Dei mais um gole no meu copo de refrigerante enquanto olhava as pessoas balançando seus corpos no ritmo da musica. A batida alta incomodava meus ouvidos, as luzes de todas as cores picavam sem parar. Não sei como alguém enxergava um palmo a frente do nariz assim. Eu estava perto do bar, no finalzinho, onde era escuro e sossegado. As pessoas passavam por mim sem me ver, mais eu podia vê-las e escutá-las. E já tinha ouvido cada coisa.
- Brianna – disse minha amiga Lara – Por que não largar esse copo e vai atrás de coisa melhor pra fazer com boca.
Revirei os olhos pra ela, que riu.
Lara era minha melhor amiga desde a quinta serie. Cabelos castanho escuro, olhos claros, corpo escultural, e uma animação que não tinha fim. Nada a abalava, ela era dura na queda e isso sempre foi o que eu mais admirei nela.
http://papelpop.com/papelpop/wp-content/uploads/2010/06/jeisa-chiminazzo.jpg - Lara
Ela jogou um beijinho e puxou um loiro de olhos azuis de volta para a pista onde eles dançavam animados. Aposto como ela nem sabia o nome, mais ela sempre foi assim, meia doidinha. Já ela dizia que sabia aproveitar a vida.
Eu estava distraída quando uma loira parou um pouco longe de onde eu estava .Peitos saltando do decote, vestido curto que deixava até o útero dela amostra, um batom vermelho na boca e uma salto alto. Piscava Vadia na testa dela.
Ela falou alguns minutos com o barmen que não tirava os olhos do decote dela, ele fez que sim com a cabeça e ela tirou um vidrinho do decote, pegou uma pílula e deu pra ele. E sumiu rapidamente entre a multidão. Não tinha se passado nem um minuto quando um garoto estranho, de cabelo moicano preto, piercing na sobrancelha e maquiagem forte pediu duas bebidas, uma escura e uma cor de rosa, por baixo do balcão vi ele esmaga a pílula e colocar no copo com a bebida rosa. E saiu.
Levantei depressa indo atrás dele, mais a boate estava lotada. Por um minuto perdi ele de vista, mais logo o encontrei subindo a escada para a área vip. Corri até a escada mais fui impedida por um segurança enorme.
- Eu tenho que passar – falei o empurrando, mais acho que ele nem sentia.
- Sem convite, não entra - falou ele.
Olhei horrorizada o rapaz de moicano dando a bebida para uma loirinha de sorriso gentil.
Não sei o que estava pensando naquela hora, por que eu estava tão emprenhada em não deixar aquela garota beber aquela bebida, mais eu não mediria esforços para impedi-la.
Chutei o seguranças entre as pernas e ele gemeu se dobrando de dor, passei por ele mais ele ainda conseguiu agarrar meu pé. Eu chutava para fazer ele soltar, até que devo ter o acertado num lugar que doeu muito por que ele me soltou. Corri até a garota que foi a primeira a me ver e seus olhos se arregalaram de medo. Voei pra cima derrubando o copo da sua mão. Parei arfando em busca de ar.
- Quem é você? – perguntou um cara de tranca parando na minha frente, como se estivesse protegendo a loirinha de mim.
Fiz sinal pra ele esperar enquanto tentava respirar normalmente. Olhei ao redor e vi um gordinho de óculos, um de cabelo ruivo na altura do ombro e outro de cabelo preto crespo.
- O barmen colocou alguma coisa na sua bebida – falei entre cada respiração.
- O que? – perguntou o de tranca desconfiado.
- Uma loira peituda com cara de vadia foi até o barmen um pouco antes dele aparecer – apontei para o cara de moicano que abraçava a loirinha – E deu a ele alguma coisa para colocar na bebida dela.
- Como você sabe disso? – o cara de moicano perguntou.
- Por que eu tenho olhos – respondi sarcástica.
- Senhorita – disse um segurança agarrando no meu braço – Queria sair ...
- Espera – disse o cara de moicano e o segurança me soltou – Quem era a loira?
Olhei ao redor.
- Aquela – falei apontado a loira que vinha subindo as escadas e se pendurou no pescoço do cara de trancinha e piercing no lábio.
- O que tá havendo? – perguntou ele sinicamente.
- Voce batizou a bebida da Hanna? – perguntou o cara de moicano e vi a vadia ficar pálida.
- Q-q-q-q-que? – gaguejou ela.
- Sua vadia – disse ele indo pra cima dela mais a loirinha o segurou.
- Bill calma – dizia ela e o gordinho de óculos foi ajudá-la a segura-lo.
- Chantelle – disse o cara de trancinha a afastando para longe dele – Você realmente fez isso?
- C-c-claro que não Tom – disse ela tentando sorri, mais saiu mais como uma careta.
Tom a olhou duramente, e a garota ficou ainda mais branca. Agarrando no braço dela ele a levou para fora do camarim. Todos pareciam chocados com o que aconteceu, o segurança agarrou no meu braço de novo e já ia me levando pra fora.
- Eu já disse pra larga ela – o cara de moicano falou com raiva.
- Sim senhor – disse o segurança de mal gosto.
- Obrigada – ele se virou pra mim – Mesmo, não tenho como agradecer.
- Hã ... De nada – falei sorrindo sem graça.
- Bom eu sou Bill, essa e a minha namorada Hanna – a loirinha sorriu pequeno – Esses são Georg, Gustav, David e aquele que saiu era meu irmão Tom e a vadia peituda era a Chantelle.
- Brianna – falei acenando com a mão – Prazer.
- Ei eu não te conheço de algum lugar? – o tal de Georg me olhava intrigado.
- Nunca nos vimos – falei com certeza.
- Mais eu tenho a impressão que te conheço – insistiu ele.
- Bom eu tenho que ir – falei – Tchau.
- Obrigada – Hanna disse.
- Se cuida – falei saindo de lá.
Fui de volta para o meu lugar perto do bar e Lara estava lá.
- Onde você tava? – perguntou ela.
- Fui ... Por ai – respondi dando de ombros – Vamos embora?
- Claro – respondeu ela.
Saímos da boate e fomos para o nosso hotel. Só deu tempo de tirar a roupa e cai na cama praticamente desmaiando de sono.