpo relaxou ao contato dele e parecia que todo o peso que eu estava carregando em minhas costas sumira. Seus braços envolveram a minha cintura e fui levada por aquele beijo que cada vez mais se aprofundava até que ele se afastou.
– Isso é o que Bill faria – Tom falou, com o seu rosto todo vermelho e com um sorriso maroto, tentando se explicar.
– Não minta – falei sem realmente estar brava.
– Tudo bem, é o que eu faria – ele riu – Preciso me certificar de que você é perfeita para ele, confesso que é até demais.
Tom colocou sua mão no identificador de digitais, fazendo o terreno se abrir acima das nossas cabeças. O abracei fortemente antes de sair para aquele mundo frio, achando aquela sensação nova totalmente estranha. Se Bill e Tom fossem a mesma pessoa, nada me impediria de se apaixonar por eles, mas a natureza decidiu separá-los e transformá-los em duas pessoas totalmente diferentes. E eu tinha medo de que isso atrapalhasse minha vida.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

98Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Re: Humanoid Chronicles Qua Dez 12, 2012 7:44 pm

Anny V.

Anny V.
Moderadora

Ok, a Mine não vai se apaixonar pelo Tom também, vai? Suspect

Eu acho que na World Behind My Wall Corporation vai ser bem mais difícil de entrar sem ser reconhecida, do que na delegacia. Quem sabe a Mine se da mal nessa '-'

Esse enjoo que a Mine ta sentindo não pode ser por que o corpo dela ta rejeitando as partes robóticas igual o Bill?
Vai que da primeira vez correu tudo bem, e agora as coisas começaram a dar errado.

Tom safadiiinho, testando a namorada do irmão, né? Aham, senta lá Humanoid Chronicles - Página 4 4006026513

http://h-u-m-a-n-o-i-d.tumblr.com/

99Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Sáb Dez 15, 2012 1:38 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 45


Mude sua visão
Limpe sua mente
Eu nunca vou te deixar para baixo
Junte-se a mim para sempre agora
(Forever Now – Tokio Hotel)

06 de Setembro de 2109
Na World Behind My Wall Corporation
00h49min PM

O prédio da World Behind My Wall Corporation estava do mesmo jeito que a última vez que o vi. A parte administrativa, onde eu fiquei quando fui sequestrada, estava na penumbra como sempre por ser madruga, já a área onde ficava o hospital, dava para ver algumas janelas iluminadas. Percebi que o saguão de entrada que fora explodido, já estava consertado e bem mais bonito que antes. Aquilo me dava um tremendo sentimento de nostalgia, eu sonhava com esse lugar, trabalhando com cientistas renomados. Nunca sonhei em ser reconhecida como Humanoid e sim pela minha capacidade.
Parei de ficar pensando em assuntos tristes e comecei a prestar atenção em uma mulher saindo do saguão. Nós devíamos ter a mesma altura, mas ela era bem mais encorpada que eu, mesmo assim a coitada seria minha vítima. Sorrateiramente, sem que ela visse ou percebesse qualquer movimento, coloquei um pano com clorofórmio, tampando sua respiração. Ela se debateu, tentando se soltar, mas nada adiantou e ela desmaiou. Acho que vou bater o recorde como a garota que mais fez pessoas desmaiarem em curto tempo.
Arrastei-a atrás de uma árvore e comecei a procurar roupas de médico dentro da sua bolsa. Troquei-me naquele frio, sem nenhum medo de ser atacada por um pervertido, afinal sou uma Humanoid e conseguiria dar conta do recado. O jaleco ficou um pouco folgado e as calças um tanto comprida, mesmo assim, duvido que alguém fosse perceber algo de estranho.
A última coisa e mais importante era o crachá dela, que estava preso ao jaleco, uma bolinha metálica do tamanho de uma moedinha. Eu o apertei e surgiu bem rente uma tela holográfica pequenina onde se via a foto da mulher e seu nome, Sophie Benzner, ortopedista. Aproximei-me de um dos postes iluminados e tirei uma foto minha com meu Idiary e depois o conectei ao crachá, mudando todas as informações até surgir Ellie Haskel, farmacêutica.
Ellie Haskel foi minha melhor amiga na segunda série, nós éramos praticamente inseparáveis e vivemos quatro anos juntas até que seus pais, com medo dos furacões, se mudaram para a Holanda. Soube meses depois que ela contraiu a mesma doença forte da minha mãe e acabou morrendo. É nessas horas que eu me pergunto, se ela tivesse ficado, será que estaria viva até agora? Será que após minha mãe morrer, ela ficaria ao meu lado e impediria que eu me metesse em encrencas? Será que uma amiga verdadeira teria me ajudado a passar por esse momento difícil? Não faço ideia.
Tomei coragem e encaminhei-me para o saguão da World Behind My Wall Corporation que abriu automaticamente quando detectou o meu crachá. Fui para o corredor que me levaria ao prédio do hospital e logo fui encontrando diversos médicos no corredor, conversando animadamente. Alguns olharam para mim, talvez tentando ler o meu crachá para descobrir quem eu era, mas ignorei, andando firmemente sem mostrar hesitação.
Olhei para uma tela holográfica onde informava o que havia em cada andar e o que eu procurava era o quinto. Entrei dentro do elevador com mais três médicos, cumprimentei-os vagamente tentando mostrar que sou social e que estou ali há algum tempo. Dei uma olhada rápida no espelho para ver se minha peruca ruiva não estava fora do lugar, mas estava tudo em perfeita ordem, mesmo eu estando nervosa.
Rapidamente o elevador parou em cada andar sem que ninguém falasse comigo e dei graças aos céus por chegar ao quinto sem ninguém desconfiar de mim. Agora a próxima etapa era achar a farmácia, andei pelo corredor todo a procurando até chegar a uma porta branca ao lado de uma janela de vidro onde se via potinhos e caixinhas de diversos medicamentos. Já estava preparada para abrir a porta ao meu estilo hacker quando percebi que não havia nenhum identificador de digitais e sim uma maçaneta com uma fechadura.
Eu empaquei olhando aquela coisa absurdamente velha e incomum sem saber o que fazer. Se fosse qualquer coisa feita de dados, eu conseguiria me infiltrar facilmente, mas como se infiltrar naquilo sem uma chave? Virei a maçaneta na esperança de que aquilo abrisse, mas estava trancado. Droga! Agora onde eu poderia achar a chave? Quem estaria com ela? Decidir ir até o balcão daquele andar e perguntar para a secretária se ela sabia de algo, mas eu tinha medo de que ela descobrisse toda minha façanha.
– Com licença – falei polidamente, fazendo a secretária se virar para me olhar – Eu fui enviada para pegar um medicamento na farmácia e ela está fechada.
– Ah, a última a pegar a chave foi a Doutora Tiersen – ela falou sem ao menos desconfiar de mim.
– Você sabe onde ela está?
– Não faço ideia, mas daqui a pouco ela volta porque a chave precisa ser entregue a mim. É muito urgente?
– Ah, não. Posso esperar – e me afastei dela antes que ela questionasse mais alguma coisa. Sentei-me em um dos banquinhos que estava ali e fiquei esperando pacientemente.
Isso já demorara demais, uma coisa que era para ser rápida e silenciosa já estava me causando problemas. O pior que a tontura e as náuseas pioraram, eu sentia-me terrível e se não estivesse sentada, acho que já teria caído faz tempo. Será fraqueza dos últimos dias? Nunca havia passado por isso antes, não depois de ter me tornado uma Humanoid.
Depois de uns vintes minutos de espera, uma mulher realmente ruiva surgiu e a secretária fez sinal mostrando que aquela era a Doutora Tiersen. Ela era muito magra e alta, chegava quase a ter a altura de Bill e tinha um sorriso ossudo e cheio de sardas. Levantei-me rapidamente do banquinho e fui até o balcão, pensando no que diabos eu diria.
– Desculpa a demora – disse a Doutora Tiersen entregando a chave para a secretária – Tive problemas com um paciente e precisei atendê-lo.
Quem pensa que a World Behind My Wall Corporation apenas cria robôs está enganado. Para unir o útil ao agradável, ou seja, ótimos médicos com ótimos cientistas, a empresa comprou um antigo hospital. Além de que com o dinheiro que conseguiam com os pacientes poderiam patentear muito bem as suas experiências.
– Poderia me emprestar a chave agora? – perguntei calmamente, estendendo a mão.
– Você não é muito nova? – a secretária perguntou me fazendo congelar – É uma estagiária, não é? Porque nunca a vi nesse andar antes.
– Ah, sim... eu estou terminando a faculdade ainda. Por quê? Algum problema? – perguntei ficando um pouco mais aliviada.
– Precisa de algum médico para acompanhá-la, da última vez que um estagiário entrou na farmácia, roubou um monte de remédios para vender nessas baladas. Quem é o médico responsável por você? – disse a Doutora Tiersen, me olhando como se eu fosse algo digno de atenção.
– Ah... é... Doutora Benzner, Sophie Benzner – falei, lembrando do nome da mulher que eu ataquei – Mas ela já foi embora, acabou seu horário. Decidi ficar mais um pouco, terminando um trabalho da faculdade e preciso de certo medicamento para finalizá-lo.
– Você pode acompanhá-la, Doutora? – a secretária perguntou – Ela não pode ir sozinha, são as regras.
– Claro, posso ajudá-la a achar o medicamento mais rápido – ela respondeu prontamente, pegando a chave e fazendo sinal para que a seguisse.
Gott, tudo dera certo! Já estava suando e começando a gaguejar! Lidar com robôs e nocautear pessoas é mais fácil do que conversar com elas quando você não tem ideia do que realmente falar. Quando falei com o Delegado Roth hoje, eu já tinha planejado tudo e estava com tanta raiva que meu cérebro parecia arquitetar tudo rapidamente para que não desse errado. Agora eu estava em um terreno muito mais perigoso que me deixava totalmente tensa.
A Doutora Tiersen abriu a porta com a chave e adentramos aquele local cheio de prateleiras e uma geladeira mantendo certos medicamentos em sua temperatura necessária. Peguei o papel que Natalie havia escrito aqueles nomes complicados e comecei a procurar os que tivessem o mesmo escrito em seu rótulo. Eu tinha duas opções: ou achar o medicamento totalmente feito ou achar os componentes para que Natalie o fizesse depois.
– O que está procurando? – a doutora perguntou, se esgueirando com seu pescoço comprido pelo meu ombro, tentando ler o papel. Dei um pulo de susto ao vê-la tão próxima.
– Ah... isso – falei, mostrando a ela, pois se eu me recusasse, pareceria estranho.
– É um medicamento para que o corpo aceite algum transplante... sobre o que é seu trabalho?
– A robótica na medicina – falei a primeira coisa que veio à minha cabeça – Estou falando dos transplantes, alguns problemas que podem acarretar e como evitá-los. Por isso preciso desse medicamento.
– Eu sei onde ele está – ela falou, encaminhando-se até uma das prateleiras e pegando justamente um potinho cheio de pílulas brancas e redondas como a lua – Pronto, aqui!
Senti de repente a tontura piorar e me apoiei em uma das estantes, tentando me manter em pé. Céus! O que estava acontecendo? Meu corpo parecia queimar de dentro para fora, mas a área que mais parecia um vulcão em erupção era justamente o meu braço esquerdo. Foi então que entendi o que estava acontecendo, meu corpo estava rejeitando aquele braço! Eu estava passando pela mesma coisa que Bill e precisava daquelas pílulas milagrosas que estavam perto o suficiente para terminarem com aquele sofrimento.
– Você está bem? – ela perguntou, me segurando – Está pálida e quente! Acho que está com febre!
– Não, estou bem – eu falei, tentando me recompor e equilibrando meu peso que mais parecia estar em cima de uma corda bamba. Quando estendi minha mão para pegar o potinho, fui ao chão, caindo de joelhos.
– Gott! – a Doutora Tiersen exclamou – Você... você está usando uma peruca?
Percebi que a peruca ruiva havia ficado torta em minha cabeça, mostrando alguns chumaços do meu cabelo castanho escuro. Tentei arrumá-la de novo em seu devido lugar, mas a Doutora arrancou da minha cabeça para confirmar sua suspeita.
– Você é de uma empresa inimiga! Está se infiltrando no nosso hospital para roubar informações! – ela exclamou se afastando e virando as costas.
– Espere! – gritei, fazendo ela se virar. Quando se virou, seus olhos arregalaram-se em pânico ao ver a arma em meu pulso – Ou você entrega esse medicamento por bem, ou vou pegar por mal.

Aviso: Está fanfic não me pertence, mas tenho a autorização da autora (Dasty Sama) para postá-la no Tokio Hotel Fanfictions.

100Humanoid Chronicles - Página 4 Empty Humanoid Chronicles Sáb Dez 15, 2012 1:39 pm

Sam McHoffen

Sam McHoffen
Administradora

Capítulo 46


Você era livre
Você era inocente
Você acreditava
Em um final feliz
(Noise – Tokio Hotel)

06 de Setembro de 2109
Com problemas
02h27min PM

Gott... o que você é? – a Doutora Tiersen estava totalmente macilenta, petrificada sem saber o que fazer. Eu tinha medo de que alguém fosse dar uma espiada pelo vidro e visse aquela cena e descobrisse tudo que estava acontecendo, por isso precisava ser rápida – Você é um robô? Não pode ser, parece demais com uma humana...
– Dê-me o medicamento, agora – falei firmemente, tentando manter meu braço direito apontado para ela, mas até ele parecia pesar chumbo como o resto do meu corpo – Não estou para brincadeira.
Quando ela me viu inclinar a arma mais ainda, jogou desesperadamente o potinho de remédios em minha direção, fazendo-o despencar em meu colo. Abaixei minha mão direita, mas levantei a esquerda até a arma em seu pulso também surgir, o que não foi boa ideia, porque esta doía de forma lancinante. Com apenas uma mão, comecei a abrir o potinho e peguei uma das pílulas e coloquei em minha boca, engolindo-a inteira por causa da prática que eu adquiri em um passado negro.
A dor não ia passar de imediato, talvez minha febre chegasse a aumentar a ponto de eu ter alucinações iguais a de Bill. O tremor começou a tomar conta de mim e grande parte era por causa do medo de ser pega, de não ter oportunidade de fugir e salvar a vida de Bill, que podia morrer a qualquer instante. Eu nem sequer conseguia mexer meu corpo direito, como conseguiria essa proeza?
– Não quero esse medicamento para dar para empresas inimigas – disse, quebrando aquele silêncio pesado que se instalara entre nós – Quero para salvar minha vida e de outra pessoa que amo muito.
– O... o... que você é? – ela perguntou novamente e foi então que eu percebi que poucas pessoas realmente sabiam sobre o Projeto Humanoid. A maioria dos médicos devia trabalhar com a World Behind My Wall Corporation sem saber ao certo seu objetivo.
– Sou uma Humanoid – os olhos dela se arregalaram ao ouvir o que eu tinha a dizer – E fui criada pela essa empresa. Acho que uma pequena quantidade de médicos e cientistas daqui trabalha nesse projeto exclusivo, o de transformar humanos em robôs. Talvez, no começo fosse para ajudar, mas agora é para lucro, para desenvolver pessoas com força sobre-humana para guerras.
– Isso é incrível! – ela exclamou, fazendo-me empalidecer – Quero dizer, nunca pensei que estivessem tão avançados. Já tinha ouvido falar que houve algumas tentativas, mas todas foram falhas. Essa descoberta poderá ajudar milhares de pessoas que perderam partes do corpo!
– Eles não se importam mais com isso, estão destruindo vida humana só para conseguirem chegar a seus objetivos. Milhares de pessoas estão morrendo na guerra por causa dos robôs criados aqui e vão nos usar para a mesma finalidade. Não fui muito atingida até agora, mas a pessoa que quero salvar teve sua vida completamente aniquilada por eles, não posso permitir que o lhe sobra, acabe morrendo.
– Como assim, o que eles estão fazendo?
– Comigo eles simularam um acidente onde meu corpo se machucasse tanto a ponto de precisar de novos membros robóticos. Eles acreditam que usar cobaias saudáveis não dê tão certo quanto um corpo lutando para viver. Um dos problemas é que o corpo acaba rejeitando todo esse material inusitado, o meu corpo foi o primeiro a não ter esse problema. Mas recentemente recebi um novo braço robótico e meu corpo o está rejeitando.
– E há outro como você? Outro Humanoid? – ela perguntou, parecendo um pouquinho mais relaxada, mesmo lançando vários olhares para o meu pulso.
Eu sei que poderia não dar em nada, mas eu precisava encontrar um jeito de sair e o mais viável era conseguir uma aliada. Doutora Tiersen não parecia ser de todo mal, talvez eu conseguisse sua confiança, assim ela poderia me ajudar a escapar.
– Sim e a história dele é muito, muito pior que a minha. Ele foi mandado para a guerra e também da mesma forma que meu acidente foi simulado, o dele foi também. Seu corpo foi atingido por uma bomba e ele precisou virar quase completamente um Humanoid, mas isso não foi de longe o pior. Sua mãe e a mulher que amava foram mortas pela World Behind My Wall Corporation, além de que seu corpo rejeita os dispositivos robóticos e ele precisa tomar os medicamentos o tempo todo.
Meu braço abaixou e o cano da arma entrou novamente dentro do meu pulso. Eu não aguentava mais ficar naquela posição, precisava deitar e quem sabe dormir por horas. Minha cabeça parecia prestes a explodir e minhas esperanças estavam se esgotando.
– Por favor – falei, sem perceber que já estava chorando – Ele vai morrer se eu não entregar esse medicamento. Eu não posso perdê-lo, não quando já perdi tudo. Sei que você trabalha aqui e deveria ser minha inimiga, mas eu preciso da sua ajuda.
Vi a expressão dela se tornar plangente e ela se abaixou até pegar minha peruca vermelha. Com todo cuidado, Tiersen se encaminhou até mim e começou a arrumar alguns fios desalinhados até finalmente colocar a peruca vermelha o mais ajeitado possível. Ela passou um braço pelas minhas costas e me ajudou a levantar, o que foi um bocado difícil já que minhas pernas pareciam gelatinas.
– Você vai ter que confiar em mim – ela falou – Não sei se estou fazendo a coisa certa, mas como me sinto terrível quando um paciente meu morre, também vou me sentir terrível se o rapaz que você ama morrer.
Não acreditei que havia conseguido! Ela estava realmente me ajudando, mesmo depois de eu quase explodir sua cabeça! Com todo cuidado, Tiersen me levou para fora da farmácia e fechou a porta antes de partimos. Nós nos encaminhamos até o balcão onde entregamos a chave para a secretária que me olhou espantada.
– Gott, como você está horrível! O que aconteceu?
– Já vi isso antes, se chama “se dedicar demais”. Eu era igualzinha ela, ficava horas estudando e me dedicando demais e me esquecia de comer e dormir – a Doutora Tiersen falou calmamente, pensando em algo mais rápido que eu – Estávamos procurando o medicamento e ela quase desmaiou e alegou que só tomou café o dia inteiro, vê se pode!
– Garota, não dê duro demais – a secretária exclamou, me olhando com pena – Sei que aqui só escolhem os melhores médicos, mas tenho certeza que você consegue sem precisar se esforçar dessa forma. Melhor você comer e descansar um pouco.
– Tessa, você viu o que está passando na televisão? – falou uma secretária loira e gordinha, interrompendo a conversa – Aqueles Dogs Unleashed fugiram da prisão! Todos! Encontraram a delegacia inteira inconsciente, mas ninguém morreu. Isso é realmente o fim dos tempos.
– Será que vamos ser atacados de novo? – Tessa perguntou, fazendo o tom moreno de sua pele ficar pálido – Aqueles filhos de uma figa!
– Depois de ouvir que mataram o Starkey, não duvido mais de nada.
Antes que eu pudesse ouvir o resto da conversa, a Doutora Tiersen me levou para longe do balcão, essa era a hora de sairmos sem que ninguém percebesse. Nós entramos dentro do elevador e encontramos mais quatro médicos ali, que me olharam de forma interessada. Eu estava chamando atenção demais, isso era um problema.
– O que aconteceu com ela? – perguntou um moço loiro, segurando um Idiary parecido com o meu.
– Trabalhou demais sem dormir e comer, ela quer trabalhar aqui quando concluir o estágio, típico – ela disse, falando a mesma desculpa de antes.
– Pelo visto, hoje o dia está cheio – ele comentou – Acabaram e achar a Doutora Benzner desmaiada na frente do prédio. Suas roupas e seu crachá foram roubados e está rolando o rumor de que tem algum intruso aqui no hospital. Deve ser um daqueles Dogs Unleasheds malditos! Mas logo vão descobrir quem é, tem câmeras por todos os lugares, não é questão de tempo.
Senti a doutora tremer ao meu lado, talvez agora ela fosse me entregar. Gott, eles vão me descobrir, se virem o vídeo da farmácia, irão notar algo de muito estranho! Quando o elevador abriu no térreo abarrotado de pessoas, pude ver o quanto eu estava ferrada. Estavam colocando o corpo da Doutora Benzner em cima de uma maca voadora enquanto várias pessoas impediam a passagem direto ao elevador que estávamos. O local também estava cheio de seguranças, vistoriando cada pessoa com choques-elétricos prontos para atacar e máquinas de raio-x que identificariam facilmente meu corpo robótico.
– Eles vão descobrir que sou eu – falei desesperada, tentando arquitetar alguma coisa – Doutora, sei que não confia em mim, não depois de ouvir o que aquele médico disse, mas só posso contar com você. Por favor, leve esse medicamento até ele e me entregue aos guardas, se descobrirem que me ajudou, vão matá-la também.
– O que? – ela exclamou atônita, enquanto eu passava o potinho de pílulas para a sua mão.
Retirei também meu Idiary escondido dentro do jaleco e comecei a escrever rapidamente uma mensagem para Gustav. Se o identificador do computador dele for igual ao do seu Idiary, ele iria receber a mensagem e minha missão seria efetuada com sucesso. Entreguei também o meu Idiary para ela.
– Aqui está o endereço, espero que recebam você – falei calmamente, vendo-a guardar tudo em seu jaleco – Eu confio em você. Nessa conspiração não existe vilão ou vítima, mesmo assim não irei perder mais ninguém por esse motivo.
Ela havia entendido tudo. Começou a me arrastar até os guardas e me jogou neles, alegando que eu era a intrusa que procuravam, que fui pega entrando em salas indevidas. Bastou uma olhada do raio-x em mim para que fosse detectado material robótico abaixo da minha pele. Não precisou nem de choque-elétrico, simplesmente caí nos braços de um dos homens enormes enquanto via um vulto vermelho sumir pela porta, sem que ninguém percebesse já que toda a atenção estava voltada para mim. Claro que ela poderia me trair, poderia dedurar o local onde estavam os Dogs Unleashed e Bill nunca receberia o medicamento. Mas aquela era a única alternativa e eu precisava acreditar. Talvez isso fosse o suficiente para me dar paz para atender ao pedido que minha cabeça enviava, então desmaiei.

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